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Feliz Aniversário!!!
Quinta-feira de festa para a colaboradora Aline. Ela recebe os mais sinceros votos de felicidade e sucesso de todo o time da Biblioteca Central ESPM.
Lygia Fagundes Telles completa 88 anos
Nascida em 19 de abril de 1923, Lygia completa 88 anos, e suas obras continuam a gerar comentários, agrados e outras histórias. Conhecer sua literatura é dar de cara com personagens interessantes, misteriosos, viscerais. Há toda uma construção na literatura da prestigiada escritora, que usa e abusa das vozes, do pensamento alto e da confusão.
"Ciranda de Pedra" é seu primeiro romance (já havia publicado livros de contos anteriormente), lançado em 1954, e causando espanto em alguns críticos, pela solidez das ideias de uma moça, que nem sequer era professora ou jornalista, mas sim advogada. Formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, e nunca largou a profissão, tendo se aposentado como procuradora no Instituto de Previdência do Estado de São Paulo.
Na década de 70, o livro de contos "Antes do Baile Verde" é premiado na França, e Lygia apresenta seu terceiro romance "As Meninas", uma das obras mais conhecidas de sua carreira, que narra os desencontros de três garotas durante a ditadura militar.
Lygia é uma escritora engajada e vive a questão do terceiro mundo, buscando em suas obras tocar nos assuntos mesmo que de forma suave ou mascarada, contudo, sem esconder a realidade da cena de seu país.
A produção literária não cessa, e ao longo das décadas seguintes acumula os mais diversos méritos, a consagrá-la, definitivamente, em 2005 com o prêmio Camões, o mais prestigiado da língua portuguesa, pelo conjunto da obra.
Obras da autora no acervo da Biblioteca Central – ESPM
Ciranda de pedra. São Paulo : Martins, 1964.
Conspiração de nuvens. Rio de Janeiro : Rocco, 2007.
A disciplina do amor. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1980.
A estrutura da bolha de sabão e Quatro miniaturas. São Paulo : PUC-SP, 1997.
As meninas. Rio de Janeiro : J. Olympio, 1974.
Seminário dos ratos. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1984.
Venha ver o pôr-do-sol & outros contos. São Paulo : Ática, 1991.
Verão no aquário. Rio de Janeiro/São Paulo : Record, 1997.
Assista a Trechos do documentário "Lygia Fagundes Telles - A Inventora de Memórias", episódio da série "Mestres da Literatura", realizada para a TV Escola.
Série Saiba Tudo Sobre / Como Utilizar a Biblioteca
Muitas vezes você pode sentir-se perdido em uma biblioteca, em meio a tantos livros, estantes, periódicos, tantos serviços oferecidos. Como encontrar o livro desejado? Como é a organização dos livros nas estantes?
Não entre em pânico. Além da orientação de um colaborador, você também tem à sua disposição a Série “Saiba Tudo sobre / Como Utilizar a Biblioteca” que foi criada especialmente para que os nossos usuários tenham orientação correta quanto à utilização dos serviços e produtos da Biblioteca da ESPM.
Não entre em pânico. Além da orientação de um colaborador, você também tem à sua disposição a Série “Saiba Tudo sobre / Como Utilizar a Biblioteca” que foi criada especialmente para que os nossos usuários tenham orientação correta quanto à utilização dos serviços e produtos da Biblioteca da ESPM.
Textos elaborados na forma de diálogo, com perguntas e respostas que esclarecem, de maneira geral, as dúvidas mais frequentes sobre a utilização dos nossos serviços.
São 3 folders com diferentes temas que podem ser retirados nas Bibliotecas Central e Pós e há também a versão online no portal da ESPM que pode ser acessado clicando aqui.
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Estamos, ao seu dispor para mais informações e sugestões.
