Literatura de prazer ou de mercado?


Em uma sexta-feira qualquer do verão de 2012, um grupo de mulheres que trabalham juntas, e entre elas alguns colegas, tomam uma cerveja na saída do trabalho. É aniversário de uma delas. De presente, recebeu o livro do momento, Cinquenta Tons de Cinza. Enquanto desembrulha o livro, começam as risadas. Abrem uma página ao acaso e leem um trecho: “... Que invasão. Estou flutuando, meus membros estão suaves e lânguidos, totalmente gastos...”. As risadas retornam, umas mais exageradas do que outras. Uma delas olha ao redor e diz alto: “O que vão pensar?”, fazendo referência aos que ocupam outras mesas no terraço. Mas não se importam muito. Passam o livro de uma para a outra e continuam lendo. Os dois homens que estão com elas não pegam o livro.

Essa é a maneira que os textos eróticos são lidos? Em uma praça, rodeados de gente e com a temperatura in crescendo, fruto, unicamente, do caloroso verão madrilenho?

Tradicionalmente não era a maneira de “desfrutar” esse gênero, mais ligado ao clandestino, às listas de livros proibidos. Fevereiro de 2015: estreia o filme baseado no livro da cena anterior. Mais de 270 milhões de reais arrecadados em todo mundo no primeiro fim de semana no cinema, “por coincidência”, no Dia de São Valentim, ou Dia dos Namorados, data paradigmática na qual se mescla o amor e o consumo, com a permissão do mártir romano.

Entre os dois momentos anteriores, verão de 2012 e inverno de 2015 no hemisfério norte, foram aparecendo várias publicações nas prateleiras das livrarias, originais nos escritórios das editoras, volumes empilhados sobre as mesas dos jornalistas e críticos de suplementos e revistas culturais.

O desejo é o elemento original do gênero erótico

Novidades de temática mais ou menos erótica se acumulam formando pilhas que poderiam formar um castelo, o de Lacoste do Marquês de Sade ou o de Roissy, lugar onde se passa História de O, escrito em 1954 por Pauline Réage, pseudónimo de Anne Desclos (1907-1998), ícone dessa literatura, que estaria passando por um momento de retomada?

O número de publicações é maior do que há uma década, quando foi suspenso o prêmio de romance erótico “La Sonrisa Vertical”, uma das referências desse gênero na Espanha. A coleção da editora Tusquets continua ativa, num ritmo de duas ou três publicações por ano. A editora Ana Estevan, que começou a trabalhar em 1993 com Luis García Berlanga, diretor e criador do prêmio, afirma que o mercado editorial nesse campo sempre tem sido um “pêndulo”. Destaca que sobe e desce mas, de uma forma ou de outra, tem se mantido. O boom dos últimos anos aparentemente responde ao fenômeno representado pela publicação da trilogia de E.L. James Cinquenta Tons de Cinza (Editora Intrínseca), com quase cinco milhões de cópias vendidas no Brasil. O tsunami provocado por seu lançamento foi aproveitado pelo mercado editorial para buscar novidades e fabricar obras à imagem e semelhança das muitas sombras e poucas luzes da Bela e a Fera desses cinco anos, Anastasia Steele e Christian Grey, protagonistas do best-seller.

Não se aproveitou apenas nesses casos. Mayra Monteiro (Havana, 1952), vencedora do prêmio La Sonrisa Vertical em 2000 com Púrpura Profunda, se mostra chateada quando os livros de James são classificados de transgressores. “Não são”, diz, enquanto admite pode se beneficiar dessa fase, que de certa forma será proveitosa aos que já escreviam romances eróticos há muito tempo.

Editoras e livrarias não podem negar que o fenômeno favoreceu o movimento e isso é sempre positivo. Almudena Grandes (Madri, 1960) concorda que fazem bem em aproveitá-lo. Em sua opinião, essas novas publicações são fruto da união de dois fatores: o sexo já não está proibido, não pertence unicamente aos homens; além do fato de que os maiores “consumidores” e compradores de ficção são as mulheres. Et voilá!,um novo gênero “que nada tem a ver com o erótico”, afirma Grandes, autora de As Idades de Lulu (Prêmio La Sonrisa Vertical de 1989). Segundo ela, afirmar que os leitores de E.L. James vão ler Sade é fazer um erro de cálculo. No entanto, comenta com certa ternura como lhe comovem as garotas na casa dos 20 anos que se aproximam dela com seu primeiro romance, recomendado pelas mães. “Pergunto a elas: ‘Estava lendo Cinquenta Tons...?’, e não erro.”

Adaptando a máxima de Anaïs Nim (1903-1977), outra referência clássica do gênero, “qualquer forma de amor que você encontre, viva esse amor...” se poderia chegar ao “qualquer forma desse gênero que você encontre, viva esse gênero”, porque nos últimos anos as maneiras se multiplicaram. E, assim, com essa desculpa, ou graças a ela, a Errata Naturae publica agora História do Erotismo, de George Bataille (Autêntica Editora). Em ensaio que aborda a sexualidade, o desejo, verdadeiro ingrediente intangível gerador dessa temática. O autor defende uma ideia contrária à atual de dar visibilidade ao sexo. Torná-lo público o expõe mais e o torna mais vulnerável ao ser submetido à regra e controlado pelo Estado e pelo capital.

