Biblioteca virtual Gale fecha parceria com Google para melhorar acesso à pesquisa

Ao integrar seus conteúdos com aplicativos de educação do Google, Gale permite que estudantes e professores facilmente façam download, compartilhem e salvem artigos.

Gale, parte da Cengage Learning, acaba de ser certificada oficialmente como uma Parceira para a Educação do Google com a solução a Gale Virtual Reference Library (GVRL) e é uma das 15 selecionadas para testar a nova ferramenta do aplicativo Classroom da gigante de internet. O acordo permite que usuários façam download, compartilhem e salvem conteúdo da Gale em aplicativos do Google, como Drive, Docs, Gmail e Classroom, os quais reúnem mais de 40 milhões de usuários. Além disso, estudantes e professores que utilizam essas plataformas conseguirão acessar os recursos de pesquisa da biblioteca In Context, da Gale.
A parceria oferece potencial imenso para aperfeiçoar o aprendizado, uma vez que encontra os estudantes onde eles estão: no meio digital. Com a iniciativa, Gale ajuda educadores a melhorar o engajamento dos alunos e a encorajar a colaboração – em qualquer lugar e em qualquer dispositivo. A nova ferramenta do Classroom estará disponível na In Context em breve. Com a funcionalidade, professores e alunos poderão incluir conteúdos da biblioteca em tarefas ou anúncios de aula do aplicativo com um único clique.
Esta não é primeira parceria entre as empresas. Em junho deste ano, os conteúdos da biblioteca GVRL Gale também foram indexados no Google Scholar, tornando os textos mais fáceis de serem encontrados por pesquisadores.
Sobre a biblioteca
Gale é líder mundial em pesquisa e publicação educacional para bibliotecas, escolas e empresas. Mais conhecida por seu conteúdo de referência e por sua catalogação dos textos completo de revistas e artigos de jornais em bases de dados pesquisáveis, a empresa cria e mantém mais de 600 bases de dados que são publicadas on-line e mais de 8.500 e-Books de referência em uma plataforma exclusiva e premiada mundialmente, a Gale Virtual Reference Library (GVRL). A família Gale de e-Books também inclui marcas de referências notáveis como Macmillan Reference USA™, Charles Scribner’s Sons®, Primary Source Media™, Thorndike Press®, Christian Large Print™, Wheeler Publishing™, Five Star™ e Large Print Press™. Gale também serve ao mercado de educação básica com impressos das marcas U•X•L®, Greenhaven Press®, Lucent Books®, KidHaven Press e Sleeping Bear Press™.
Sobre a Cengage Learning
A Cengage Learning é uma empresa líder em conteúdos, tecnologias e serviços educacionais para os ensinos nos níveis básico, fundamental e médio (K-12) e também superior, além de atender mercados profissionais e bibliotecários em todo o mundo. A empresa oferece conteúdos, serviços personalizados e soluções digitais orientados aos cursos que aceleram o envolvimento dos alunos e transformam a experiência de aprendizagem. Com sede em Boston (MA), a Cengage Learning opera em mais de 20 países ao redor do mundo, inclusive no Brasil. 

Cópia de livros ainda é considerada ilegal

Lei 9.610 de junho de 1998 qualificava como ilegal a cópia integral de obras protegidas.