Fica também o convite para uma visita orientada na Biblioteca para conhecer todos os produtos e serviços e como utilizá-los. Agende a sua visita pelos telefones: 5085-4573/4554 ou pelo e-mail: bibliotecacentral@espm.br
Equipe da Biblioteca da ESPM
Bibliotecas particulares têm instituições públicas como destino
Universidades recebem doações de acervos privados de livros
Foto: Jorge Rosenberg/iG
O advogado Ives Gandra em sua biblioteca: acervo de aproximados 30 mil livros já tem destino definido
Diferentemente do que ocorre normalmente com coleções de carros,de selos e até de obras de arte, cujas peças acabam passando pelas mãos de diversos colecionadores e raramente saem da esfera privada, as bibliotecas particulares, após anos de permanência com seus proprietários, muitas vezes são doadas para instituições que permitem a consulta pública de seus catálogos.
Foi o que ocorreu com os acervos particulares do bibliófilo José Mindlin (1914-2010), cuja biblioteca será inaugurada pela Universidade de São Paulo (USP) em 25 de janeiro de 2012, e do colecionador Delfim Netto, que entregou em fevereiro 250 mil exemplares à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), também da USP.
"O professor Delfim levantou questões sobre como seria a atualização desse acervo, o acesso ao público. Ele se preocupa com a preservação desta biblioteca e, como pesquisa e lê muito dentro dela, separamos um espaço para que ele continue utilizando-a aqui na FEA. É o mínimo que podemos dar em contra partida", explica Dulcineia Dilva Jacomini, diretora da biblioteca da FEA.
Assim como ocorreu com Delfim Netto, a preocupação com o destino de suas bibliotecas é comum entre colecionadores e bibliófilos. Se o ato de colecionar livros nasce de uma admiração pessoal por publicações e ganha corpo com o empenho da pessoa em adquirir obras, é quase certo que com o passar dos anos os livros de um acervo contemplem alguma instituição.
"Eu não creio que seja a questão de compartilhar. Não gostaria de compartilhar a minha biblioteca. Mas aí você pensa: 'Será que vou morrer e isso será vendido para um sebo?'. E essa preocupação, em saber que tudo aquilo possa se esfacelar, acaba dando uma destinação para a biblioteca", afirma José Salles Neto, presidente da Confraria dos Bibliófilos do Brasil.
De acordo com ele, proprietário de um acervo de 20 mil livros cujo destino ainda é incerto, essa é uma das questões comuns aos bibliófilos. Outra é a promessa de conseguir ler as obras que adquire. "Quando você começa a juntar livros, passa a ser mais importante ter o livro do que ler - mas a promessa existe. Perguntei certa vez ao doutor Mindlin como resolver isso e ele disse que não existe uma resposta, pois se trata de um ponto complicado da bibliofilia."
Dono de uma biblioteca de aproximados 30 mil exemplares, o advogado Ives Gandra Martins pode não ter lido todo o seu acervo, dividido em três locais distintos - uma parte na cidade de Jaguariúna e as outras duas em São Paulo, em sua residência e no escritório -, mas o conhece em sua totalidade. "Não tenho boa memória, mas tenho uma memória específica para isso", conta, animado.
Dividida em 16 setores, que compreendem assuntos como história, filosofia, literatura e direito, a biblioteca do jurista, que começou a se formar quando ele tinha 13 anos, já tem destino certo: será doada ao Instituto Internacional de Ciências Sociais, em São Paulo, de onde é presidente emérito. "Minha mulher e meus três filhos já têm conhecimento. No momento estamos terminando o prédio, que terá 2.500 metros quadrados."
Quando questionado sobre raridades do acervo que poderiam ir para a biblioteca da instituição, o advogado afirma que estes já foram doados. "Os meus livros raros, como uma edição completa da obra do Voltaire, publicada por volta de 1800, já doei para a Academia Paulista de Letras."
A relação do bibliófilo com edições antigas costuma ser peculiar. É comum, afirma José Salles Neto, que o colecionador deixe para ler o livro em uma edição comercial, reservando o exemplar mais antigo apenas para sua apreciação. "É importante não confundir bibliofilia com biblioteca. Existem pessoas que têm grandes bibliotecas, mas não seriam bibliófilos. Você pode ter dois mil livros e ser um grande bibliófilo, por exemplo. Isso vem da relação com o livro, não a quantidade."
