Professora cria projeto para debater questões de gênero em escola de SP



Por que, nas escolas, as filas são separadas entre meninos e meninas? E por que é ‘natural’ que, nas aulas de educação física, as meninas joguem vôlei, enquanto os meninos jogam futebol?

Refletindo sobre questões como essas, Mayla Rosa Rodrigues, professora da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Frei Francisco Mont’Alverne, na Vila Domitila, zona leste de São Paulo, percebeu como a escola costuma reforçar práticas desiguais que acontecem na sociedade.

“Os meninos são muito mais incentivados a desenvolver atividades físicas e muito mais elogiados pelo seu desenvolvimento em matérias como matemática, enquanto as meninas brincam de como “ser mamãe” e são mais incentivadas a se desenvolver em matérias linguísticas”, conta a professora.

A partir disso, Mayla passou a analisar com um olhar mais crítico os livros didáticos e livros de literatura infantil –e encontrou neles também uma repetição de estereótipos, “seja quando apresentam meninas apenas como ajudantes dos meninos cientistas ou quando deixam de mostrar meninas negras”.

Mulheres na História

Mayla resolveu, então, criar o projeto “Mulheres na História”, onde são debatidos estereótipos de comportamento, sejam eles de gênero, raciais, sexuais ou de classe. Para isso, os principais mecanismos que são utilizados com uma turma de alunos do 4º ano são a pesquisa e as leituras biográficas de mulheres.

“As crianças estão pesquisando mulheres que fizeram parte da nossa história e que são frequentemente apagadas e silenciadas. Por exemplo, muitos sabem quem foi Martin Luther King, mas poucos conhecem [a ativista negra norte-americana] Rosa Parks”, explica Mayla.

Para a professora, é papel da escola desconstruir a ideia de que apenas os homens constroem e transformam a história. “Quando mulheres são apresentadas apenas como coadjuvantes, elas passam a acreditar que essa é sua única possibilidade”, afirma.

Entre as mulheres que os alunos já estudaram, estão Aqualtune, grande símbolo de resistência negra e avó de Zumbi dos Palmares; Jackie Joyner-Kersee, atleta americana de destaque no heptatlo e no salto a distância; e Maria da Penha, líder brasileira de movimentos em defesa dos direitos da mulher e que inspirou a criação da lei homônima que completa uma década este ano.

Mudanças no comportamento

Mayla, que se considera feminista, conta que para ela as desigualdades de gênero sempre foram motivo de inquietação. “Fui criada pela minha mãe com mais duas irmãs e, toda vez que alguém via minha casa minimamente bagunçada, o comentário era imediato: ‘como uma casa com tanta mulher pode ser bagunçada?’. Aquilo me incomodava muito”, lembra.

É justamente essa visão de mundo que a professora busca ampliar, além de não limitar o potencial das crianças em “caixinhas” de coisas destinadas apenas para meninas ou para meninos. Com a realização do projeto, ela diz que a mudança no comportamento das crianças é nítida.

“Os conflitos que enfrentávamos no início do ano estão quase extintos, pois as crianças passaram a se respeitar mais, a entender o limite do outro e a ouvir o ‘não’ do colega. Além disso, como todas as crianças se sentem ouvidas, o interesse delas em sala de aula aumentou consideravelmente.”

Autonomia e pensamento crítico

Outro reflexo do projeto é um maior desenvolvimento da autonomia das crianças, que não esperam mais que apenas a professora traga leituras ou diga a elas o que escrever. “Elas me trazem notícias que querem discutir em sala ou livros que gostariam que eu lesse para todos e criticam filmes e livros que não tenham personagens negros”, explica Mayla.

Apesar de o projeto ter sido desenvolvido por iniciativa própria, a professora ressalta a importância do suporte da escola. “Desde que comecei a desenvolver o projeto em sala, recebi apoio da equipe gestora, além de muitos elogios”, afirma.
Escola sem Partido

Para Mayla, “todo profissional da educação deveria ter autonomia em sala de aula” – uma ideia que bate de frente com o programa “Escola sem Partido”, que condena uma suposta doutrinação ideológica no ensino.