Longe de Bataille no tempo de criação, mas contemporânea à sua publicação em espanhol, está a edição de Mauro Armiño de romances eróticos dos séculos XVIII e XIX, intitulada Os Domínios de Vênus. Armiño explica que são a continuação deContos e Relatos Libertinos (Siruela, 2008), bastante anterior ao fenômeno Cinquenta Tons de Cinza, portanto, não corresponde a nenhuma tendência, mas segue sua linha editorial. Dentro dessa antologia podem ser destacados os romances A Vênus das Peles, de Leopold von Sacher-Masoch (1836-1895), o Sade austríaco. O que seria de Grey sem o imaginário criado por esses clássicos?

Esse romance foi reeditado, além disso, devido ao prêmio Sonrisa Vertical em 2014, e depois de ter sido levado ao cinema por Roman Polanski em 2013, com o qual ganhou o prêmio César por melhor direção. O que causou um reposicionamento comercial da coleção, já que de 2013 a 2014 houve um aumento de 50% das vendas, segundo dados enviados à Confederação de Grêmios e Associações de Livrarias (CEGAL).

A Alfaguara se une a essa corrente com Lisario ou o Prazer Infinito das Mulheres, da escritora italiana Antonella Cilento, que retrata a protagonista a partir de sua dimensão sexual. A Cátedra também acompanha essa onda, já que publicou há seis mesesCulturas do Erotismo na Espanha, 1898-1939, da professora da Universidade da Califórnia (UCLA), Maite Zubiaurre. Uma enciclopédia tanto de textos quanto de imagens que mostram o gênero erótico do início do século XX. A Reino de Cordelia lançou Um Paraíso Depois do Paraíso (E Outros 9 Relatos Eróticos), um compêndio de 10 histórias, as finalistas de um novo prêmio de literatura erótica para o qual está sendo preparada a segunda edição. O prêmio “Válgame Dios” conta com José Luis García Berlanga, filho do diretor de cinema, entre seus incentivadores, o que inevitavelmente faz com que se associe à La Sonrisa Vertical, embora não tenham nenhum vínculo e, como diz o próprio Berlanga filho, ele não é tão erotômano quanto seu pai, que fez disso uma de suas paixões. Reino Cordelia, com esse livro, dá continuidade a uma linha que já estava sendo construída ao publicar em 2012 Os 120 Dias de Sodoma, o catálogo de perversões do Marquês de Sade, ilustrado por desenhos explícitos de Miguel Ángel Martín; e em 2013 editou A Mulher e o Fantoche, outro dos clássicos de erotismo com mais de um século de existência, de Pierre Louÿs. Por sua vez, Rey Lear, seu outro selo, acaba de resgatar Escritos Pornográficos, de Boris Vian.

Berlanga dizia que o erotismo é a pornografia vestida de Chanel. As novidades do gênero não são tanto, muitas são reedições ou traduções. As que realmente são novas, com exceções como Cilento, não buscam um Chanel exclusivo. Não são transgressoras, pelo contrário, são muito convencionais: romances românticos salpicados de cenas de sexo explícito cuja inovação não vai além de colocar o leitor no quarto e não deixá-lo sair como antes. Exatamente como nas séries e filmes onde os personagens deixaram de ter os lençóis convenientemente colocados entre as axilas, mas sem exagerar, e que tampouco mostram demasiadamente o púbis. Mais que alta costura, busca-se a roupalow cost, acessível para todos os públicos. Nas palavras de Almudena Grandes: “A literatura erótica morreu com o sucesso no final do século XX, e essa é a melhor maneira de morrer. O que é preciso fazer agora é dançar sobre seu túmulo”.

Formação de Mediadores de Leitura tem público recorde, boa avaliação e participação de jovens

Por Julia, do Blog movimentobaixadaliteraria.blogspot.com.br

À primeira vista, Nilvan Correia e Eduardo Viana, de 19 anos e Matheus Albuquerque e Oséias Machado, de 18, são como tantos outros jovens de sua geração, não fosse pelo fato de estarem entre os 60 alunos do Curso de Formação de Mediadores de Leitura, realizado neste mês de Março, em Nova Iguaçu, [Rio de Janeiro]. Durante uma semana, a equipe de arte-educadores do Instituto de Arte Tear abordou as práticas de mediação de leitura em diálogo com outras linguagens da arte, no curso com participantes de várias cidades da Baixada, uma iniciativa da Superintendência do Livro e Leitura da Secretaria Estadual de Cultura, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Nova Iguaçu.

Nilvan, Eduardo, Matheus e Oséias,  juventude engajada na leitura
Nilvan, Eduardo, Matheus e Oséias, juventude engajada na leitura.


