Sem livro não há liberdade, sem biblioteca não há escola

"Não há proposta pedagógica que se sustente sem a leitura, e não há escola que possa oferecer estímulo e preparação adequada para a formação de leitores sem uma biblioteca", afirma Viegas Fernandes da Costa

Fonte: Jornal de Santa Catarina (SC)

Segundo a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” de 2011, a população da Região Sul leu em média 1,68 livros nos últimos três meses da pesquisa, a segunda pior média do país. Podemos questionar a metodologia da pesquisa, mas é fato que lemos pouco e lemos mal.

Blumenau não é exceção neste cenário, e tudo indica que no “Vale Europeu” nossos índices de leitura são ainda piores. Neste sentido, constatar que boa parte das nossas Escolas públicas não dispõe de bibliotecas ativas, atualizadas e diversificadas explica, em parte, esta nossa falta de interesse pelo livro e pela leitura.

Não há proposta pedagógica que se sustente sem a leitura, e não há Escola que possa oferecer estímulo e preparação adequada para a formação de leitores sem uma biblioteca. E quando falamos de biblioteca Escolar, não falamos simplesmente de um depósito de livros didáticos, muitas vezes desatualizados, como é de praxe encontrarmos por aí. Falamos de um espaço dinâmico, vivo, rico de possibilidades e gerido por leitores apaixonados. Sim, por leitores apaixonados, porque um Professor e um bibliotecário que não leem são como corpos sem alma, e me assusta perceber como são numerosos estes corpos “sem alma” em nossas Escolas e bibliotecas.

Sentimos falta de alguém para nos orientar na biblioteca
A falta de um profissional para administrar a biblioteca e mantê-la aberta integralmente tem afetado o cotidiano dos Alunos da Escola Estadual João Widemann, na Itoupava Norte. Melissa Guimarães Kraemer, 16 anos, aluna do terceiro ano da Escola, afirma que, em diversas ocasiões, se viu obrigada a optar por outros espaços para fazer pesquisas para trabalhos.

– Sentimos falta de alguém para nos orientar. Como alguém vai tomar a iniciativa de pesquisar algo na biblioteca ou até mesmo se incentivar a ler, com a biblioteca fechada? – questiona.

Diante do dilema, a jovem, que é apaixonada por literatura, em especial títulos épicos, está se mobilizando, junto com uma Professora, para solucionar parte do problema. Com o auxílio de um software, trabalham para catalogar todos os livros da biblioteca até o fim do ano.

O amor pelos livros, inclusive, fez a estudante começar a traçar o futuro. Após o contato com alguns bibliotecários, já definiu para qual curso vai prestar vestibular no início de 2013: Biblioteconomia, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). – Meu sonho é administrar uma biblioteca. Quem sabe essa, um dia? – disse, apontando para os livros da Escola em que estuda.

*VIEGAS FERNANDES DA COSTA. Escritor e Professor

Fonte: Todos Pela Educação

Solicitação de retratação pública junto aos profissionais Bibliotecários de todo o País.


Convido os nobres colegas bibliotecários à enviarem e-mails com queixa para a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) nos e-mails:

 presidencia@abi.org.br
 csind@abi.org.br
 vicepresidencia@abi.org.br

informando que o “repórter” Luís Antônio Giron transgrediu o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, (http://www.abi.org.br/paginaindividual.asp?id=450) nos artigos 2º, 7º e 14º na matéria Dê adeus às bibliotecas publicada no link http://revistaepoca.globo.com/cultura/luis-antonio-giron/noticia/2012/05/de-adeus-bibliotecas.html


Solicitando a retratação pública junto aos profissionais Bibliotecários de todo o País.

 Por: Máyra Mesquita - Biblio Eventos



A eternidade do livro impresso

Arnaldo Niskier



A discussão sobre a sobrevivência do livro impresso está muito acesa. Em parte, é reflexo do que acontece nos países mais desenvolvidos, onde há uma oferta progressiva de e-books. Aqui entre nós, por enquanto, o crescimento é lento. Em todo o comércio eletrônico nacional, não há mais de 7 mil títulos disponíveis. Para se ter ideia da discrepância dos números, só a Amazon conta hoje com cerca de 950 mil títulos.

Há um pormenor que é próprio do mercado brasileiro: o Kindle começou com um gás assustador, mas não pegou por causa do preço, hoje em 800 reais. Pelo dobro, pode-se ter um equipamento muito mais completo, que serve para navegar na internet, tirar fotos, gravar vídeos etc. O custo benefício é muito mais atraente.

Estamos vivendo uma fase de incríveis conquistas tecnológicas, especialmente no campo das comunicações. O que não significa a morte das versões anteriores. Diziam que o rádio acabaria com os jornais; o cinema acabaria com o teatro; a televisão acabaria com o rádio e a internet acabaria com todas as mídias citadas. Na realidade, nada disso aconteceu. Convive-se com todas essas manifestações, embora se saiba que a escala é outra: no facebook há 900 milhões de membros e o twitter abriga 150 milhões de usuários (o youtube tem praticamente tudo).

Vivemos uma fase de absoluta perplexidade, mas um homem com a experiência do Boni, por exemplo, afirmou, em lançamento recente, que a TV aberta tem um longo futuro à sua frente, desde que se renove e passe a programar atrações ao vivo e promover transmissões diretas. Devemos estar atentos a essas peculiaridades, para que nada se perca dessas imensas conquistas.

Fala-se muito nos e-books, mas as grandes companhias brasileiras, tipo Livraria Cultura, não passam de 1% do faturamento na venda de livros eletrônicos. Há uma longa caminhada, com um detalhe que me ocorreu na visita feita à Real Academia de Espanha: os autores do seu vocabulário têm 90 mil livros impressos sobre linguística, consultados diariamente. Isso vai desaparecer? Sinceramente, não acreditamos. E a Biblioteca do Congresso Americano? E a da Universidade de Berkeley, onde há uma quantidade enorme de livros brasileiros? Quem preconiza o fim disso tudo, sinceramente, está equivocado.