“Quando defensores do programa dizem que os professores não são isentos de ideologia e, por isso, vão ensinar às crianças o que se deve pensar, ignoram que elas não são sujeitos sem capacidade de crítica”, explica.

A professora ainda diz que a escola é um espaço onde o direito de aprendizagem da criança e a pluralidade de ideias e de concepções devem ser mantidos. “Há a necessidade urgente de se pensar em práticas inclusivas, que considerem as diferenças e a diversidade de opiniões sem demonizá-las, nunca o contrário”.

Explore o vasto (e quase escondido) acervo de audiolivros do Spotify


Nem só de música vive o Spotify. Caso você já tenha tirado alguns minutos para explorar as várias categorias do serviço de streaming de áudio, é possível que já tenha esbarrado, por exemplo, no gênero Comedy/Comédia, que reúne quadros de stand-up de grandes comediantes e até playlists com piadas curtas. Mas é bem provável que você ainda não saiba que, em meio ao vasto acervo do serviço, estão disponíveis obras literárias integrais na língua inglesa – um achado para quem quer treinar a proficiência na língua estrangeira ou para quem já tem o hábito de consumir audiolivros.

Parte do conteúdo em áudio está reunido no gênero Word – “Palavra”, em português, que também aparece no serviço com o nome “Do Mundo” – e pode ser acessado através do navegador clicando aqui ou através do aplicativo para celular e desktop digitando na busca spotify:genre:word. São, ao todo, 30 playlists com diferentes conteúdos, que incluem contos de fadas e fábulas, histórias de terror (que vão desde contos de Edgar Allan Poe até narrações do mestre do suspense Alfred Hitchcock), histórias de ação e aventura (com clássicos como Os três mosqueteiros, de Alexandre Dumas, e Moby Dick, de Herman Melville), literatura escrita por mulheres (que inclui Mrs. Dalloway, romance de Virginia Woolf), uma coletânea de escritos das irmãs Brontë (com os clássicos Jane Eyre e Morro dos Ventos Uivantes) e até mesmo um guia hipster de poesias.

O que torna o conteúdo ainda mais interessante é que ele permite ouvir as palavras na voz dos próprios autores. É o poeta Allen Ginsberg, por exemplo, quem lê o seu poema Howl/Uivo, considerado um dos grandes escritos da Geração Beat – também representada na voz do autor de On the Road, Jack Kerouac. Há também por lá diversas leituras do escritor James Joyce de suas obras de peso, como Ulisses. É possível também conhecer os grandes poemas de Sylvia Plath e Gertrude Stein nas vozes das autoras.

Quem estiver interessado em garimpar, pode encontrar no Spotify muito mais opções de conteúdo literário, desde audiolivros até palestras e falas de grandes autores e autoras – Open Culture listou 75 boas opções . É possível encontrar por lá até mesmo a famosa transmissão radiofônica de Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, feita por Orson Welles (diretor de Cidadão Kane), que teria causado pânico entre os ouvintes desavisados que pensaram se tratar de um boletim de notícias real sobre uma invasão alienígena.

A disponibilização do conteúdo literário em áudio está alinhada a uma tendência mundial, apesar do formato ainda não ter pegado no Brasil. Enquanto editoras lidam com a queda nas vendas de livros em mídia impressa e digital, o mercado de audiolivros apresenta crescimento – nos Estados Unidos, o número de downloads cresceu 38,1% em 2015, segundo a Association of American Publishers. O Audible, plataforma de audiolivros da Amazon que oferece conteúdo através de uma assinatura mensal, tem apresentado crescimento anual de 40% por ano. Em 2015, os assinantes ouviram 1,6 bilhões de horas de conteúdo (em 2014, foram 1,2 bilhões). O serviço conta com livros em 37 idiomas, mas o acervo em português ainda é tímido – são cerca de 100 títulos até o momento.

Menino de 12 anos lança segunda obra de finanças



Uma mente brilhante. Não seia demais dizer isso de Érico Metzner, um dos mais jovens escritores brasileiros, que com apenas 12 anos de idade já tem a façanha de lançar seu segundo livro, e não escolheu uma das livrarias da sua cidade, Cuiabá, para o lançamento, a ousadia foi ainda maior, e foi na Bienal Internacional do Livro em SP, que mostrou ao público seu "Din-Din", um livro que possui um formato lúdico, e que pode ser utilizado como jogo, indicado para crianças a partir de 8 anos e famílias que querem fortalecer os conceitos de finanças e aprender sobre dinheiro.



