Bibliotaxi

A Easy Taxi  lançou o projeto cultural: Bibliotaxi. A ideia, criada pelo Instituto Mobilidade Verde, comandada por Lincoln Paiva, nasceu na Vila Madalena visando transformar os táxis de SP em verdadeiras bibliotecas móveis.
 
Na prática, o passageiro pega um livro no táxi conveniado ao Easy Taxi e devolve (depois de lido) em outro veículo, quando usar o transporte.

 
 

Fontes: Catraca Livre e VilaMundo

Conheça a biblioteca móvel praiana na França

Por Daphene Ruivo

Imagine-se
numa praia francesa. Mar azul, areia fina e um sol delicioso. Esse pode ser o cenário dos sonhos de qualquer pessoa. Para muitos, ouvir uma música enquanto aproveita a praia está de bom tamanho. Para outros, um bom livro é indispensável. Mas e se você esquecer o seu livro? Não, uma revista não pode substituí-lo.

A designer industrial, Matali Crasset, pensou no sofrimento de falha de memória dos book addicts e criou a biblioteca móvel. Localizada na praia de Romaniquette, na França, a Bibliotheque de Plage contém mais de 300 livros para leitura gratuita.
Confira abaixo, algumas imagens da biblioteca


 




Fonte: Zupi

Herança de uma vida: a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin




A abertura da Biblioteca Mindlin ao público significa, entre outras coisas, a ampliação do acesso a um acervo único sobre a história e cultura brasileiras. Aliás, facilitar o acesso ao acervo e promover o incentivo aos estudos sobre temas vinculados ao Brasil estavam entre as preocupações que motivaram a decisão de José Mindlin, sua esposa Guita e seus filhos Betty, Diana, Sérgio e Sônia de doarem a coleção brasiliana da biblioteca, reunida ao longo de mais de 80 anos pelo casal, à Universidade de São Paulo.

A coleção brasiliana
Rubens Borba de Morais — a quem José Mindlin se referia como “uma espécie de irmão mais velho”, dono de “um amor aos livros e à leitura muito parecido com o meu” — dizia que a história das grandes bibliotecas do mundo ou, como pontuava, “das grandes bibliotecas nacionais que fazem o orgulho de muito povo”, mostra que elas se constituíram tendo como base uma coleção particular. As expectativas de José Mindlin em relação ao futuro do acervo doado à USP transpareciam intenções e sonhos muito próximos ao papel que seu amigo afirmava ter sido desempenhado por algumas bibliotecas particulares ao longo da história. Em janeiro de 2010, falando sobre sua biblioteca e sobre o novo edifício que estava sendo construído para guardá-la, o bibliófilo afirmou de forma entusiasmada: “Ela tem de ser viva! [...]. Afinal, a gente passa, mas os livros ficam [...]; a ideia é que seja uma biblioteca viva, que cresça, que promova seminários, edições, debates.”

O acervo doado em 2006 à USP se refere à coleção brasiliana de sua biblioteca, formada por obras de literatura, de história, relatos de viajantes, manuscritos históricos e literários, documentos, periódicos, mapas, livros científicos e didáticos, iconografia e livros de artistas sendo que parte deste acervo pertencia ao amigo Rubens Borba de Morais que deixou sua biblioteca ao casal Mindlin em testamento. O conjunto reúne material sobre o Brasil — ou que tenha sido escrito e/ou publicado por brasileiros e estrangeiros — e totaliza mais de 32 mil títulos que correspondem à 60 mil volumes, aproximadamente.

A doação desta coleção veio acompanhada do projeto de digitalização e disponibilização online de seu conteúdo como forma de ampliar a possibilidade de pesquisa no acervo, medida que reforça a destinação pública que José Mindlin buscou conferir à biblioteca que gostava de caracterizar, por vezes, como uma biblioteca ‘indisciplinada’. Uma indisciplina denunciada pela inevitável aquisição de livros — raridades e belezas às quais não era possível dar as costas — que às vezes não se encaixavam nas principais vertentes temáticas que foram se definindo no curso da formação da biblioteca: ‘assuntos brasileiros’, ‘literatura em geral’, ‘livros de arte’, e ‘livros como objeto de arte’ em virtude de seus traços tipográficos, de sua diagramação, ilustração, encadernação, entre outros aspectos. Mas, igualmente, uma indisciplina que, de certa forma, era herdada de seu dono, um “leitor indisciplinado”, como se reconhecia, de “livros sobre os mais variados assuntos”, desde que atraíssem seu interesse: “[...] leio meio desordenadamente, passando de um assunto a outro muito diverso, ou mesmo lendo mais de um livro ao mesmo tempo”.


Livros raros, livros especiais
A biblioteca que Guita e José Mindlin formaram ao longo de sua vida não foi composta apenas de livros raros, uma vez que a aquisição de novas publicações era constante. No entanto, a paixão por eles surgiu bem cedo. José Mindlin tinha apenas 13 anos quando comprou de um livreiro uma edição de 1740 do livro Discurso sobre a História Universal, de Bossuet. Este seu primeiro livro raro, já no ano seguinte, ganhou a companhia da História do Brasil, de Frei Vicente do Salvador; um presente de aniversário de uma tia. A busca pelos livros indicados na bibliografia deste último lhe rendeu o encontro com os 6 volumes da História do Brasil, de Robert Southey, publicados em 1862 e que não tardaram a se unir aos dois primeiros títulos como presente de seu pai. Foi a partir daí que José Mindlin resolveu começar a formar uma brasiliana: “não era propriamente um projeto de biblioteca, mas uma tentativa de reunir livros sobre o Brasil”. A biblioteca não mais parou de crescer. Guita especializou-se em restauro e em encadernação de livros. A certa altura, passou a dizer que não eram eles que possuíam a biblioteca: “ela é que nos tem”. O motor de seu crescimento, reforçava o casal, nunca foi a ânsia típica de um colecionador, mas sim a paixão característica de leitores incansáveis. “O interesse básico é o da leitura”. Era o encantamento a partir da experiência da leitura que os impulsionava a buscar novos títulos de um mesmo autor, as primeiras edições de cada título, etc. Nascia, então, o que ele chamava de “aventuras de garimpagem”: a busca persistente — que por vezes se estendia por mais de uma década — de determinados exemplares.