O que se pode prever é que haja, por muitos e muitos anos, uma coexistência pacífica entre livros de papel e e-books, como antecipou o escritor Umberto Eco. Segundo ele, somos 7 bilhões no mundo, mas uma parcela ínfima desse total tem acesso aos computadores. Vai demorar muito para mudar esse quadro. Para Umberto Eco, "temos a prova científica de que um livro pode durar 550 anos. Jamais deixaremos de ter, com essas obras, uma relação física, carnal, afetiva. É muito difícil ler "Guerra e Paz" num e-book. De mais a mais, a internet não filtra nada - e esse é um mal." Estamos certos de que, na nossa geração e possivelmente em muitas outras, ainda viveremos na boa companhia dos livros impressos.

Arnaldo Niskier é membro da Academia Brasileira de Letras, Presidente do CIEE/RJ, Doutor em Educação e professor de História e Filosofia de Educação

Sketchbooks – as páginas desconhecidas do processo criativo

 Por Taís Bushatsky Mathias

A sugestão de hoje é o livro "Sketchbooks – as páginas desconhecidas do processo criativo" 

A encantadora concepção deste livro possibilitou o acesso aos cadernos de esboços de 26 artistas visuais brasileiros. A beleza de acompanhar o processo criativo nos sketchbooks, que não possuem o "peso" de uma obra finalizada, está na proximidade com os registros cotidianos e com as técnicas e desenhos sob perspectivas e temáticas pouco exploradas pelos artistas nas obras que conhecemos.

"O caderno cumpre a função de quebrar paradigmas pelo experimento, vencer o medo, o preconceito" Kako.

O livro possui esse caráter intimista, aproximando o leitor das ilustrações que artistas como Angeli, Guto Lacaz e Lourenço Mutarelli fizeram enquanto estavam sentados em um bar, na rua, em alguma viagem, nos momentos mais informais A publicação é constituída pelo fac-símile de páginas dos cadernos, que andaram nos bolsos das calças e nas mochilas desses artistas. Além do incrível trabalho gráfico, cada artista contribui com o seu depoimento sobre a importância do "fazer arte" sem o compromisso da publicação. Como diz Mutarelli, "Meus cadernos são geradores de ideias livres".

Poder observar tão de perto o modo como cada um deles organiza os pensamentos, percebe as imagens, compõe o olhar sobre algo, é singular, pois nos tornamos testemunhas da arte em seu processo de criação, antes de serem "lapidadas" para a exposição.

Convido a todos a conhecer este material único!

Título: Sketchbooks – as páginas desconhecidas do processo criativo
Autor: Cezar de Almeida e Roger Basseto (org.)
Editora: IPSIS

Vídeo com a divulgação do livro:
http://vimeo.com/15675390

Em nosso acervo na Biblioteca Central o número de classificação do livro é:
7.071
A444s

Oscar para Os fantásticos livros voadores do Sr. Morris Lessmore

E o Oscar para filme de animação (curta metragem) foi para "The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore".  Sem texto mas com uma grande qualidade de argumento, imagem e som, leva-nos para um mundo fantástico na companhia dos livros.

Uma carta de amor aos livros, este filme é sobre o poder curativo dos livros.



Fonte: http://bibliotequices.blogspot.com

Quer receber informações da Biblioteca por SMS?

Pensando em estreitar ainda mais o relacionamento com o cliente, as Bibliotecas Central e Pós-Gradução começaram a utilizar desde o dia 13/2, o SMS. Um meio de comunicação direta e interativa, que ajudará o usuário a lembrar a data de devolução dos livros, reservas disponíveis e atrasos.

Ative o serviço no Blackboard (alunos e professores) ou Intranet (colaboradores administrativos e estagiários).

Marketing digital um novo caminho, rápido, simples e eficiente.

A eternidade do livro impresso

Arnaldo Niskier

A discussão sobre a sobrevivência do livro impresso está muito acesa. Em parte, é reflexo do que acontece nos países mais desenvolvidos, onde há uma oferta progressiva de e-books. Aqui entre nós, por enquanto, o crescimento é lento. Em todo o comércio eletrônico nacional, não há mais de 7 mil títulos disponíveis. Para se ter ideia da discrepância dos números, só a Amazon conta hoje com cerca de 950 mil títulos.

Há um pormenor que é próprio do mercado brasileiro: o Kindle começou com um gás assustador, mas não pegou por causa do preço, hoje em 800 reais. Pelo dobro, pode-se ter um equipamento muito mais completo, que serve para navegar na internet, tirar fotos, gravar vídeos etc. O custo benefício é muito mais atraente.

Estamos vivendo uma fase de incríveis conquistas tecnológicas, especialmente no campo das comunicações. O que não significa a morte das versões anteriores. Diziam que o rádio acabaria com os jornais; o cinema acabaria com o teatro; a televisão acabaria com o rádio, e a internet acabaria com todas as mídias citadas. Na realidade, nada disso aconteceu. Convive-se com todas essas manifestações, embora se saiba que a escala é outra: no facebook há 900 milhões de membros, e o twitter abriga 150 milhões de usuários (o youTube tem praticamente tudo).

Vivemos uma fase de absoluta perplexidade, mas um homem com a experiência do Boni, por exemplo, afirmou, em lançamento recente, que a TV aberta tem um longo futuro à sua frente, desde que se renove e passe a programar atrações ao vivo e promover transmissões diretas. Devemos estar atentos a essas peculiaridades, para que nada se perca dessas imensas conquistas.

Fala-se muito nos e-books, mas as grandes companhias brasileiras, tipo Livraria Cultura, não passam de 1% do faturamento na venda de livros eletrônicos. Há uma longa caminhada, com um detalhe que me ocorreu na visita feita à Real Academia de Espanha: os autores do seu vocabulário têm 90 mil livros impressos sobre linguística, consultados diariamente. Isso vai desaparecer? Sinceramente, não acreditamos. E a Biblioteca do Congresso Americano? E a da Universidade de Berkeley, onde há uma quantidade enorme de livros brasileiros? Quem preconiza o fim disso tudo, sinceramente, está equivocado.