Atire a primeira pedra o estudante que nunca fez cópia de um livro para estudar, fazer pesquisas, ou preparar teses. A prática é comum principalmente entre acadêmicos, seja por não encontrarem o livro para comprar ou simplesmente por não possuírem condições financeiras. O fato é que fazer cópias de livros se tornou algo tão normal que é raro encontrar alguma Universidade que não tenha a sala de “xerox”.
Segundo a Cartilha de Direitos Fundamentais da ONU, o direito de consultas às obras literárias, artísticas culturais e cientificas mundial para uso individual é assegurado aos cidadãos independente de consultas prévias dos autores ou titulares dos direitos autorais das obras em questão. Esse direito se aplica na busca por fontes alternativas que ampliem o conhecimento do indivíduo e contribuam para a formação do senso crítico do mesmo.
No entanto, a Lei 9.610 de junho de 1998 qualificava como ilegal a cópia integral de obras protegidas, porém, não considerava crime, desde que não fosse com objetivos comerciais. Muitos autores consideram a reprodução como prejuízo financeiro, devido a disseminação das cópias ditas irregulares por não respeitarem a questão de direito autoral.
Em 2012, uma comissão formada por juristas do Senado Federal considerou que a cópia integral para uso pessoal não seria considerada ilegal, uma vez que, antes disso, apenas cópias parciais eram permitidas legalmente. As regras, contudo, se tornaram mais rígidas em relação ao desrespeito aos direitos autorais. O advogado representante da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR), Dalizio Barros, chegou a comentar na época que a obtenção de lucro em cima de fotocópias não precisa necessariamente ser para quem faz a cópia por conta própria, mas para quem trabalha com este tipo de prática; não só para fotocopiadoras tradicionais, mas principalmente, para a pirataria digital.
Já os estudantes, principais consumidores das cópias de livros, destacam os altos preços dos exemplares novos e que, dependendo da obra, a cópia pode custar menos da metade e a diferença chega a ser considerável em se tratando da quantidade de materiais necessários para estudo e trabalhos.
 “As cópias em muitos casos saem mais baratas do que comprar os livros novos, outra opção são os sebos, físicos e virtuais, onde temos a possibilidade de encontrar livros de qualquer tipo e de qualquer área” conta o estudante Tiago Almeida, da Universidade Federal do Amapá.
Outra alternativa  são as publicações encontradas no Google Books, ferramenta do Google que disponibiliza livros e artigos acadêmicos para consulta, assim como o Google Acadêmico.
 A dificuldade em controlar este tipo de prática também deve ser levada em consideração, seja pela fotocópia ou reprodução digital; para os estudantes a antiga legislação era, basicamente, “inútil”. Os professores também acreditam que considerar ilegal a cópia de textos apenas dificulta no aprendizado dos alunos, uma vez que alguns livros de bibliografias básicas são de edições esgotadas ou de difícil acesso e nem sempre estão ao alcance dos alunos.
A questão é que, sendo ilegal ou não, a xerox de livros é estritamente necessária para quem as utiliza, principalmente quando o assunto são os trabalhos universitários.

Livro bebível consegue filtrar água suja







O "livro bebível" é feito de papel tratado e traz informações impressas nas páginas sobre como e por que a água deve ser filtrada.

Para filtrar a água adequadamente, as páginas têm nanopartículas de prata ou cobre, que matam bactérias à medida que a água passa pelas páginas.

Os cientistas fizeram testes em 25 fontes de água contaminadas espalhadas por África do Sul, Gana e Bangladesh. Nos testes, o papel conseguiu remover mais de 99% das bactérias.

Após as filtragens, a água ficou com um nível de contaminação parecido ao da água que sai das torneiras nos Estados Unidos, segundo os cientistas. Também foram detectados níveis minúsculos de prata ou cobre na água filtrada, mas dentro do considerado seguro.

Os resultados da experiência foram apresentados no 250º Encontro da Sociedade Americana de Química, em Boston, nos Estados Unidos.

Teri Dankovich, pesquisadora em pós-doutorado da Universidade Carnegie Mellon em Pittsburgh, desenvolveu e testou a tecnologia durante vários anos, trabalhando com a Universidade McGill, no Canadá, e, depois, com a Universidade da Virgínia.

"(O livro) É voltado às comunidades de países em desenvolvimento", disse Dankovich à BBC, acrescentando que 663 milhões de pessoas no mundo todo não têm acesso a água potável.

"Tudo o que você precisa fazer é arrancar uma folha, colocar em um suporte para filtro comum e despejar água de rios, riachos, poços etc, e, do outro lado, vai sair água limpa - e bactérias mortas também."

Isso porque as bactérias absorvem os íons de prata ou cobre enquanto atravessam o papel.

100 litros

Segundo os testes realizados pela cientista, uma página pode limpar até 100 litros de água. Um livro inteiro pode fornecer água limpa por quatro anos.

A pesquisadora já testou o papel em laboratório usando água contaminada artificialmente e, depois disso, fez exames em campo em países em desenvolvimento, com ONGs como Water is Live e a iDE.

Nos testes em países africanos e em Bangladesh, a contagem de bactéria nas amostras de água filtrada caiu em média mais de 99% e, na maioria das amostras, caiu para zero.

"Depois que filtramos a água com o papel, mais do que 90% das amostras não tinham bactérias viáveis", afirmou.