Moradores de Rancho Fundo e Santa Rita, em Nova Iguaçu, Nilvan, Eduardo, Matheus e Oséias se formaram leitores frequentando a Biblioteca Comunitária Paulo Freire, desde os 10, 11 anos. Essa relação ainda tão próxima nos levou a convidá-los a participarem do curso e avaliaram essa experiência de formação para suas vidas.

Nilvan, que já pensava em trabalhar em bibliotecas, ficou mais confiante de seguir essa área. Embora não tenha experiência de ler para crianças, acha que “as atividades foram tão boas para nós, que somos adultos, que fico imaginando como irão agradar às crianças”.
Eduardo tem alguma experiência de ler informalmente para crianças e viu no curso mais do que uma oportunidade de aprimorar essa habilidade. “Algumas atividades trouxeram ensinamentos para nossa própria vida, seja profissional, escolar, até para nosso dia-a-dia. Foi um aprimoramento para a vida pessoal de cada um”.

Embora falante, Matheus afirma que é tímido e agora se sente mais seguro para ler para as crianças que frequentam a biblioteca, aonde vai toda a semana. “Não tenho prática de ler para crianças, agora que aprendi técnicas inovadoras, fica mais fácil, dá vontade de ler mais e de ler para crianças”.

Já Oséias destacou que as atividades dinâmicas o ajudaram a se expressar melhor, não só para contar uma história. “Sou tímido também, às vezes penso uma coisa, mas não sei como dizer o que estou pensando. No curso, vivemos situações de como se posicionar e se expressar melhor”.

A dinâmica do curso, a qualidade dos professores, a integração do grupo de alunos e o conteúdo diversificado foram destaques na avaliação dos participantes das nossas bibliotecas. Além dos 4 jovens entrevistados, mais dois leitores – Marlon Oliveira e Gabriel Oliveira – e três mediadoras de leitura fizeram o curso.

Moradores de Rancho Fundo e Santa Rita, em Nova Iguaçu, Nilvan, Eduardo, Matheus e Oséias se formaram leitores frequentando a Biblioteca Comunitária Paulo Freire, desde os 10, 11 anos. Essa relação ainda tão próxima nos levou a convidá-los a participarem do curso e avaliaram essa experiência de formação para suas vidas.

Nilvan, que já pensava em trabalhar em bibliotecas, ficou mais confiante de seguir essa área. Embora não tenha experiência de ler para crianças, acha que “as atividades foram tão boas para nós, que somos adultos, que fico imaginando como irão agradar às crianças”.
Eduardo tem alguma experiência de ler informalmente para crianças e viu no curso mais do que uma oportunidade de aprimorar essa habilidade. “Algumas atividades trouxeram ensinamentos para nossa própria vida, seja profissional, escolar, até para nosso dia-a-dia. Foi um aprimoramento para a vida pessoal de cada um”.

Embora falante, Matheus afirma que é tímido e agora se sente mais seguro para ler para as crianças que frequentam a biblioteca, aonde vai toda a semana. “Não tenho prática de ler para crianças, agora que aprendi técnicas inovadoras, fica mais fácil, dá vontade de ler mais e de ler para crianças”.

Já Oséias destacou que as atividades dinâmicas o ajudaram a se expressar melhor, não só para contar uma história. “Sou tímido também, às vezes penso uma coisa, mas não sei como dizer o que estou pensando. No curso, vivemos situações de como se posicionar e se expressar melhor”.

A dinâmica do curso, a qualidade dos professores, a integração do grupo de alunos e o conteúdo diversificado foram destaques na avaliação dos participantes das nossas bibliotecas. Além dos 4 jovens entrevistados, mais dois leitores – Marlon Oliveira e Gabriel Oliveira – e três mediadoras de leitura fizeram o curso.

Claudia Belmiro, recém-chegada como mediadora na Biblioteca Nossa Casa, em São João de Meriti, já estava aplicando o que aprendeu nas aulas. “O curso foi enriquecedor, assim como os momentos de intensa troca entre professores e alunos. Aprendi coisas que não sabia, não conhecia. Foi uma experiência maravilhosa”, afirma.

Claudia já está praticando o que aprendeu
Claudia já está praticando, o que aprendeu



Suzy Batalha também tem pouca experiência, está completando um ano como mediadora na Biblioteca Profª Judith Lacaz. Para ela, além de ajudar a enfrentar a timidez, “as atividades contribuíram muito para o trabalho de mediação com as crianças e também podem ser usadas entre nós da equipe”.


Suzy está mais segura para fazer seu trabalho
Suzy está mais segura para fazer seu trabalho


Valéria Carvalhal, mediadora da biblioteca Ziraldo, destaca também o aprimoramento profissional da equipe do polo e a oportunidade de participação dos jovens. “Eles se integraram bem ao grupo e participaram ativamente de todas as atividades. Foi uma motivação para eles como futuros mediadores ou trabalhadores da causa da leitura”.