Colega de Ives Gandra na Academia Paulista de Letras, o jornalista Erwin Theodor Rosenthal ainda não sabe dizer qual será o destino de seu acervo de sete mil exemplares. "Francamente, não tenho um lugar para encaminhar a minha biblioteca, e isso me preocupa. Só tenho uma filha, que se iniciou nos estudos pelo direito, mas depois foi para as ciências biológicas, e ela não tem interesse pelos livros que tenho (risos). Talvez doe os volumes a algum instituto."
Em comum, além da paixão pelos livros, os colecionadores têm preocupações em relação ao futuro das bibliotecas. "Fico preocupado com o livro digital. No entanto, o prazer de ler está muito ligado ao prazer de ter a obra na mão, até pelo seu cheiro. E não posso imaginar ter o mesmo prazer com esses aparelhos. Mas isso é a minha opinião de velho", brinca Theodor.
Buscando uma conciliação do antigo com o novo, Ives Gandra admite se encantar com o iPad, aparelho com capacidade de arquivar uma biblioteca inteira. "Estou com muito receio de que isso vá representar uma perda dessa volúpia que é pegar um livro, manusear página por página... O fato de essa geração se acostumar com as telas pode levar as bibliotecas clássicas a desaparecer no futuro."
Fonte: IG
Livro na hora de dormir
O fotógrafo japonês Yusuke Suzuki deu novo significado à expressão “dormir nos livros”. Um sentido, aliás, bem mais divertido - ao menos para as crianças.
Imaginativo, o artista criou uma cama em forma de livro; os lençóis fazem as vezes de páginas e podem ser virados.
A cama também tem espaço ideal para os pequenos brincarem e pode ser dobrada; assim o livro pode ser fechado durante o dia, deixando mais espaço livre no quarto.
Museu Martensen faz 10 anos
Por Willy Cesar*
O inventário do acervo ainda não foi feito. Como qualquer entidade cultural no Brasil, os obstáculos são os mesmos: faltam recursos e infraestrutura. Ainda não saiu da condição inicial de museu amador. É atendido por uma única pessoa, o abnegado jornalista Célio Soares e dirigido pela jornalista Rosane Borges Leite. Os museus verdadeiramente assim considerados precisam submeter cada peça histórica à pesquisa. A quase totalidade do acervo do Museu Martensen continua do mesmo jeito que chegou, sem catalogação e sem pesquisa sobre sua procedência, ano de fabricação, modelo etc. Isso um dia virá, se Deus quiser. Ainda assim, cumpre suas finalidades culturais de preservar para ensinar.
Ele tinha somente 16 anos de idade. No mês seguinte, a emissora EAX-4 transformada na Rádio Sociedade do Rio Grande foi ao ar como primeira estação de rádio oficial da cidade, iniciativa da Companhia Rio-grandense de Seguros. Tuberculoso, o jovem Ruddy mudou-se para o sanatório de São José dos Campos/SP não mais retornando, a não ser para visitas à familiares. Fixando-se em São Paulo capital, Ruddy construiu a mais brilhante carreira de um rio-grandino na área da Comunicação Social no Brasil. Foi rádio-ator, roteirista, produtor, publicitário e diretor de uma das mais importantes agências de propaganda do mundo: a Lintas, subsidiária da Unilever, Inglaterra. E para confirmar sua genialidade fundou a Escola Superior de Propaganda e Marketing, de São Paulo, a ESPM, dirigindo-a de 1952 a 1972. Primeiro curso superior de publicidade & propaganda da América Latina, a ESPM é, hoje, centro de excelência no País na área da Comunicação Social com filiais em vários estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Sul.
A ESPM
Criada em 1951, a ESPM nasceu de um sonho. Sonho impulsionado pelo momento vivido pelo País. Era época de crescimento econômico e populacional, de investimentos estrangeiros em alta, da euforia do pós-guerra e do surgimento da televisão, entre tantos outros marcos da história social e econômica brasileira.