O que se pode prever é que haja, por muitos e muitos anos, uma coexistência pacífica entre livros de papel e e-books, como antecipou o escritor Umberto Eco. Segundo ele, somos 7 bilhões no mundo, mas uma parcela ínfima desse total tem acesso aos computadores. Vai demorar muito para mudar esse quadro. Para Umberto Eco, “temos a prova científica de que um livro pode durar 550 anos. Jamais deixaremos de ter, com essas obras, uma relação física, carnal, afetiva. É muito difícil ler Guerra e paz num e-book. De mais a mais, a internet não filtra nada – e esse é um mal”. Estamos certos de que, na nossa geração e possivelmente em muitas outras, ainda viveremos na boa companhia dos livros impressos.

Arnaldo Niskier, membro da Academia Brasileira de Letras, é presidente do CIEE/Rio e doutor em educação

Fonte: JB

Contos de fadas modernos: ingleses se reúnem para contar e ouvir histórias

Mônica Vasconcelos
Da BBC Brasil em Londres


Inspirados em uma ideia que surgiu em Nova York, londrinos vêm organizando eventos onde pessoas sobem ao palco para compartilhar histórias reais com uma plateia ávida.

Há quem tente explicar a nova moda como uma reação à presença excessiva das tecnologias que mediam as interações humanas hoje em dia.

Para os organizadores do evento, no entanto, seu sucesso tem uma explicação simples: ninguém resiste ao poder de uma história bem contada. O ritual, batizado de True Stories Told Live (em tradução livre, Histórias Verdadeiras Contadas ao Vivo), obedece a um conjunto de regras.

As histórias devem ser contadas sem o uso de anotações, ou seja, de cabeça. Não podem ser mais longas do que dez minutos. Têm de ser baseadas em fatos reais. Qualquer um pode contar sua história, basta se inscrever antes. Cinco histórias são contadas em cada evento, que acontece, geralmente, em um pub (o equivalente britânico ao boteco brasileiro).

A terceira história em cada noite geralmente contém música - o que abre espaço para a participação de músicos, cantores ou compositores. Outra característica marcante dessas noites regadas a histórias é o fato de que a plateia não paga um centavo para ouvi-las. Quem quiser ser admitido precisa colocar seu nome em uma lista. Como há mais inscritos do que o espaço é capaz de acomodar, os organizadores fazem uma triagem dos nomes.

A prioridade é dada aos novatos - a ideia é permitir que um número cada vez maior de pessoas conheça o evento.

Desafio e Diversão

Por trás da iniciativa estão algumas figuras conhecidas da mídia e das artes na Grã-Bretanha. Entre elas, o jornalista e apresentador de TV David Hepworth, ex-editor da influente revista de musica Mojo, hoje responsável pela revista The Word.

Hepworth ouviu falar sobre um evento que acontece em Nova York, batizado de The Moth, onde pessoas se reúnem para contar e ouvir histórias. Em entrevista à BBC Brasil, ele falou de suas motivações em trazer o formato para a Inglaterra: curiosidade, o desejo de vencer um desafio. E a fé no poder eterno de uma boa história.

"Fiquei curioso, queria saber se conseguiríamos fazer algo parecido".

Como a entrada é franca, os organizadores não estão ganhando dinheiro. Hepworth explicou que não existe essa intenção.

Nós não pagamos pelo espaço. Se cobrássemos ingresso, o pub ia querer uma porcentagem, o contador ia querer uma porcentagem. Então não cobrar torna as coisas mais simples", explicou. "Fazemos porque podemos e porque é divertido."

Ritual Ancestral

O primeiro evento inglês aconteceu há dois anos. Hoje, a lista de contatos do True Stories Told Live já conta com cerca de dois mil nomes. E além de Londres, cidades britânicas como Brighton, Cambridge, Hebden Bridge e Cardiff também aderiram à novidade.

Hepworth acha que a atração da noite reside em um princípio muito simples. "Histórias são a forma mais poderosa de entretenimento que existe".

"Filmes são histórias, jornais são histórias. E isso não tem nada a ver com seu gosto. Quando você sai para ouvir música, tem de decidir que tipo de música você gosta. Histórias, você pode contar para qualquer pessoa".

"A metáfora que eu uso é a do conto de fadas. Chapeuzinho Vermelho, os Três Ursos - todos seguem a mesma fórmula. Você apresenta um cenário, surge um problema, o problema é resolvido. Geralmente, isso funciona muito bem em dez minutos".

"É algo muito satisfatório para seres humanos. As pessoas gostam desse sentido ordeiro que existe em uma história, no meio do caos em que vivemos".

Resta entender o que o contador da história ganha com a experiência.

"O típico contador faz isso como um teste: 'Será que consigo?'", disse Hepworth. "No final, fica eufórico por ter vencido o desafio".

"Mas também tivemos histórias horrendas, que funcionam como uma espécie de terapia. Algo do tipo: 'Vou dizer isso na frente de um monte de gente'. É um frio na barriga, é como atuar (num palco)".

Uma Noite em Outubro

Em Londres, os eventos são mensais. O mais recente, há duas semanas, aconteceu no pub The Compass, no bairro de Islington.

A sala não era muito grande e estava lotada, com cerca de 80 pessoas. No canto, um bar. O clima era de expectativa e bastante adrenalina. Assim que o primeiro contador subiu ao palco, todos se calaram, hipnotizados.

Entre os contadores da noite estavam o engenheiro Paul Currie, de Christchurch, na Nova Zelândia.

Currie falou de sua experiência durante os terremotos que abalaram sua cidade natal no ano passado.

O cantor e compositor Philip Jeays descreveu uma temporada passada na França durante sua juventude e encerrou seu depoimento com uma canção comovente, inspirada no compositor belga Jacques Brel.