Valéria destacou a participação dos jovens leitores
Valéria destacou a participação dos jovens leitores

Foi a primeira vez que um curso dessa natureza e importância foi realizado na Baixada Fluminense, um reconhecimento ao trabalho que pessoas, grupos e instituições desenvolvem aqui em prol da leitura.  O compromisso e a participação entusiasmada dos 60 alunos, de várias cidades da Baixada, só reforçam a necessidade de que novas iniciativas como essa, para formação em mediação, em acervo, em literatura, em política pública, etc., voltem a ocorrer por aqui. Com certeza, garantimos um público diversificado, participante e comprometido.

Participação recorde: 60 pessoas de várias cidades da Baixada Fluminense
Participação recorde: 60 pessoas de várias cidades da Baixada Fluminense




Biblioteconomia paulista chega aos 75 anos com novos desafios


Todo 12 de março é celebrado nacionalmente o Dia do Bibliotecário, mas neste ano, a biblioteconomia paulista comemora os 75 anos de atividade da Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), a mais antiga escola paulista de biblioteconomia.


A importância deste curso não reside apenas na sua longevidade, mas também por formar gerações de profissionais, alguns responsáveis pela criação de cursos da área espalhados pelo país, que influenciaram fortemente o pensamento biblioteconômico brasileiro.

Atualmente a profissão enfrenta o desafio de se colocar como uma força motora na educação e na cultura: a Lei Federal 12.444/10, sancionada em 2010, torna obrigatória a instalação de uma biblioteca com pelo menos um livro por aluno em todas as instituições de ensino públicas e privadas do país até 2020.

Hoje, porém, apenas 35% das escolas contam com bibliotecários. Para atender à demanda por esses profissionais, será necessário quadruplicar a oferta de trabalho – para ter uma ideia, hoje há 34 mil bibliotecários no país e 192 mil escolas da educação básica. Uma boa notícia para um mercado que cresce também por causa do surgimento de novas tecnologias, como as bibliotecas digitais. A má notícia é que pouco tem-se feito para cumprir a Lei, pois no Estado de São Paulo, onde se encontra o maior sistema de educação pública do país, a biblioteca escolar, como previsto na legislação, é difícil de ser encontrada nas unidades de ensino.

Para o vice-Presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia 8ª. Região (CRB8) e docente da FESPSP, Francisco Lopes de Aguiar, é preciso construir políticas públicas sólidas para fortalecer e redefinir o papel social da Biblioteca Escolar e da Biblioteca Pública. “A falta desde equipamento pedagógico na unidade de ensino faz com que o a biblioteca pública, quando ela é acessível, seja utilizada para suprir a demanda escolar, desviando-se dos objetivos prioritários”.

A Profa. Dra. Valéria Matin Valls, coordenadora do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da FESPSP, concorda com seu colega, e completa ressaltando que o desvio de objetivo pode afetar a qualidade do serviço oferecido tanto para o usuário escolar quanto para o usuário da biblioteca pública. “É preciso compreender as especializações que cada tipo de equipamento tem, no processo educacional que ocorre no ambiente escolar, as demandas e o tipo de acervo são focados para ações pedagógicas, enquanto a biblioteca pública exige outro tipo de abordagem e tratamento”.

Para os professores, tanto o equipamento público quanto o escolar carecem de melhor definição de seus papéis quanto aos objetivos, acervo e usuários atendidos. A falta de uma política pública para equipamentos compromete a educação e a cultura das próximas gerações de brasileiros. Estamos cada vez mais distantes do slogan Brasil, Pátria Educadora.

Como se nota, há muito a ser feito neste ano que o curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da FESPSP celebra 75 anos.

Sobre Francisco Lopes de Aguiar

Doutorando no Programa de Pós-Graduação de Ciência da Informação da Universidade de São Paulo- ECA/USP. Mestre em Ciência da Informação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC e bacharel em Biblioteconomia e Ciência da Informação pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo FaBCi-FESPSP. Docente no curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da FAINC e FaBCi-FESPSP e do curso de Pós-Graduação em Planejamento e Gerenciamento de Sistemas de Informação. Coordenador da Comissão de Fiscalização no Conselho Regional de Biblioteconomia do Estado de São Paulo/CRB8º e Editor de Tecnologia da Revista CRB8 Digital. Tem experiência na área de Ciência da Informação, utilizando-se de conhecimentos interdisciplinares entre as áreas de Biblioteconomia, Arquivologia, Ciência da Informação e Tecnologias da Informação. Atua no mercado de Gerenciamento Documentos, Dados, Informação e Conhecimento há aproximadamente 14 anos, desenvolvendo projetos de concepção e Implementação de Arquivos Empresariais/Corporativos, Centros de Informação e Documentação, Bibliotecas Universitárias/Especializadas, Bibliotecas/Repositórios Digitais/Institucionais, Informatização de Recursos e Serviços de Informação, Organização e Tratamento da Informação Arquivística/Corporativa, Mapeamento de Processos, Classificação de Conteúdos Arquivísticos, Descrição Arquivística, Avaliação Documental, TTD - Tabela de Temporalidade Documental, GED - Gerenciamento Eletrônico de Documentos. Desenvolvimento e Aplicação de Linguagens de Representação Documentária para organização e recuperação de conteúdos em ambiente digitais (Taxonomia e vocabulário controlado). Aplicação de Tecnologias da Informação e Comunicação baseadas na filosofia e metodologia do Movimento de Acesso Livre ao Conhecimento.