"É muito animador ver que este papel não funciona apenas no laboratório, mas também demonstrou sucesso em fontes de água reais que as pessoas estão usando."

Desafio




Alguns locais de testes se tornaram grandes desafios para o papel criado por Dankovich: por exemplo, um córrego que recebia diretamente esgoto não tratado com alto nível de bactérias.

"Mas ficamos muito impressionados com o desempenho do papel, que conseguiu matar quase completamente as bactérias naquelas amostras. E elas eram bem nojentas, então pensamos - se (o material) conseguir fazer isso, provavelmente vai conseguir fazer muito."

Agora, Dankovich espera aumentar a produção do papel. Atualmente, a cientista e os estudantes que participam da pesquisa fazem tudo à mão.

O próximo passo seria também distribuir os livros para que moradores de áreas problemáticas usem os filtros sozinhos.

"Precisamos colocar isso nas mãos das pessoas para ver quais serão os efeitos. Não dá para fazer muito quando você é uma cientista trabalhando sozinha", afirmou.

Daniele Lantagne, engenheira ambiental da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, afirmou que os dados coletados nos testes são promissores.

"Há muito interesse no desenvolvimento de novos produtos para tratamento de água", disse a engenheira à BBC.

Depois desses dois primeiros estágios de testes - no laboratório e em países da África e Ásia -, a equipe terá de desenvolver um "projeto de produto que possa ser comercializado" para um dispositivo no qual as páginas do "livro bebível" possam ser encaixadas.

Mas, há um problema, segundo Lantagne: o papel parece matar bactérias, mas ainda não se sabe se pode matar outros microorganismos perigosos.

"Quero ver os resultados para protozoários e vírus. É promissor, mas não vai salvar o mundo amanhã. Eles completaram uma fase importante e há mais (fases) para enfrentar", disse.

Para Kyle Doudrick, da Universidade de Notre Dame, no Estado americano de Indiana, é importante fazer com que as pessoas compreendam como usar os filtros e com que frequência eles precisam ser trocados. Mas o resultados dos testes são animadores.

"Em geral, de todas as tecnologias disponíveis - filtros de cerâmica, esterelização com raios UV e assim por diante - esta é promissora, pois é barata e é uma ideia cativante", disse.

Aprovado em medicina aos 14 anos dá palestras e escreve livro




O estudante sergipano José Victor Menezes Teles está com a agenda cheia depois de ser aprovado aos 14 anos como o mais jovem aluno de medicina da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Após a repercussão do feito na mídia, ele recebeu e aceitou os convites para dar palestras motivacionais enquanto as aulas na universidade estão suspensas por causa da greve dos professores e servidores técnico-administrativos, o período letivo estava previsto para iniciar no dia 3 de agosto. José Victor também aproveita o tempo livre para escrever um livro para contar a trajetória de sucesso, mas sem deixar de lado a família e os amigos. “É uma questão de organização do tempo”, resume.

Já com 15 anos, o adolescente diz que os convites para as palestras surgiram logo após ter se destacado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e ser aceito em medicina com média final de 751,16 pontos nas provas e 960 pontos na redação. “Inicialmente fui convidado para dar palestras em Sergipe e depois surgiu a oportunidade de falar para estudantes de outros estados”, conta Victor Teles.

Sobre a rotina de compromissos, o estudante revela que tudo é que é bem flexível e que nem sempre ganha dinheiro com as palestras. “Se for uma instituição pública ou filantrópica eu não cobro e recebo apenas a ajuda de custo como passagens e alimentação. Mas se for particular o valor pode variar entre R$ 500 e R$ 1.500, depende do que for negociado e o tempo dedicado”, destaca o jovem sem querer revelar mais detalhes sobre os bastidores das negociações.
Para o adolescente, o futuro como palestrante ainda parece indefinido. "Vai depender da rotina das aulas de medicina. Mas enquanto houver tempo livre penso em aproveitá-lo ministrando palestras”, diz.

Trajetória em livro

A participação em palestras fez com que surgisse a ideia de escrever um livro sobre a trajetória da escola até a universidade em menor tempo que os demais estudantes, isso porque ele foi aceito em medicina tendo cursado apenas até o 1º ano do Ensino Médio. Ainda não há data prevista para o lançamento da publicação.
“Muitas pessoas me perguntavam o que eu fiz para conseguir resultados tão positivos. Então resolvi explicar como foi todo esse processo para, quem sabe, ajudar outros estudantes”, revela José Victor Teles.
Sobre o desafio da universidade, o calouro de medicina diz: "é mais um desafio, mas estou muito tranquilo com tudo o que pode vir dessa experiência”.