O arquiteto John Knepler subiu ao palco iluminado para falar de sua luta para descobrir o que aconteceu com o tio judeu preso na Áustria durante a Segunda Guerra.

O cantor Richard Jobson, da banda punk The Skids, contou como conseguiu persuadir o roqueiro americano Lou Reed a ceder os direitos autorais da canção Pale Blue Eyes, por uma quantia modesta, para que a música fosse incluída na trilha de um filme autobiográfico dirigido por Jobson.

Bondade Anônima

A roteirista e atriz inglesa Sacha Hall, segunda a contar sua história, fez o que talvez tenha sido o depoimento mais comovente da noite.

Ela falou de um evento ocorrido em um gelado dia de Ano Novo, em Paris, há vinte anos, quando ela ainda era adolescente.

Tendo chegado à cidade acompanhada pelo irmão de 14 anos, paralisado, em uma cadeira de rodas, Hall foi obrigada a procurar assistência de um profissional de saúde pela lista telefônica.

Depois de horas e inúmeros telefonemas, a adolescente finalmente obteve uma resposta afirmativa.

Uma hora mais tarde, uma senhora de cabelos completamente brancos, usando uma bengala, bateu na porta do apartamento.

A mulher prestou o auxílio desejado - fazer a higiene íntima do irmão de Sacha - e saiu sem aceitar pagamento, levando apenas um pote de mel que Sacha trouxera do sul da França.

Hepworth disse que Hall foi sua contadora favorita da noite.

Segundo ele, a história da atriz abordou um tema comum aos eventos: a necessidade de dizer obrigado a um estranho. No caso de Hall, uma mulher cujo nome ela jamais saberá e que hoje, duas décadas mais tarde, provavelmente é morta.

Outros temas comuns às histórias são a morte e experiências que tiram o contador do seu conforto cotidiano, como, por exemplo, crimes. Histórias militares ou histórias vividas por judeus - em geral, os pais dos contadores - também marcam presença. Ou experiências de pessoas que têm profissões extraordinárias.

"Uma das minhas favoritas foi a história de um cirurgião que descreveu como foi operar o cérebro do boxeador britânico Michael Watson".

"Watson tinha sofrido um acidente seríssimo no ringue e o médico descreveu a operação, o barulho das serras, tudo em dez minutos. Achei empolgante."

 

Feliz Natal! Feliz 2012!



Prezados,


Durante o período de férias, o horário de funcionamento das Bibliotecas Central e Pós-Graduação será alterado:

BIBLIOTECA CENTRAL
Dia 22/12/11 a 1/1/2012: fechada devido ao recesso
De 2/1 a 11/2/2012: segunda a sexta-feira, das 8h às 20h / sábados: fechada

BIBLIOTECA PÓS-GRADUAÇÃO
Dia 22/12/11 a 1/1/2012: fechada devido ao recesso
De 2/1 a 25/1/2012: a Biblioteca permanecerá fechada e o retono às atividades será em 26/1, de segunda a sexta-feira, das 8h às 23h


Durante os meses de janeiro e fevereiro não haverá atendimento aos sábados

O prazo de empréstimo dos documentos será mantido. As renovações poderão ser feitas pessoalmente, por telefone 5085-4554 / 4573, 5081-8157 / 8158 ou
pelo portal da ESPM (no período de funcionamento das Bibliotecas).

Caso você tenha necessidade de nos contatar fora do horário de atendimento, faça-o,
pelo e-mail: emprestimo.biblioteca@espm.br

Confraternização 2011 e festa dos aniversariantes do mês



A festa de confraternização da equipe da Biblioteca Central e Pós-Graduação e a comemoração dos aniversários da Silvana, Pricila, Mariana e Vivian foi um sucesso!

O Grupo Gestor agradece o trabalho da Comissão Organizadora formada por: Cristina, Kelly, Leonardo, Maria Daniela, Maria Elânia, Rodrigo e Tais.

Confira os momentos de descontração registrados clicando na foto acima.

Pelos filhos, leitores de e-books insistem no papel

The New York Times

Vendas de livros eletrônicos para o público mais velho crescem rápido, enquanto as de e-books infantis nem se mexem

Os livros impressos podem estar sendo sitiados pela ascensão dos livros eletrônicos, mas um grupo em particular não abre mão deles: as crianças. Os pais insistem que essa geração de leitores passe seus primeiros anos com livros à moda antiga.

Esse é o caso até de pais que adoram baixar livros para Kindles, iPads, laptops e celulares. Eles não se recusam a admitir seu uso de dois pesos e duas medidas no mundo digital, dizendo que querem os filhos cercados por livros impressos, para experimentar o ato de virar páginas físicas enquanto aprendem sobre formatos, cores e animais.
Os pais também dizem que gostam de se aconchegar com os filhos e um livro, e temem que uma engenhoca brilhante possa roubar toda a atenção. Além disso, se o filhinho for vomitar, o livro pode ser mais fácil de limpar do que um tablet.
"É a intimidade, a intimidade de ler e tocar o mundo. É a maravilha de ela tocar uma página comigo", disse Leslie Van Every, 41 anos, usuária leal do Kindle, de São Francisco, cujo marido, Eric, lê no iPhone. Porém, para a filha de dois anos e meio, Georgia, livros feitos com árvores mortas, empilhados e espalhados pela casa, são a única opção. "Ela somente lê livros impressos", disse Van Every, acrescentando que trabalha para uma empresa digital, CBS Interactive. "Ai, que vergonha."

À medida que o mundo do livro adulto se torna digital num ritmo superior ao que as editoras esperavam, as vendas de livros eletrônicos de títulos voltados para menores de oito anos mal se mexeram. Elas representam menos de 5% do total anual de vendas de livros infantis, segundo estimativa de várias editoras, em comparação com mais de 25% em algumas categorias de livros adultos. Muitos livros infantis também são dados como presente, já que a maioria das crianças de seis anos não tira proveito das delícias de um vale presente da Amazon.