Em meio a tamanha efervescência, era urgente habilitar profissionais para atuarem no campo da propaganda. Com esse sonho, o escritor e publicitário, Rodolfo Lima Martensen, elaborou o projeto de criação de uma escola, logo apoiado por dois nomes de peso no cenário das artes e do meio empresarial nacional: Pietro Maria Bardi, fundador do Museu de Arte de São Paulo (Masp), e Assis Chateaubriand, magnata do ramo das comunicações.
“A verdade pura e histórica é que o idealismo, o desprendimento e a coesão dos publicitários transformaram uma simples escola num autêntico centro de cultura.”
Rodolfo Lima Martensen - Fundador da ESPM - in memoriam
O Museu da Comunicação Rodolfo Martensen completa 10 anos em 6 de abril de 2011. Foi em 2001, como um dos eventos da 8ª Festa do Mar, que o entregamos à comunidade, na rua Luiz Loréa, 261, 1º. andar, ainda hoje no mesmo local. O museu foi nascendo aos poucos, à medida em que os equipamentos da emissora que dirigíamos, a Rádio universidade do Rio Grande FM Educativa, aposentava equipamentos ultrapassados tecnologicamente. Para fundá-lo, levamos 10 anos. Foram indispensáveis os apoios da Fundação de Radiodifusão Educativa do Rio Grande (Furerg), da Noiva do Mar que forneceu quase todas as prateleiras metálicas, e do Museu Histórico que cedeu expositores de vidro. Dois anos depois, o acervo passou à Furg por doação da Furerg.
As peças históricas da exposição foram doadas por centenas de pessoas e por veículos de comunicação como as rádios universidade FM (Furg FM atual), Minuano e Cassino; Rede Nativa de Comunicação (rádio e TV), Organizações Risul (coleção d’O Peixeiro e exemplares do Agora), TV Pampa e Grupo RBS. Das sete mil peças iniciais, a maior parte eram discos de vinil. Hoje o acervo conta com mais de 20 mil peças. A maior parte está em permanente exposição aberta ao público gratuitamente.
O inventário do acervo ainda não foi feito. Como qualquer entidade cultural no Brasil, os obstáculos são os mesmos: faltam recursos e infraestrutura. Ainda não saiu da condição inicial de museu amador. É atendido por uma única pessoa, o abnegado jornalista Célio Soares e dirigido pela jornalista Rosane Borges Leite. Os museus verdadeiramente assim considerados precisam submeter cada peça histórica à pesquisa. A quase totalidade do acervo do Museu Martensen continua do mesmo jeito que chegou, sem catalogação e sem pesquisa sobre sua procedência, ano de fabricação, modelo etc. Isso um dia virá, se Deus quiser. Ainda assim, cumpre suas finalidades culturais de preservar para ensinar.
Dirigimos o museu até 9 de março de 2005. Hoje atuando como simples colaborador, encaminhamos dezenas de peças históricas como projetores de filmes, películas em celulóide, discos, rádios, televisor, eletrola e outras. Contando com a colaboração da Prefeitura/Smec, da Ipiranga e do Museu Martensen, editamos dois DVDs em 2006, em prosseguimento à série Rio Grande – Imagens do Século 20. Estamos desenvolvendo mais dois DVDs. Também realizamos pesquisa para lançar, em breve, o CD ‘No reino de dona Música’, com as divas do canto lírico da cidade, em gravações históricas das décadas de 1950 e 60.
Rodolfo Lima Martensen, Ruddy na intimidade, é o patrono. Ele esteve nas salas do museu que carrega seu nome em 27 de setembro de 1991. A convite deste jornalista, gravou depoimento para o Projeto Memória, programa que apresentávamos na emissora universitária. Rio-grandino nascido em 1915, Martensen ase criou na rua Andradas quase esquina Marechal Floriano onde colocou no ar a primeira rádio pirata da cidade em 20 de setembro de 1931.
Rodolfo Lima Martensen, Ruddy na intimidade, é o patrono. Ele esteve nas salas do museu que carrega seu nome em 27 de setembro de 1991. A convite deste jornalista, gravou depoimento para o Projeto Memória, programa que apresentávamos na emissora universitária. Rio-grandino nascido em 1915, Martensen ase criou na rua Andradas quase esquina Marechal Floriano onde colocou no ar a primeira rádio pirata da cidade em 20 de setembro de 1931.