O primeiro livro de Érico Metzner, "Como conquistar seu próprio dinheiro", foi lançado em 27/11/2015 e já está na segunda edição, com o depoimento de Gustavo Cerbasi, um dos maiores escritores do gênero de livros com foco em finanças: “Fiquei fascinado com o trabalho do Erico, uma honra tê-lo conhecido pessoalmente. Jovem e consciente das oportunidades e de sua missão, é um dos melhores exemplos da nova geração e rompe com modelos educacionais limitantes e que acredita que um futuro melhor não depende de ninguém a não ser deles mesmos”.
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O jovem escritor diz que a experiência de participar da Bienal do Livro foi fantástica, por ter acesso a uma enorme quantidade de livros e conversar com diversos autores. “Na Bienal além de expor, comprei diversos livros, mais de 7.000 páginas”. “Em leitura eu não economizo,” diz o pequeno escritor de finanças pessoais.

Eliane Jaqueline conta que desde pequeno, ensinou seu filho a fazer escolhas. No supermercado, ele podia escolher um item adicional por vez. Mesmo tendo condições, dar tudo a um filho pode atrapalhar o seu desenvolvimento emocional. Fazer escolhas desde cedo possibilita à criança um entendimento maior do mundo, e que ela é parte integrante e não o seu centro. Com relação a dinheiro, não é porque tem que ele deve ser gasto. O conceito de consumo consciente ajuda a criança a tomar estas pequenas decisões.

Quando Érico tinha seis anos, Jaqueline conta que ele passou a receber dela e do seu marido a "semanada" ao inves de comprarem ao filho adicionais a ele, como sorvete, lanche do domingo, cinema, etc.. encontraram uma alternativa de educá-lo. Com isso, ele aprendeu a escolher entre usar agora ou guardar para adquirir coisas melhores depois. Jaqueline conta que o filho erroi por algumas vezes, mas depois aprendeu a encontrar o equilíbrio: usar um pouco e guardar um pouco, colocando como objetivo sonhos maiores. Com isso, aliado a outras estratégias que ele conta no livro, ele conseguiu comprar um celular, tablet, TV e videogame. "Como mãe, incentivei meu filho a contar a sua história em livro, para incentivar outras crianças e adolescentes a buscarem os seus sonhos, a serem proativos e contribuir para um mundo melhor e mais consciente. Em meu papel de mãe, incentivo e apóio. Meu desejo é que ele seja feliz com suas escolhas".

Para Jaqueline ter participado da Bienal foi emocionante, viu seu filho brilhar e isso foi o maior presente que ela poderia receber. Vale destacar que a Bienal Internacional do Livro em São Paulo, aconteceu de 26 de agosto a 4 de setembro e reuniu mais de 700 mil pessoas, em um espaço de aproximadamente 60 mil metros quadrados. Cerca de 480 expositores apresentaram os principais lançamentos do país. E foi muito orgulho ter um jovem escritor mato-grossense, em meio a tamanha efervescência da literatura.

Fonte: http://bit.ly/2dxw6TV

Desempregado, professor de história dá aulas em ônibus



Um professor começou a fazer sucesso na internet depois que uma passageira divulgou um relato sobre a experiência que teve ao receber sua aula de história, realizada dentro de um ônibus em Belém, no Pará. O rapaz, Eduardo Veras, possui até canal no YouTube com os registros de algumas das aulas divulgadas desde março de 2016.
No relato, a mulher, identificada como Alexandra Abdon, fala que o professor está desempregado e compartilha com os passageiros seu sonho de fazer mestrado e ensinar em universidades. Eduardo distribui resumos para que os passageiros possam acompanhar as aulas, recolhidos ao final, com qualquer contribuição, caso alguém queira ajudá-lo.