 
Os livros infantis também são um ponto alto das livrarias físicas, pois os pais geralmente folheiam o livro inteiro antes de comprá-lo, algo que nem sempre dá para fazer no similar eletrônico. Um estudo encomendado pela HarperCollins, em 2010, constatou que os livros comprados para crianças de três a sete anos eram adquiridos com frequência numa livraria local - 38% das vezes.

E esta é uma pergunta para um debate da era digital: alguma coisa se perde na conversão de um livro ilustrado para seu irmão digital? Junko Yokota, professor e diretor do Centro de Ensino por Livros Infantis da National Louis University, em Chicago (EUA), acredita que a resposta é sim, pois o formato e tamanho do livro costumam fazer parte da experiência de leitura. Páginas maiores podem ser usadas para cenários amplos, ou um formato mais comprido pode ser escolhido para histórias sobre arranha-céus.
Tamanho e forma "se tornam parte da experiência emocional, da experiência intelectual. Existe muita coisa que não dá para padronizar e enfiar no formato eletrônico", disse Yokota, que dá palestras sobre como decidir quando um livro infantil é mais adequado para o formato digital ou impresso.

As editoras afirmam que estão gradualmente aumentando o número de livros ilustrados impressos que são convertidos para o formato digital, mesmo sendo demorado e caro, e os desenvolvedores têm se ocupado em criar aplicativos interativos para livros infantis.
Embora se espere que a chegada ao mercado de novos tablets da Barnes & Noble e Amazon neste trimestre aumente a demanda por livros infantis, diversas editoras suspeitam que muitos pais ainda vão preferir as versões impressas. "Claramente existe uma predisposição ao impresso", disse Jon Yaged, presidente e editor do Macmillan Children's Publishing Group, que lançou "The Pout-Pout Fish", de Deborah Diesen, e "Na Noite em que Você Nasceu", de Nancy Tillman. "E os pais são as mesmas pessoas que não terão apreensões em comprar um livro eletrônico para si mesmos."
Isso é o que acontece na casa de Ari Wallach, empreendedor nova-iorquino obcecado por tecnologia, que ajuda empresas a se atualizar tecnologicamente. Ele lê em Kindle, iPad e iPhone, mas o quarto das filhas gêmeas está atulhado apenas com livros impressos.

"Admito parecer avesso ao progresso neste caso, mas existe algo muito pessoal num livro, e não em um entre mil arquivos de iPad, algo que está conectado e é emocional, algo com que eu cresci e com que quero que elas cresçam."
"Reconheço que, quando tiverem minha idade, será difícil encontrar um 'livro de árvore morta'. Dito isso, sinto que aprender com livros é um rito de passagem importante, da mesma forma que aprender a comer com talheres e a usar o pinico."

Alguns pais não querem fazer a mudança nem com os filhos em idade escolar. Alexandra Tyler e o marido leem em Kindles, mas seu filho, Wolfie, sete anos, só lê os impressos. "De alguma forma, acho que é diferente. Quando se lê um livro, um livro infantil de verdade, ele envolve todos os sentidos. Ele ensina a virar a página direitinho. Sente-se o cheiro do papel, o toque."
Existem muitos programas que dizem ajudar as crianças a ler, por exemplo, falando uma palavra realçada ou figura. Nem todos os pais acreditam nisso. Matthew Thomson, 38 anos, executivo do Klout, site de mídia social, tentou um deles com Finn, de cinco anos. Contudo, ele acredita que o filho irá aprender a ler mais rápido com o impresso. Além disso, os recursos do iPad distraem.

"Quando é hora de ir para cama e ele sabe que vou ler, meu filho diz: 'Vamos jogar Angry Birds um pouquinho.' Se ele for pegar o iPad, não é para ler, meu filho vai querer jogar. Assim, a concentração para a leitura vai embora."

The New York Times | 06/12/2011 05:34

Fonte: IG

São Carlos vence edital nacional e terá Biblioteca de Artes Visuais

Considerada como a 5ª cidade do país com maior quantidade de bibliotecas por habitantes, segundo divulgação do Ministério da Cultura em 2010, São Carlos terá mais uma novidade para os próximos meses, uma biblioteca de Artes Visuais, resultado da 4ª colocação no “Prêmio Procultura de Estímulos às Artes Visuais”.

O anúncio foi feito pelo prefeito Oswaldo Barba em seu gabinete, na tarde desta segunda-feira (5), acompanhado pela secretária de Educação, Lourdes Moraes, pela coordenadora de Artes e Cultura, Telma Olivieri, e pela coordenadora do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBI), Claudete Sacomano.

O projeto ficou classificado em quarto lugar, à frente de outras entidades importantes como o Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Instituto Cultural de Inhotim (Brumadinho/MG), entre outros. O tema escolhido foi “Artes Visuais no Sistema Integrado de Bibliotecas de São Carlos”.

A proposta do tema foi elaborada no âmbito da Câmara Setorial de Artes Visuais do Conselho Municipal de Cultura de São Carlos, conjuntamente com a Divisão de Artes e Visuais da Coordenadoria de Artes e Cultura e o Sistema Integrado de Bibliotecas da Secretaria de Educação, a qual justifica o envolvimento do poder público com a sociedade civil no sentido da construção de um projeto público com a sociedade civil no sentido da construção de um projeto que tenham o perfil da realidade artístico-cultural da cidade.

O prêmio será de R$ 150.000,00 com contrapartida de R$ 8.400,00 da Prefeitura em ações educativas. A proposta contemplará um acervo literário com três eixos: gravura, cerâmica, ilustração, pintura, fotografia, escultura, arte urbana e performance; artistas brasileiros contemplando um acervo com riquezas de imagens; acervo com textos críticos e teóricos.

Todas as informações bibliográficas do acervo serão disponibilizadas no Catálogo Online no site da Prefeitura. Num primeiro momento, será reservado um espaço para as obras de Artes Visuais na Biblioteca Amadeu Amaral, até a Pinacoteca ficar pronta, que está em construção na praça Pedro de Toledo.