Ele tinha somente 16 anos de idade. No mês seguinte, a emissora EAX-4 transformada na Rádio Sociedade do Rio Grande foi ao ar como primeira estação de rádio oficial da cidade, iniciativa da Companhia Rio-grandense de Seguros. Tuberculoso, o jovem Ruddy mudou-se para o sanatório de São José dos Campos/SP não mais retornando, a não ser para visitas à familiares. Fixando-se em São Paulo capital, Ruddy construiu a mais brilhante carreira de um rio-grandino na área da Comunicação Social no Brasil. Foi rádio-ator, roteirista, produtor, publicitário e diretor de uma das mais importantes agências de propaganda do mundo: a Lintas, subsidiária da Unilever, Inglaterra. E para confirmar sua genialidade fundou a Escola Superior de Propaganda e Marketing, de São Paulo, a ESPM, dirigindo-a de 1952 a 1972. Primeiro curso superior de publicidade & propaganda da América Latina, a ESPM é, hoje, centro de excelência no País na área da Comunicação Social com filiais em vários estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Sul.
Martensen não foi só o menino prodígio da primeira rádio do Rio Grande e da experiência de colocar som num filme quando isso ainda não havia chegado aqui. Ele foi a mais cintilante figura do País na área da propaganda no século 20, respeitadíssimo publicitário e diretor de agência, professor de profissionais que ainda hoje atuam como José Bonifácio Sobrinho, o Boni, ex-Rede Globo; Roberto Duailibi, da DPZ Propaganda; Petrônio Corrêa, da ex-MPM Propaganda e outros. Ruddy faleceu em São Paulo quando se preparava para conhecer a 3ª Festa do Mar em sua cidade, no ano de 1992.
Relembrá-lo é obrigatório para os rio-grandinos saberem quem foi essa celebridade nacional. Entre nós, ele foi aluno do Lemos Jr., morador do Bolaxa na juventude, apreciador do vinho da Ilha dos Marinheiros e apaixonado por sua velha cidade do Rio Grande.
Que o Museu da Comunicação possa continuar emocionando pessoas, fazendo jus ao nome e à memória de Rodolfo Martensen. E, sobretudo, possa ampliar as atividades museológicas de estudo e pesquisa, para uso gratuito da comunidade e dos estudantes, do ensino fundamental aos cursos superiores.
*Jornalista, fundador do Museu da Comunicação Rodolfo Martensen e seu diretor de 2001 a 2005.
A ESPM
Criada em 1951, a ESPM nasceu de um sonho. Sonho impulsionado pelo momento vivido pelo País. Era época de crescimento econômico e populacional, de investimentos estrangeiros em alta, da euforia do pós-guerra e do surgimento da televisão, entre tantos outros marcos da história social e econômica brasileira.
Em meio a tamanha efervescência, era urgente habilitar profissionais para atuarem no campo da propaganda. Com esse sonho, o escritor e publicitário, Rodolfo Lima Martensen, elaborou o projeto de criação de uma escola, logo apoiado por dois nomes de peso no cenário das artes e do meio empresarial nacional: Pietro Maria Bardi, fundador do Museu de Arte de São Paulo (Masp), e Assis Chateaubriand, magnata do ramo das comunicações.
“A verdade pura e histórica é que o idealismo, o desprendimento e a coesão dos publicitários transformaram uma simples escola num autêntico centro de cultura.”
Rodolfo Lima Martensen - Fundador da ESPM - in memoriam
Empresas que estimulam seus funcionários para a leitura
Durante turno de trabalho, operários de empresas de Diadema, fazem uma parada de uma hora e eles divedem esse tempo entre o refeitório e a biblioteca. Depois de comer, cada um escolhe para onde quer viajar. Assista a reportagem do programa Antena Paulista da TV Globo.
Fonte: G1
A Biblioteca do Mosteiro de Strahov em imagem mais detalhada do mundo
O fotógrafo Jeffrey Martin, fundador do site 360cities, capturou em detalhes o interior da biblioteca do monastério Strahov, em Praga, na República Tcheca. O resultado é uma foto de 40 GB que permite ver em detalhes os nomes de cada livro guardado nas prateleiras.