Preparação

O estudante cursava o 1º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Murilo Braga, no município de Itabaiana, quando alcançou a média final de 751,16 pontos nas provas e 960 pontos na redação do Enem. Com o resultado, José Victor conquistou uma das 100 vagas para o curso de medicina da UFS e ficou em 7º lugar no grupo de alunos de escolas públicas.

Como tinha 14 anos e apenas o 1º ano do colégio, Victor Teles precisou de uma decisão judicial que autorizou ele a se matricular na universidade.

O Enem só dá certificação a alunos com mais de 18 anos, mas o adolescente conseguiu na Justiça o direito de fazer uma prova de proficiência aplicada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed). Ele foi aprovado e recebeu o certificado de conclusão do Ensino Médio.

"Além do conteúdo dado em sala de aula, passei o ano passado estudando para o Enem. Sem dúvida as técnicas para estudar e armazenar o conhecimento foram decisivas para o meu desempenho. É preciso saber organizar o tempo e também se preparar para saber como será a prova no dia”, finaliza.

Mapa permite encontrar as bibliotecas públicas do Brasil

Plataforma é interativa para que gestores adicionem informações (acervo, serviços, infraestrutura etc.) sobre os equipamentos

MinC lançou plataforma na qual é possível localizar mais de 6 mil bibliotecas registradas no Cadastro Nacional de BibliotecasMinC lançou plataforma na qual é possível localizar mais de 6 mil bibliotecas registradas no Cadastro Nacional de Bibliotecas
Aumentar o índice de leitura do brasileiro – estimado, segundo dados da última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (de 2012) em 1,85 livro por trimestres – é um dos desafios dos Ministérios da Cultura e da Educação.
Entre os vários projetos desenvolvidos nesse sentido está o Cadastro Nacional de Bibliotecas, parte do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), do Ministério da Cultura (MinC).
E, a partir de terça-feira (28), está mais fácil encontrar e conhecer as bibliotecas públicas espalhadas pelo Brasil. O MinC lançou uma plataforma na qual é possível localizar no mapa brasileiro as 6.021 bibliotecas públicas, municipais, estaduais e comunitárias já registradas no Cadastro. Além do endereço, estão disponíveis informações como a acessibilidade das instituições.
Para acessar o mapa, clique aqui.
Veridiana Negrini, coordenadora geral do SNBP da Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB) do MinC, diz que outros dados de cada biblioteca cadastrada – como acervo, serviços, infraestrutura, gestão, relação institucional e público principal da biblioteca – podem ser complementados posteriormente pelos gestores responsáveis por esses equipamentos.
“Pretendemos, no segundo semestre deste ano, lançar o novo cadastro nacional de bibliotecas, com o objetivo de mapear de maneira abrangente as bibliotecas públicas e comunitárias existentes no País”, adiantou a coordenadora.
Dentro do processo de aprimoramento e atualização do mapa, novas bibliotecas, bibliotecas comunitárias e pontos de leitura também poderão ser cadastrados no Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), que também passa por processo de reformulação. Criado pelo MinC, o SNIIC visa coletar, armazenar e difundir dados e informações sobre a cultura brasileira.

Dispositivos móveis para a leitura ajudam a criar novos leitores


Para quem deseja praticidade na hora de ler, uma nova tecnologia tem feito sucesso entre os leitores. Presente no Brasil desde 2013, os e-readers, como são popularmente chamados, tem como principal função a leitura de livros digitais em aparelhos portáteis.

As marcas mais comercializadas aqui no país são o kindle, o kobo e o lev. De acordo com o suporte técnico do Kobo Ivo Ramalho, o sistema do aparelho funciona com o sistema WiFi. “A pessoa que compra este tipo de aparelho, cadastra o número de cartão de crédito e compra os livros na loja virtual”, explica.

Todos os Kobos são importados para o Brasil, do Canadá e do Japão.

Leitura Diferenciada 

Para a leitora e analista de testes de software pleno Ana Claudia Cechetto, a descoberta da tecnologia aconteceu há quatro anos, quando seu patrão comprou um kindle nos Estados Unidos. “Depois de ver na mão dele, gostei demais e fiz a compra de um kindle touch pra mim”, relembra.