 
Para o prefeito Barba, esse é um presente de Natal para São Carlos. “Estar entre os cinco municípios classificados nacionalmente é um orgulho para a cidade e para todos aqueles que gostam de arte”, destaca.

Entusiasmada com o prêmio, a coordenadora de Artes e Cultura do município destacou: “São raros os municípios que tenham uma biblioteca de Artes Visuais, principalmente por serem obras muito custosas e conseguimos conquistar isso para São Carlos”.

A criação da biblioteca de Artes Visuais não acarretará benefícios apenas para a área de cultura. Segundo Lourdes Moraes, “o enriquecimento do acervo da Biblioteca Amadeu Amaral também trará benefícios para toda a comunidade e para a educação, pois atuando em rede através do SIBI, todos os recursos bibliográficos são potencialmente compartilhados pelo universo de usuários”, declara a secretária.

Moradores de bairro tentam resgatar biblioteca centenária em Londres

DA FRANCE PRESSE, EM LONDRES


Como centenas de bibliotecas municipais sacrificadas pelo plano de austeridade britânico, a de Kensal Rise também fechou suas portas. Mas a resistência se organiza e os moradores desse bairro multiétnico de Londres não perdem a esperança de vê-la renascer.

No exterior do grande prédio vitoriano de tijolos, agora proibido ao público, na esquina de duas ruas povoadas de pequenas casas e de algumas lojas comerciais, uma biblioteca alternativa aparece. Livros trazidos pelos moradores estão à disposição das pessoas que passam por ali, podendo até pegá-los emprestado.

"Salvem nossa biblioteca"; "deixem-nos administrá-la", proclamam cartazes colados em suas paredes.

Inaugurada pelo escritor americano Mark Twain, em 1900, Kensal Rise fazia parte das seis "livrarias" de um total de 12 do bairro de Brent (noroeste de Londres) que a prefeitura trabalhista decidiu fechar, há um ano.

Motivos citados: os cortes no orçamento impostos pelo governo e uma frequência considerada insuficiente -- uma exigência de economia que ameaça, atualmente, as mais de 400 bibliotecas municipais do país, ou 10% de seu número total, segundo os que se opõem ao fechamento.

Revoltados por uma decisão que penaliza, segundo eles, os mais carentes, os moradores de Kensal Rise se dizem dispostos a reagir.

"Foi um choque, era um lugar de vida no bairro", comenta Paula Gomez, mãe de família, escandalizada com o fato de uma "prefeitura trabalhista ter uma tal mentalidade".

"Pessoas veem ler o jornal, usar os computadores, os desempregados os consultam para procurar trabalho, e as crianças encontram ajuda para fazer seus deveres de escola", enumera ela.

"SALVE NOSSA BIBLIOTECA"

Um blog foi criado, com reuniões se sucedendo, ao lado de cartazes com os dizeres "salve nossa biblioteca", que florescem nas janelas das casas. Os escritores Zadie Smith e Philip Pullman demonstraram seu apoio --o mesmo aconteceu com os grupos musicais Depeche Mode, Goldfrapp, Pet Shop Boys.

O golpe foi dado em outubro: a Justiça considerou legal o fechamento de seis bibliotecas. E a decisão foi tomada de imediato.

Os moradores entraram com um apelo. Em Kensal Rise, organizaram-se, para impedir a Prefeitura de isolar o prédio: durante alguns dias, os voluntários se revezaram dia e noite em frente, até a Prefeitura anunciar que desistira de intervir, antes do final do procedimento judiciário.

Na corte de apelação, defensores das bibliotecas disseram que os fechamentos acarretavam uma discriminação indireta, em detrimento das pessoas de origem asiática, maioria estatística, que as utilizam.

Reprovaram também a prefeitura por não ter feito caso de suas propostas alternativas de retomar as bibliotecas, dizendo-se prontos a administrá-las eles próprios.

A prefeitura respondeu que se comprometia a modernizá-las, estando uma nova em construção, para ser inaugurada no começo de 2013.

Enquanto esperam o veredicto dos tribunais, decisões recentes da justiça dão esperança aos moradores. A Suprema Corte de Londres considerou ilegais, em meados de novembro, as decisões das prefeituras de Somerset e de Gloucestershire (leste da Inglaterra) de retirar seus financiamentos a cerca de um terço de suas bibliotecas.

Ante as campanhas intensas de mobilização, foi aberto um inquérito parlamentar para examinar a legalidade ou não desses fechamentos e suas repercussões nas populações locais.

Fonte: Folha.com

Saem do baú inéditos de Guimarães Rosa


Após o Dia D, que celebrou Carlos Drummond de Andrade no 31 de outubro, e de um anunciado Dia C para Clarice Lispector no dia 9 deste mês, será a hora e a vez de Guimarães Rosa ter o seu Dia G --provavelmente na data de seu nascimento, em 27 de junho, a partir do ano que vem.

O revival do autor mineiro --clássico brasileiro que, a bem da verdade, nunca sai dos holofotes-- começou em agosto, quando a Nova Fronteira lançou seus contos de aprendiz, escritos em estilo distinto do que o consagrou.

"Antes das Primeiras Estórias" reuniu narrativas de horror e fantasia à Edgar Allan Poe criadas na década de 1920 por um então estudante de medicina que se exercitava à exaustão para encontrar sua voz autoral.

Agora, em parceria com a Livraria Saraiva, é publicada uma edição especial de "Grande Sertão: Veredas" que inclui pela primeira vez "A Boiada", anotações que Rosa fez em cadernetas durante as viagens pelo sertão.

Foi ver de perto bois e buritis na comitiva de Manoel Nardy --que virou o seu Manuelzão. A caixa inclui um volume de fortuna crítica.

Objeto de mestrados e doutorados mundo afora, esse material só podia ser encontrado e lido no acervo do autor no Instituto de Estudos Brasileiros, o IEB, da USP.