A foto é uma junção de 2.947 imagens. Como outras imagens do site 360cities, a foto da biblioteca de Strahov pode ser navegada por meio de uma interface parecida com a do Google Street View.
Nesta biblioteca estão guardados globos geográficos do século 17 muito valiosos. Muitas seções originais que foram cuidadosamente conservadas durante o tempo.
A Biblioteca do Mosteiro de Strahov é hoje uma das mais belas e importantes de todo o mundo. A biblioteca está dividida em dois “halls”, um mais barroco apelidado de “Hall Teológico” que possui cerca de 18 mil textos religiosos e filosóficos e outro maior que se chama “Hall Filosófico” que conta com mais de 42 mil textos filosóficos antigos.
Strahov Library in Prague
Fonte: BLOGoteca
Biblioteca digital melhor que do Google
Robert Darnton, do The New York Times - O Estado de S.Paulo
Somente uma instituição pública pode cuidar do acesso à herança cultural
O juiz federal Denny Chin, de Manhattan, rejeitou na terça o acordo entre o Google, que pretende digitalizar todos os livros já publicados, e um grupo de autores e editores que processou a empresa por violações de copyright. Essa decisão representa uma vitória para o bem público, evitando que uma única corporação monopolize o acesso à nossa herança cultural comum.
Independentemente disso, não devemos abandonar o sonho do Google de tornar todos os livros do mundo acessíveis para todos. Em vez disso, devemos construir uma biblioteca pública digital, oferecendo cópias digitais gratuitas aos leitores. É verdade que há muitos problemas - legais, financeiros, tecnológicos e políticos - pelo caminho. Mas todos eles podem ser resolvidos.
Consideremos as questões legais levantadas pelo acordo rejeitado. Iniciado em 2005, o projeto do Google para a digitalização dos livros permitiu que o conteúdo de milhares de títulos fosse incluído nos resultados das buscas na rede, levando o Author"s Guild e a Associação Americana de Editores a afirmar que os trechos mostrados aos usuários representavam uma violação dos direitos autorais. O Google poderia ter se defendido, alegando que fazia uso legítimo das obras, mas a empresa preferiu negociar um acordo.
O resultado foi um documento extenso e complicado conhecido como Acordo Emendado (Amended Settlement Agreement, em inglês) que simplesmente fatiava o bolo. O Google venderia o acesso aos seu banco de dados digitalizado, e os lucros seriam partilhados com os querelantes, que então se tornariam seus sócios. A empresa ficaria com 37% do total; os autores receberiam 63%. Essa solução equivalia a uma alteração das leis do direito autoral por meio de um processo individual, conferindo ao Google uma proteção legal que seria negada aos seus concorrentes. Foi esse o principal motivo da objeção do juiz.
Em audiências no tribunal realizadas em fevereiro de 2010, várias pessoas disseram que o Author"s Guild, composto por 8 mil membros, não as representava e nem aos muitos autores de publicaram livros nas últimas décadas. Algumas afirmaram preferir que suas obras fossem oferecidas sob condições diferentes; outras queriam até que seus livros fossem oferecidos gratuitamente. Mas o acordo definia os termos para todos os autores, a não ser que eles notificassem especificamente o Google de sua intenção de não participar dele.
Em outras palavras, o acordo não fez aquilo que se espera dos documentos desse tipo, como corrigir uma suposta violação dos direitos autorais ou proporcionar indenizações pelos incidentes anteriores; em vez disso, o acordo parecia determinar como seria o futuro da evolução do mundo digital dos livros.
O juiz Chin abordou esse ponto ao se concentrar na questão dos livros órfãos - ou seja, os protegidos pelo direito autoral cujos detentores dos direitos não tinham sido identificados. O acordo confere ao Google o direito exclusivo de digitalizar e comercializar o acesso a esses livros sem ser alvo de processos por violações de copyright. De acordo com o juiz, essa provisão conferiria ao Google "um monopólio de fato sobre obras de autoria indeterminada", levando a graves preocupações com a formação de um truste.