A analista também fala que o e-reader proporciona algo além da leitura como, por exemplo, os dicionários integrados que facilitam as definições de palavras difíceis. Também há portabilidade para quem lê livros com mais páginas, já que o aparelho é leve e fácil de carregar na bolsa. “No e-reader tenho uma interação com a obra que infelizmente eu não tinha com livros impressos”.

Além de leitora assídua, Ana também cita algumas vantagens do produto. “Consigo melhorar minha velocidade de leitura já que alguns aparelhos mostram durante um período, a quantidade que eu demoro para terminar um capitulo/trecho”, complementa.

Interatividade com o leitor

O doutor em Teoria Literária André Cechinel afirma que estas novas tecnologias para a leitura são uma mudança significativa para o novo leitor.

“Os dispositivos móveis para leitura criaram uma nova oportunidade de as pessoas acessarem um conteúdo diferente que geralmente o livro físico não oferece”.

Além disso, o doutor explica que os e-readers não anulam os livros físicos, mas agregam valor já que existem muitos materiais diferentes para esses aparelhos. “Cada mídia tem seu processo particular, por isso as escolas, por exemplo, estão iniciando neste processo e ganhando mais espaço”, comentou.

Movimento funk transforma escola estadual abandonada em SG em centro cultural

A ideia de transformar o colégio desativado em um local de fomento da cultura do batidão partiu de uma galera que há 14 anos respira esse universo na cidade.

Por Ricardo Rigel do Jornal Extra
Há três anos e meio, um silêncio chato cisma em incomodar os moradores da Rua José Argeu da Cruz Barroso, no Boaçu, em São Gonçalo, região Metropolitana do Rio. No local, funcionava a Escola estadual José Augusto Domingues, e a barulhada da criançada correndo pelos corredores e no pátio já fazia parte da rotina de todos. Durante todo esse tempo, o espaço ficou fechado e servindo até de abrigo para usuários de drogas. Mas a notícia de que o colégio se transformará no Centro Cultural Casa do Funk tem feito a comunidade sorrir novamente.
A ideia de transformar o colégio desativado em um local de fomento da cultura do batidão partiu de uma galera que há 14 anos respira esse universo na cidade. Eles fazem parte do Movimento Cultural Rede Funk Social, formado por músicos, DJs e produtores culturais.
Foto: Jorge Casagrande / Extra

Em 2001, eu e um grupo de amigos do funk de São Gonçalo nos unimos para criar um movimento. A ideia era levar um som mais consciente e social para as comunidades. Já naquela época, achávamos que as músicas estavam muito agressivas e pesadas — relembra o músico José Renato Pereira de Souza, o MC Patrão: — Essa ideia foi ganhando corpo e conseguimos fazer muitas coisas legais na região, mas faltava ter o nosso espaço.
Ainda segundo ele, o grupo ficou um dia inteiro tentando falar com o governador Luiz Fernando Pezão, mas no fim foi atendido:
Falamos do nosso movimento, que para a nossa surpresa já era de conhecimento dele. Contamos que existia esse colégio fechado. Ele chamou os seus secretários e, depois de ouvir nossa história, concedeu o espaço.
A Secretária estadual de Cultura confirma que apoia o movimento e a inicitiva. A Secretaria de Planejamento e Gestão está agilizando a documentação que dará concessão do lugar por 30 anos.
Para espantar polêmica sobre a utilização do lugar, MC Patrão responde que a casa continuará sendo usada para educação e cultura.

Foto: Jorge Casagrande / Extra

Espaço terá rádio, biblioteca e sala de informática
O movimento Rede Funk Social, segundo a produtora cultural e integrante Priscila Oliveira, tem como grande objetivo promover a inclusão social e a arte de quem vive e curte o batidão.
A gente vai transformar essas salas vazias em estúdios. Queremos fazer também rádio comunitária, biblioteca, sala de informática e um grande espaço para apresentações — explica: — Esse espaço, além de ser maravilhoso, foi o lugar onde passei a minha infância estudando. Minha mãe e minha tia davam aula aqui.
O grupo está agora em busca de apoiadores para ajudar na reforma do local.
Temos muita coisa para fazer. Já conseguimos o espaço, nosso próximo passo é arrumar a casa e botar o tamborzão para tocar de novo.