"Nosso compromisso agora é deixar o autor sempre vivo, celebrá-lo de todas as formas", diz Leila Name, diretora editorial da Nova Fronteira.

Um volume de ficção inédita e outro com ensaios estão sendo preparados para sair em 2012. Os lançamentos vão até 2017, quando se completam 50 anos de morte de Rosa.

Fred Indiani, diretor editorial da Livraria Saraiva, explica a escolha de "Grande Sertão: Veredas": "É um livro simbólico. Consideramos que deve ser sempre revisitado".

"A Boiada", avalia Indiani, confere ao livro uma nova dimensão, uma nova leitura. "É um documento precioso para o entendimento da construção de uma grande obra literária, um documento que revela o esforço e o trabalho que estão envolvidos na construção de um autor."


Obras do autor Guimarães Rosa no acervo da Biblioteca Central – ESPM

Corpo de baile - v.1 edição comemorativa 50 anos (1956-2006), Nova Fronteira, 2006.
Corpo de baile - v.2 edição comemorativa 50 anos (1956-2006), Nova Fronteira, 2006.
Estas estórias, Nova Fronteira, 1985.
Grande Sertão: Veredas, Nova Fronteira, 2006.
A hora e vez de Augusto Matraga, Nova Fronteira, 1986.
Primeiras estórias, Nova Fronteira, 2001.
Rosiana, Salamandra, 1983.
Sagarana, Nova Fronteira, 2001.
No Urubuquaquá, no Pinhém, Nova Fronteira, 2011.

Disponíveis no 1º subsolo da Biblioteca Central

Visita virtual ao Museu Guimarães Rosa:   http://www.eravirtual.org/rosa_br/.

Fonte: Folha.com


Namore uma garota que lê



Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.

Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro. Compre para ela outra xícara de café.

Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa. É que ela tem que arriscar, de alguma forma.

Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.

Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.

Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.

Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.

Texto original: Date a girl who reads – Rosemary Urquico

Tradução e adaptação – Gabriela Ventura

Fonte: Quinas e Cantos

Doze mil bibliotecas que mudam vidas

Nicholas D., Kristof

John Wood, que trabalhou na Microsoft, criou a instituição Room to Read com a qual está suprindo com livros milhares de crianças em todo o mundo

Um dos triunfos legendários da filantropia foi a construção por Andrew Carnegie de mais de 2.500 bibliotecas mundo afora. Sua fama em estimular o aprendizado jamais foi igualada, mas, numericamente, seu feito foi ultrapassado várias vezes por um americano de quem provavelmente o leitor jamais ouviu falar.

Vim ao Vietnã para ver John Wood entregar seu décimo milionésimo livro a uma biblioteca que sua equipe fundou nesta aldeia no Delta do Mekong - enquanto centenas de crianças locais aplaudiam e abraçavam os livros que ele trouxera como se fossem os mais raros tesouros. A organização beneficente de Wood, Room to Read, abriu 12 mil dessas bibliotecas por todo o mundo, juntamente com 1.500 escolas.

Sim, o leitor leu corretamente. Ele abriu quase cinco vezes mais bibliotecas que Carnegie, embora as suas sejam, sobretudo, instalações de um cômodo que não se parecem em nada com as bibliotecas grandiosas de Carnegie.

A Room to Read é uma das instituições beneficentes que mais crescem nos Estados Unidos e está abrindo novas bibliotecas a um ritmo alucinante de seis por dia. A título de comparação, a rede McDonald's inaugura uma nova loja a cada 1,08 dia.

Tudo começou em 1998 quando Wood, então um diretor de marketing da Microsoft, encontrou por acaso uma escola remota no Nepal que atendia 450 crianças. Havia somente um problema: ela não tinha livros.

Wood ofereceu-se jovialmente para ajudar e acabou enviando uma montanha de livros por meio de uma tropa de burros. As crianças locais ficaram delirantemente felizes e Wood disse que sentiu tamanha alegria que deixou a Microsoft, largou a namorada de toda a vida (que achou que ele havia pirado) e fundou a Room to Read em 2000.

Ele teve de enfrentar um desafio após outro, não só de abrir as bibliotecas, mas também de enchê-las de livros que os garotos gostassem de ler.

"Não há livros para crianças em algumas línguas, por isso tivemos de também nos tornar editores", explica Wood. "Estamos tentando encontrar o Dr. Seuss do Camboja." A Room to Read possui, até agora, 591 títulos publicados em línguas que incluem o khmer, nepalês, zulu, lao, xhosa, chhattisgarhi, tharu, tsonga, garhwali e bundeli.

Ela também apoia 13.500 meninas pobres que sem isso teriam de largar a escola. Num remoto recanto do Delta do Mekong, só alcançável por barco, conheci uma dessas garotas, uma aluna da 10.ª série chamada Le Thi My Duyen. Sua família, desalojada pelas enchentes, vive num barraco esquálido à margem de um dique.

Quando Duyen estava na 7.ª série, ela largou a escola para ajudar a família. "Eu achava que educação não era tão necessária para meninas", recordou Duyen.

Os funcionários de contato da Room to Read foram até a casa dela e convenceram a família a enviá-la de volta à escola. Eles pagaram suas taxas, compraram uniformes escolares e ofereceram-se para colocá-la num dormitório para que ela não tivesse de viajar duas horas para ir ou voltar da escola de barco e bicicleta.

Agora Duyen está de volta, uma estrela em sua turma - e sonhando alto. "Gostaria de ir para a universidade", ela confessou, timidamente.

O custo por garota desse programa é US$ 250 anuais. Para efeito de comparação, dizem que o casamento de Kim Kardashian custou US$ 10 milhões. Essa soma poderia ter apoiado outras 40 mil garotas na Room to Read.