Sobre Valéria Martin Valls

Doutorado em Ciências da Comunicação (2005), Mestrado em Ciências da Comunicação (1998) e Graduação em Biblioteconomia e Documentação (1990) pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, além de extensão universitária em Docência pela Fundação Getúlio Vargas - FGV (2008). Coordenadora e docente do curso de graduação em Biblioteconomia e Ciência da Informação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FaBCI/FESPSP) e Coordenadora de curso e docente de pós-graduação da Escola Pós-Graduada da FESPSP (Núcleo de Ciência da Informação). Docente do MBA em Gestão Empresarial e Coaching (parceria FESPSP e SLAC). Primeira Tesoureira (Gestão 2014-2016) da ABECIN - Associação Brasileira de Educação em Ciência da Informação. Consultora associada em projetos ligados à gestão da qualidade, informação e conhecimento, além de atuar como palestrante nesses temas.

SOBRE A FESPSP

FESPSP: 82 anos de Reconhecimento

A Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) foi criada em 27 de abril de 1933, por iniciativa de pouco mais de uma centena de figuras eminentes da sociedade paulistana.

Orientada desde o início para o estudo da realidade brasileira e para a formação de quadros técnicos e dirigentes capazes de atuar no processo de modernização da sociedade, a FESPSP mantém o cursos de Sociologia e Política, de Biblioteconomia e Ciência da Informação, de Administração e cursos de Pós-Graduação em áreas de Ciências Sociais e afins.

O seu corpo de pesquisadores e docentes se dedica ao ensino e à pesquisa acadêmica e aplicada, reunindo à atividade de produção do conhecimento a capacidade de intervenção, gestão e planejamento, que tem sido a marca de atuação da instituição nos projetos desenvolvidos para os setores público e privado ao longo dos anos.