As preciosidades da coleção brasiliana que hoje constitui a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin — considerada a mais importante coleção do gênero formada por um particular – são muitas. Dentre elas, figuram as primeiras edições de alguns viajantes que estiveram no Brasil entre os séculos XVI e XIX (incluindo as viagens de Hans Staden, Jean de Léry e André Thevet); livros que se tornaram raros por se tratarem de primeiras edições, como a primeira edição de A moreninha (1844), de Joaquim Manoel de Macedo, da qual se conhecem apenas dois exemplares; a primeira edição de O Guarany (1857), de José de Alencar, marcada por uma busca — ou uma “aventura de garimpagem” — que demorou longos 17 anos para ser concluída. Traduções feitas por grandes escritores brasileiros, como a tradução que Machado de Assis fez de Os trabalhadores do mar, de Victor Hugo, em 1866. Alguns livros raros, especialmente, por suas dedicatórias, como um dos exemplares de Tu, Só Tu, Puro Amor, também de Machado, dedicado à Joaquim Nabuco. Alguns manuscritos, como o original de Banguê, de José Lins do Rego e 29 cadernos-diários da Condessa do Barral, e uma série de originais de Graciliano Ramos e de Guimarães Rosa, com anotações manuscritas, que serviram de base para a impressão das primeiras edições, dentre outros títulos e edições que poderiam ser aqui mencionados.


Acesso amplo
Uma parte deste acervo, incluindo algumas das obras acima destacadas, está disponível para consulta e pesquisa no site da Brasiliana USP, projeto que foi concebido pelo Prof. István Jancsó que previa a formação de uma biblioteca digital que fosse continuamente alimentada e que funcionasse, ao mesmo tempo, como suporte para o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções que pudessem ser compartilhadas por outras instituições culturais no Brasil. Como se vê, o desejo de inocular o vírus do amor à leitura ao maior número de pessoas possível, como propagava José Mindlin, ganhou importantes adeptos nos últimos anos.

A Biblioteca Mindlin na USP: um centro de pesquisa
A Biblioteca Mindlin é um órgão da Pró-reitoria de Cultura e Extensão, criado em dezembro de 2005 para justamente receber esta coleção. Ela é responsável por este importante acervo, mas é também um centro de pesquisa, de formação e de extensão. Como órgão acadêmico, a Biblioteca Mindlin tem o compromisso de conservar, divulgar e facilitar o acesso de estudantes, pesquisadores e do público em geral ao seu acervo, e promover a disseminação de estudos de assuntos brasileiros por meio de programas e projetos específicos. Neste sentido, ela tem atuado como um centro interdisciplinar de documentação, pesquisa e difusão científica de estudos brasileiros, da cultura do livro, da tecnologia da informação e das humanidades digitais, tornando um órgão de integração de diversas iniciativas acadêmicas, de interesse intersetorial e transdisciplinar.

Para pesquisador de Harvard, 'digital não ameaça bibliotecas'

                                                                     Fonte: gallery.calit2.net

Cassiano Elek Machado | Folha de S. Paulo

Ainda moleque, o americano Matthew Battles estava jogando beisebol quando acertou a vidraça da biblioteca da cidadezinha onde vivia. Ao buscar a bola, o garoto de 12 anos encontrou filas e filas de prateleiras cheias de livros.

Seria possível dizer que Battles e as bibliotecas "viveram felizes para sempre", caso soubéssemos se bibliotecas como a de Petersburg viverão felizes para sempre. 

Diretor do laboratório de cultura digital da Universidade Harvard (EUA), o metaLAB, Battles fez a palestra de abertura do seminário "Múltiplos e Contemporâneos: A Literatura.com", do Centro Cultural Banco do Brasil.

A ideia foi debater os desafios da literatura contemporânea diante das novas tecnologias.

Battles diz que não são poucos. "As novas mídias estão alterando completamente a maneira como escrevemos e experimentamos a leitura", diz ele à Folha.

"Um dos maiores efeitos disso é o caráter imediato que a escrita passou a ter. Pode vir a público, a um grande público, logo após ser concluída, sem passar por longos processos de edição."

Battles diz não ter dúvida nenhuma de que nunca se escreveu e leu tanto quanto nos tempos atuais. E o que será feito de tanta escrita?

"A efemeridade e o dinamismo da internet são enormes desafios para a preservação. Como preservaremos fenômenos que aparecem subitamente, florescem e morrem logo depois?", pergunta.

Autor de um livro chamado "A Conturbada História das Bibliotecas" (ed. Planeta, 2004), ele começou sua carreira trabalhando numa das bibliotecas de mais prestígio do mundo, a Widener, de Harvard, onde guardam as obras raras da instituição.

"Lá aprendi que os meios de escrever e publicar mudaram de forma radical na história, mas as bibliotecas continuam. O digital não será uma ameaça", diz Battles, que é consultor da Digital Public Library of America (www.dp.la), a maior biblioteca digital do mundo (onde bolas de beisebol não entram).