Muitos esforços americanos para influenciar países estrangeiros não tiveram êxito - sobretudo aqui, no Vietnã, uma geração atrás. Nós lançamos mísseis, enviamos tropas, contratamos fantoches estrangeiros e gastamos bilhões sem realizar muito. Ao contrário, escolarizar é barato e revolucionário. Quando mais dinheiro gastamos hoje em escolas, menos teremos de gastar em mísseis amanhã.

Wood, de 47 anos, é incansável, entusiasmado e emotivo: um orador motivacional sem botão de desligar. Ele se desmanchou todo enquanto as garotas descreviam como a Room to Read transformara suas vidas.

"Se você pode mudar a vida de uma garota para sempre, e o custo é tão baixo, por que há tantas garotas fora da escola?" ele refletiu.

O mundo das organizações humanitárias é em geral terrível para passar sua mensagem, e o sucesso do Room to Read resulta, em parte, do passado profissional em marketing de Wood.

Ele escreveu um livro fabuloso, Leaving Microsoft to Change the World ("Larguei a Microsoft para mudar o mundo", em tradução livre) para espalhar a palavra, e a Room to Read agora possui divisões para arrecadação de fundos em 53 cidades por todo o mundo.

Ele também dirige a Room to Read com uma eficiência empresarial agressiva que aprendeu na Microsoft, atacando o analfabetismo como se fosse o Netscape.

Ele diz a apoiadores que eles não estão doando para caridade, mas fazendo um investimento: onde se poderia obter mais retorno de um investimento do que iniciando uma biblioteca por US$ 5 mil?

"Fico frustrado por haver 793 milhões de pessoas analfabetas, quando a solução é tão barata", disse-me Wood do lado de fora de uma de suas bibliotecas no Mekong. "Oferecermos isso não é garantia de que toda criança aproveitará. Mas se não oferecermos, é praticamente garantido que perpetuaremos a pobreza." "Em 20 anos, gostaria de ter 100 mil bibliotecas, atingindo 50 milhões de garotos", disse-me Wood.

"Nossa meta para 50 anos é inverter a noção de que se possa dizer a uma criança 'você nasceu no lugar errado no tempo errado e por isso não será educado'. Essa ideia pertence ao lixo da história humana." / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

É COLUNISTA, GANHADOR DO PRÊMIO PULITZER, NICHOLAS D., KRISTOF, THE NEW YORK TIMES, É COLUNISTA, GANHADOR DO PRÊMIO PULITZER, NICHOLAS D., KRISTOF, THE NEW YORK TIMES - O Estado de S.Paulo

Fonte: Estadão

Aniversariantes do mês de novembro


A equipe da Biblioteca Central ESPM-SP se reuniu para comemorar os aniversários dos colaboradores Isabel, Cibele, Jean, Kelly e Karina.

Parabéns, desejamos felicidade e sucesso.

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Feira do Livro Indígena reúne diversos escritores e artistas

Terá início na noite desta quarta-feira (23.11), a 2ª Feira do Livro Indígena de Mato Grosso (Flimt).

A Flimt tem como objetivo valorizar a cultura indígena através da literatura e conta com a presença de mais de 20 escritores indígenas e não indígenas. O público poderá encontrar a ‘Livraria da Feira do Livro indígena’ e o ‘Espaço da editora’.

Na Livraria indígena, as editoras vão comercializar as obras; já no Espaço da Editora, cada uma levará um autor e sua obra para confraternizar com o público presente. O público poderá visitar exposições de artefatos e fotos, além de conhecer um pouco mais do Palácio da Instrução, Patrimônio Histórico do Estado. Juliana Capilé organizadora do Flimt, ressaltou a utilidade deste espaço explicando que “essa parte da feira é reservada para as editoras que investem no tema indígena. É importante ter desse espaço pra divulgar as editoras que divulgam este tema. Neste espaço vai acontecer o encontro com autores, lançamentos e bate papos entre escritores e o público“.

Entre os autores esperados na Flimt, está Daniel Munduruku lançando ‘Mitos Indígenas Brasileiros’, e ‘Histórias que eu Li e Gosto de Contar’ – Editora Callis. O escritor nasceu em Belém (PA), filho do povo indígena Munduruku. Formado em filosofia, com licenciatura em história e psicologia, integrou o programa de pós-graduação em antropologia social na USP. Lecionou durante dez anos e atuou como educador social de rua pela Pastoral do Menor de São Paulo. Esteve em vários países da Europa participando de conferências e ministrando oficinas culturais para crianças. Autor de ‘Histórias de índio’, ‘Coisas de índio’ e ‘As serpentes que roubaram a noite’. Os dois últimos premiados com a menção de livro Altamente Recomendável pela FNLIJ. Seu livro ‘Meu avô Apolinário’ foi escolhido pela Unesco para receber menção honrosa no Prêmio Literatura para Crianças e Jovens na Questão da Tolerância. Entre outras atividades, participa ativamente de palestras e seminários destacando o papel da cultura indígena na formação da sociedade brasileira.

Maria Teresa Carracedo, editora da Entrelinhas, comentou sobre a importância em divulgar a literatura indígena, ao dizer que “toda a sociedade brasileira tem muito a aprender com o conhecimento milenar dos povos indígenas, é importante contribuir nesse processo de aprender e divulgar. Nesta semana ganhamos o mais importante prêmio de designer do Brasil no Museu da Casa Brasileira, com a obra Tecnologia Indígena em MT: Habitação, do autor indígena José Afonso Portocarrero. O autor estará presente na Flimt, dia 24, no estande da editora, fazendo a exposição de maquetes e autografando os livros”.

A Flimt é uma realização da Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso, com patrocínio da Petrobrás e Governo Federal.

Mais informações pelo blog www.flimt.blogspot.com, flimt@cultura.mt.gov.br

Fonte: 24HorasNews

Aniversariantes do mês de outubro

A equipe da Biblioteca Central ESPM-SP se reuniu para comemorar os aniversários dos colaboradores Taís, Nicole, Henrique Paiva, Sthéfani e Debora Bonfim.

Parabéns e desejamos, felicidade e sucesso.

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