Marketing em UIs: um conceito ainda rejeitado pelos bibliotecários

Caroline e Viviane  - Marketing em Unidades de Informação - img destaque
Por, Caroline Daniela Santos
De acordo com Philip Kotler em sua obra Marketing para organizações que não visam o lucro, as organizações que não visam o lucro, se inserem em um denominado terceiro setor da sociedade, que defende como ameaçado por ter de satisfazer as demandas, sem recorrer aos auxílios lucrativos.
Nesse contexto, inserem-se as bibliotecas, visto que, devem atender as demandas sociais sem visar ao lucro. A maior parte das bibliotecas limita-se em satisfazer as necessidades dos usuários que a procuram, entretanto, é notável que o cenário atual, conta com bibliotecas vazias, pois a verdadeira missão da biblioteca não é compreendida pelos usuários e muitas vezes nem mesmo pelo profissional bibliotecário.
Segundo Sueli Amaral em seu artigo Marketing da informação, grande parte dos bibliotecários possuem forte aversão ao marketing em bibliotecas, outros acreditam que divulgar os serviços, produtos e eventos da biblioteca em cartazes, folhetos, marcadores de páginas e outros produtos que já foram amplamente explorados por essas instituições, é fazer marketing da biblioteca, entretanto, a divulgação ou promoção é apenas um processo do marketing.
Os bibliotecários que desejam alcançar o marketing como uma função social, que integra os processos de criação, comunicação e bom relacionamento com seu usuário, criando benefícios recíprocos entre instituição e comunidade atendida, devem compreender o processo de marketing através de contribuições de outras áreas do conhecimento, pois na Ciência da Informação o assunto é pouco abordado pelos pesquisadores.
Nota-se que há pouca discussão sobre o marketing em unidades de informação entre os pesquisadores da área. Para confirmar essa hipótese foi realizado um levantamento de publicações sobre o tema marketing em bibliotecas, na Scopus, base de dados pertencente à Elselvier e integrante do Portal de Periódicos da CAPES, onde foi analisado que o primeiro artigo sobre a temática encontrado na base data do ano de 1972 e que entre essa data e a atualidade foram publicados cerca de 1400 artigos sobre o assunto no mundo, conforme figura a seguir:
Caroline e Viviane  - Marketing em Unidades de Informação - grafico1
O gráfico evidencia o crescimento da temática nas publicações a partir da década de 2000, e uma grande contribuição a partir de 2010, colaborando assim para a compreensão da importância do processo de marketing em bibliotecas.
A análise na Scopus mostra também que o país com a maior contribuição para a temática é o Estados Unidos, que possui uma publicação superior a 500 artigos no período analisado, enquanto no Brasil, percebe-se uma contribuição mais recente e com apenas 8 artigos. Conforme quadro a seguir:
Caroline e Viviane  - Marketing em Unidades de Informação - grafico2
Com essa análise é perceptível que no Brasil o conceito de marketing em unidades de informação ainda não é maduro e que a pouca contribuição para a temática está relacionada à rejeição do conceito de marketing pelos profissionais bibliotecários, que ainda não assimilaram a ideia de “vender” seus serviços. Essa rejeição está ligada a formação acadêmica que os bibliotecários recebem no país, que há pouco tempo passa a contemplar o marketing como uma de suas disciplinas específicas.
De acordo com Alexandre Polli, em seu trabalho de conclusão de curso, “O bibliotecário na sociedade da informação”, a formação da biblioteconomia no Brasil é embasada no modelo norte-americano, que prioriza o domínio das técnicas biblioteconômicas. A adoção do modelo tecnicista no Brasil ocorre após a Biblioteca Nacional reformular seu currículo do curso de biblioteconomia, até então baseado no modelo europeu, evidenciando a nova posição assumida pelos bibliotecários da época e que se reflete até hoje em nossa sociedade, onde os bibliotecários possuem domínio técnico, mas não conseguem compreender as necessidades dos usuários.
É visto que muitas unidades de informação possuem produtos e serviços relevantes tanto em seu aspecto qualitativo quanto quantitativo, porém o bibliotecário ainda não compreendeu completamente seu papel na sociedade atual, que pode se dar através de contribuição educacional, cultural e social.
Os interesses e suportes informacionais se modificaram, portanto, atender as necessidades do usuário se faz primordial. Para que isso aconteça, conhecer o usuário real e potencial é o primeiro passo. Após conhecer seu público, é possível saber as suas necessidades e desenvolver práticas que as atendam.
Sueli Amaral em sua obra “Marketing: abordagem em unidades de informação” esclarece que o bibliotecário brasileiro precisa conhecer as técnicas de marketing para aplicá-las satisfatoriamente, já que implica em mudanças e precisam ser planejadas. O planejamento estratégico deve fazer parte da rotina do bibliotecário gestor, já que permite modificar, prevenir, antecipar e identificar ameaças e oportunidades para melhorar os seus produtos e serviços bem como atrair usuários potenciais.
A falta de habilidade em realizar a gestão de uma unidade de informação, muitas vezes, está relacionada à inexistência de um plano de marketing. Nesse caso o gestor deve propor um plano de marketing que terá como finalidade analisar, promover e divulgar os serviços e produtos, seja da biblioteca, museu, arquivo ou centro de documentação.
De acordo com Shapiro em sua obra “Marketing and the information professional”, um plano de marketing deve abranger as seguintes etapas:
  1. Fatores externos relevantes, providenciando um contexto para o marketing. Tais fatores incluem “constrangimentos” organizacionais, desenvolvimentos tecnológicos, mudanças demográficas importantes, etc.;
  2. O problema de processamento de informação que o segmento de mercado está tentando resolver e a frequência relativa com que seus membros dependem das diferentes fontes de informação, incluindo o produto ou serviço que você está oferecendo, para encontrar a solução àquele problema;
  3. Um postulado específico em termos quantitativos, de quanto se deseja aumentar o uso da biblioteca durante um período específico;
  4. Determinar exatamente o que será feito (e como) para que este aumento de uso proposto ocorra realmente.
Percebe-se que o marketing está relacionado a administração e trabalha sempre com planejamento, decisões, estratégias e avaliação. Podemos refletir que a proposta do plano de marketing é nortear o trabalho do gestor. O bibliotecário não deve pensar somente no marketing em seu aspecto quantitativo, aumento de número de usuário para a biblioteca, mas é essencial pensar na qualidade desses produtos e serviços como forma de atender as necessidades informacionais.
Colaboraram: Paulo Henrique Lima; Vivian Dantas.

Onde está o bibliotecário?


Por Bruna Bacalgini

No dia 12 de Março foi comemorado o dia do bibliotecário. O próprio nome bibliotecário já nos faz lembrar de biblioteca, mas será que este é o único local em que podemos encontrar um bibliotecário?

O bibliotecário é o profissional que trabalha com a gestão da informação, esteja a informação em qual suporte for, seja livros, sites, bases de dados, fotos, jornais, enfim, onde existir um conjunto de informações para organizar e pesquisar, lá o bibliotecário poderá atuar.

Em um mundo cada vez mais digital e com um mar de informações à disposição somente a alguns cliques, qual o papel do bibliotecário? Diante de tantos textos, imagens, links, posts e dados na web, como encontrar a informação de que realmente precisamos? Como saber se a informação disponível na internet tem credibilidade? O bibliotecário é o profissional que poderá auxiliar o cidadão a encontrar a informação que necessita utilizando conhecimentos, técnicas, ferramentas e sua experiência profissional para buscar fontes de informações seguras e precisas.