                           


“Eu acredito que a Educação pode salvar o nosso País. E é por isso que quando vejo esse tipo de coisa, não consigo fazer vista grossa. O Professor Eduardo Veras é mais um desempregado, mais um sem oportunidade, mais um que poderia optar em nos assaltar no coletivo, ao invés de nos dar aula. Mas ele preferiu fazer o que melhor sabe: ENSINAR. E de uma forma maravilhosamente didática”, disse Alexandra em seu Facebook, em postagem que começou a ser compartilhada por internautas de todo o Brasil em menos de 24 horas.
Eduardo mantém um canal no YouTube, com poucas postagens. Entre as metas estabelecidas por ele, está a de chegar a 1 milhão de visualizações um dia.

Acompanhe o post:

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Estava eu em mais um dia normal em minha vida, saindo do estágio e indo de busão para casa almoçar. Não esperava que nada me surpreendesse, até entrar um rapaz dentro do ônibus, com uma mochila nas costas.

Logo pensei: é apenas mais um do Vasos de Honra, ou um vendedor chato que pede "um minutinho da nossa atenção" gritando. É mais um que por falta de opção, optou por ganhar seu dinheirinho no fim do dia vendendo crokíssimos, jujubas, pipocas, pastilhas ice kiss e mentos. Mas não era.
Era um rapaz branco, de estatura mediana, loiro dos olhos azuis, aparentava ter uns 27-30 anos. Porém esse não era o mais importante. As surpresas começaram quando ele distribuiu um certo papel para todos os passageiros (inclusive eu).
Não era um pedido de ajuda para arrecadar dinheiro ou doações. Era um papel ilustrativo sobre o Descobrimento da América, o Tratado de Tordesilhas... ERA ASSUNTO DE HISTÓRIA. Isso mesmo, HISTÓRIA.
Foi então que ele se colocou à frente do coletivo para apresentar o seu trabalho, e disse com as seguintes textuais: "Meu trabalho é dar aula de História dentro do coletivo. A história que pode te ajudar no Enem, a história que pode te ajudar no Concurso Público, que pode te ajudar na leitura de um livro (...)" ele também disse que o papel ilustrativo não estava à venda, pois era apenas para acompanhar a aula. E quem, no final, pudesse ajudar com qualquer valor simbólico, ficaria muito agradecido.
Então começou a aula.
Confesso que há anos fazendo Faculdade de Direito, fazia muito tempo que eu não ouvia mais falar em Cristóvão Colombo, aquele grande Navegador e Explorador que queria chegar nas Índias e por engano descobriu a América. Ele também ao entrar nos coletivos, fala sobre o Feudalismo.
Fiquei impressionada e ao mesmo tempo muito feliz, por isso não hesitei em dar minha contribuição. E antes de que terminasse a "aula", já havia separado o meu trocadinho.
Ao final, o rapaz então se apresentou. Chama-se Eduardo Veras, e ele é PROFESSOR DE HISTÓRIA. Isso mesmo, PROFESSOR. Um professor cheio de sonhos. Ele disse que o seu maior sonho era fazer o Mestrado e ser Professor Universitário. Disse também que possui vídeos no YouTube, e seu objetivo era chegar a um milhão de visualizações. E no final, deixou a seguinte frase: "Hoje a lagarta que rasteja no chão, amanhã é a borboleta que voa no céu. Acredito em meus sonhos e objetivos, e sei que um dia chegarei lá!"
Eu precisava compartilhar isso com vocês, pois achei simplesmente sensacional!!! Eu acredito que a Educação pode salvar o nosso País. E é por isso que quando vejo esse tipo de coisa, não consigo fazer vista grossa. O Professor Eduardo Veras é mais um desempregado, mais um sem oportunidade, mais um que poderia optar em nos assaltar no coletivo, ao invés de nos dar aula. Mas ele preferiu fazer o que melhor sabe: ENSINAR. E de uma forma maravilhosamente didática.
Conheçam o Professor Eduardo Veras:

Vamos aumentar as visualizações dos vídeos dele no YouTube? Se puderem, se inscrevam no canal também:
A Educação é o melhor caminho. 
OBRIGADA PELA AULA, PROFESSOR!

Belém/PA, em 25 de agosto de 2016.