Para organizar um acervo, seja ele físico ou digital, o bibliotecário necessita conhecer o público que irá utilizá-lo. Organizar o acervo de acordo com as necessidades e perfis de seus usuários. Mais do que entender e gostar de livros, este profissional precisa amar se comunicar com pessoas. Pessoas precisam localizar informações e para localizá-las é preciso que estejam guardadas e organizadas. Assim, os usuários são a razão de ser dessa profissão. Mais do que ser organizado, o bibliotecário precisa ser comunicativo. Interagir com pessoas e compreender o que elas buscam de informação é uma das principais atribuições do bibliotecário. Sem essa comunicação com o usuário, não é possível saber exatamente o que ele precisa e assim, encontrar a informação necessária.

Este profissional sabe quão valiosa uma informação pode ser para uma pessoa, desta forma, o atendimento ao usuário não é somente entregar um livro ou um documento, mas sim buscar com determinação e persistência a informação que fará diferença no cotidiano de seus usuários. Ele lida com sonhos, desejos, necessidades, dúvidas e anseios das pessoas, então quem serão seus usuários? Alguém que presta um concurso público e busca material para estudo; um cientista que precisa de dados para sua pesquisa; um advogado que precisa encontrar a legislação pertinente para defender a causa de seu cliente; um empresário que quer fechar negócio, mas precisa de mais dados sobre um setor econômico; uma criança que quer histórias para ler; um músico que precisa de uma partitura; um jornalista que precisa de um dado histórico para apresentar na reportagem... Enfim, são tantos os anseios que um bibliotecário pode atender que ele é um profissional não só da informação, mas da comunicação: interação faz parte do seu dia a dia.

O bibliotecário é também um agente de transformação, sugere ideias, busca alternativas, auxilia na tomada de decisões e promove e incentiva a leitura. Ao gerir um acervo, sabe que a preservação e a organização possibilitam o acesso à informação, permitindo que o conhecimento chegue às pessoas. Sabemos que o conhecimento faz parte do progresso social, econômico, científico, tecnológico e cultural, desta maneira, atuar no compartilhamento e na socialização do conhecimento faz o bibliotecário ser um agente de transformação.

Engana-se quem pensa que o serviço do bibliotecário é quieto e tranquilo: o profissional lida com o ruído das inquietações, das conversas de seus usuários apresentando dúvidas, das solicitações por pesquisas que surgem na tela de seus computadores a cada dia, das discussões em reuniões para conquistar melhorias em seus locais de trabalho, de respostas velozes para atender às demandas solicitadas com urgência, além de estar antenado com as novidades tecnológicas para melhor desenvolver seus serviços.
A missão do bibliotecário é estar onde for preciso para preservar, organizar e disponibilizar a informação, permitindo que as pessoas encontrem exatamente o que precisam.

Bruna Bacalgini, bibliotecária na Universidade Estadual Paulista (Unesp) Campus Sorocaba.

Salão do Livro de Paris homenageia o Brasil




Diversidade da literatura brasileira será representada por 48 autores. Dos best-seller mundiais de Paulo Coelho ao cru universo de Rodrigo Ciríaco, o Salão do Livro de Paris prestará homenagem neste mês à diversidade da literatura brasileira, representada por 48 autores convidados. “É um salão único no mundo, porque oferece a proposta mais eclética e mais ampla de livros”, afirmou o comissário geral do salão, Bernard Morisset, ao apresentar o evento, que ocorrerá entre 20 e 23 deste mês.

Cerca de 200 mil visitantes são esperados na Porta de Versalles (Sudoeste de Paris), onde 1,2 mil expositores e 30 mil profissionais da edição organizarão mais de 400 encontros e 4.700 sessões de autógrafos de livros de todos os gêneros por seus autores. Haverá distintos eixos temáticos, como literatura jovem, culinária, viagens e aventuras, artes e direitos humanos.

Em 2014, o convidado de honra foi a Argentina – posto que neste ano é do Brasil. É a segunda vez que o Brasil é convidado de honra, fato sem precedentes na história do salão parisiense. A primeira participação foi em 1998. Está sendo preparado um pavilhão de 500 metros quadrados, muito colorido. “Desta vez, os brasileiros querem colocar ênfase na presença de profissionais”, afirmou Morisset.

ARGENTINA No ano passado, a homenagem à literatura argentina havia levantado uma controvérsia, porque vários autores ausentes denunciaram em Buenos Aires que a lista oficial de convidados estava integrada principalmente por “escritores K”, simpatizantes do governo peronista da presidente Cristina Kirchner.

Os atritos continuaram, inclusive quando terminou o evento, já que, segundo os organizadores franceses, eles levaram meses para conseguir cobrar uma conta de 400 mil euros, cujo pagamento correspondia à Argentina. “Ficou uma parte a pagar, a cargo do Estado argentino, demoraram para pagá-la, mas agora tudo ficou resolvido”, afirmou Morisset.

De acordo com o governo brasileiro, os custos da participação do Brasil serão divididos e, segundo Morisset, “essa divisão garante listas mais abertas”. E mais equilibradas, por exemplo, em termos de participação masculina e feminina, ou de escritores jovens e veteranos. “Será um grande evento qualitativo, queremos evitar cair na contagem de presentes e ausentes”, insistiu.

A mostra da diversidade literária brasileira abarcará desde as populares reflexões de Coelho ao realismo sem máscaras de Rodrigo Ciríaco, autor de Te pego lá fora, sobre as escolas da periferia de São Paulo, passando por um chefe indígena da Amazônia, Almir Narayamoga, que apresentará suas propostas para Salvar o planeta.

Ana Maria Machado (ficcção e juventude), Bernardo Carvalho (ficção, teatro), Adriana Lisboa (ficção), Patricia Melo (policial) e Nelida Piñon (ficção) também fazem parte da lista de convidados, que inclui autores de história em quadrinhos como Daniel Galera, Fábio Moon e Marcello Quintanilha.

O salão, sob estritas medidas de segurança, já que desde os atentados de janeiro Paris segue sob alerta máximo antiterrorista, será inaugurado dia 19 próximo pelo primeiro-ministro Manuel Valls. Espera que o presidente François Hollande faça uma visita no fim de semana.

No ano passado, os participantes tinham por desafio revelar o livro que havia mudado a vida deles. Agora, deverão nomear e divulgar nas redes sociais o herói favorito que conheceram nas páginas de um livro.

Empresários recorrem aos livros para estimular empreendedorismo


A história de um rapaz pobre, nascido em Itamogi (MG), e que se tornou um dos grandes nomes no ramo de transporte do País, dá início à série Grandes Empresários Acirp, patrocinada pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto.

“Uma Vida de Entrega – Dos pedais da bicicleta à trajetória de sucesso de João Naves” é o título do livro que conta em detalhes a vida do fundador do grupo Rodonaves. A obra, com edição inicial de 4.500 exemplares, foi escrita pelos jornalistas Ana Cândida Tofeti, André Luiz Rezende e Robson Campi, com prefácio da também jornalista Edith Gonçalves.

Com oito capítulos e 144 páginas, o livro aborda a infância de João Naves, sua mudança para Ribeirão, o início, quando a empresa era um pequeno box da rodoviária local, até o sucesso como empreendedor.
Na foto da capa, João está ao lado de uma bicicleta de carga, que era utilizada por ele para as primeiras entregas. Um símbolo de sua perseverança.

“Acreditamos muito no projeto. Recuperamos várias coisas sobre minha história depois de muita pesquisa e atualizamos as informações. Sou suspeito pra falar, mas achei que o livro ficou muito bom”, afirma Naves.

Na verdade, a ideia para a biografia foi do próprio empresário, que já havia dado início a um livro sobre sua vida, mas o projeto ficou em “banho-maria” até que a ACI resolveu participar. “Conversando com o [vice-presidente da ACI José Carlos] Carvalho, ele me animou bastante a retomar o projeto. No final, foi algo que acabou superando as minhas expectativas. Li e vi coisas ali que me emocionaram muito”, comenta.

Perfil

Carvalho conta que, após a conversa com Naves, levou a ideia do livro para a direção da ACI, que aprovou a série. O vice-presidente afirma que Naves era o tipo de empreendedor que merecia uma biografia. Os outros nomes escolhidos pela Associação para a série vão seguir o mesmo perfil. “Ou seja, tem que ser um empreendedor que começou do zero e atingiu um nível de expressão nacional. Ele deve estar ainda vivo e à frente da direção de sua empresa”, informa Carvalho.


O próximo empresário a ganhar uma biografia é o fundador do Grupo Santa Helena, Renato Fechino. Carvalho diz que o objetivo é lançar os livros sempre no mês de agosto, aniversário da Acirp. “Acho importante registrar uma história de sucesso. Alguém que sirva de exemplo e referência para os estudantes e a uma nova geração de empresários”, ressalta.

Renda é revertida para hospital do Câncer

Uma das autoras de “Uma Vida de Entrega”, a jornalista Ana Cândida Tofeti afirma que a série surgiu para atender a uma das principais diretrizes da ACI: ser um centro de reflexão empresarial em Ribeirão. “O objetivo é que os livros da série sirvam de informação, inspiração e consulta aos interessados na livre iniciativa, como empreendedores, gestores, jornalistas e estudantes”, diz.

Ana comenta que, para escrever o livro, foram realizadas muitas entrevistas com familiares, amigos e colaboradores de João Naves, boa parte delas feita pelo jornalista André Luís Rezende, co-autor do livro.

Ana ajudou na redação com outras entrevistas e adequações, complementadas pelo também autor Robson Campi, que entrou na última etapa e foi responsável pelos ajustes finais. O que mais chamou a atenção da jornalista na história foi a garra e a perseverança de Naves.

“Ele nasceu em uma família muito simples, criada na roça, mas que soube com honestidade e muito senso de oportunidade aproveitar as chances que a vida lhe reservou”, afirma.

Vale lembrar que toda a renda obtida com a venda dos livros será destinada ao Hospital do Câncer de Ribeirão Preto - Fundação SOBECCan. Para mais informações sobre o livro, contato pelo e-mail marketing@rte.com.br.