Chin convidou o Google e os querelantes a reescrever outra vez os termos do acordo, talvez alterando os dispositivos de inclusão e exclusão dos participantes. Mas o Google pode muito bem se recusar a alterar sua estratégia comercial básica. É por isso que o que realmente precisamos é uma biblioteca pública digital.
Uma coalizão de fundações arrecadaria o dinheiro necessário (as estimativas do custo da digitalização de uma página variam muito, de US$ 0,10 a US$ 10 ou mais), e uma coalizão de bibliotecas de pesquisa poderia fornecer os livros. A biblioteca digital respeitaria os direitos autorais, é claro, e provavelmente excluiria obras atualmente disponíveis nas livrarias a não ser que seus autores desejassem torná-las disponíveis. Os livros órfãos seriam incluídos, desde que o Congresso aprovasse uma lei que os tornassem gratuitos para o uso não comercial numa biblioteca genuinamente pública.
Diminuir a importância disso e considerar o episódio como meramente quixotesco equivaleria a ignorar os projetos digitais que se mostraram valiosos e práticos ao longo dos últimos 20 anos. Todas as grandes bibliotecas de pesquisa já digitalizaram partes de seus acervos. Iniciativas de larga escala como a Knowledge Commons e o Internet Archive já digitalizaram muitos milhões de livros por iniciativa própria.
Alguns países também se mostram determinados a bater o Google no seu próprio jogo ao digitalizar todo o conteúdo de suas bibliotecas nacionais. A França está gastando 750 milhões na digitalização de seus tesouros culturais; a Biblioteca Nacional da Holanda tenta digitalizar cada livro e jornal publicados no país desde 1470; Austrália, Finlândia e Noruega estão se dedicando a esforços semelhantes.
Talvez o próprio Google pudesse ser recrutado para a causa da biblioteca pública digital. A empresa já digitalizou cerca de 15 milhões de livros; desses, 2 milhões são de domínio público, podendo ser entregues à biblioteca como ponto de partida do seu acervo. A empresa não perderia nada com esse gesto de generosidade. Por meio da magia tecnológica e da própria audácia, o Google mostrou como podemos transformar a riqueza intelectual de nossas bibliotecas, grandes conjuntos de livros que jazem inertes nas prateleiras. Mas somente uma biblioteca pública digital dará aos leitores aquilo que eles necessitam para enfrentar os desafios do século 21 - um vasto acervo de conhecimento que possa ser consultado, gratuitamente, por qualquer um e a qualquer momento.
/ Tradução de Augusto Calil
Robert Darnton é professor e Diretor da Biblioteca da Universidade Harvard
Leia mais sobre acervo digital:
Digitalização de acervos raros: uma nova maneira de acessar conteúdo
Digitalização de acervos raros: uma nova maneira de acessar conteúdo
Fontes: ESTADÃO.COM.BR / Olhar Digital
Parabéns aos aniversariantes dos mês de março
A equipe da Biblioteca Central ESPM-SP se reuniu hoje para parabenizar os aniversariantes: Daniela, Rodrigo, Luciana e Flávia (foto). Além do tradicional bolo, cantamos “Parabéns a você” com alegria e descontração.
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Visita virtual ao Museu Casa Guimarães Rosa

Durante o passeio virtual, o internauta irá caminhar pela casa onde nasceu Guimarães Rosa e será acompanhado pelos jovens do projeto Contadores de Histórias Miguilim, que passarão informações sobre a vida e a obra do autor, além de apreciar poéticas passagens de várias obras.
Sobre o Museu
Em 1986, o museu passou por ampla reforma, recebendo novo projeto museográfico. Uma das novidades foi a instalação de pequeno armazém, em alusão à antiga venda do pai de Guimarães Rosa, Florduardo Pinto Rosa, conhecida como a venda do Seu Fulô.
O acervo do Museu é composto por objetos de uso pessoal, doméstico e profissional de Guimarães Rosa. Além disso, há um conjunto de fotografias, edições nacionais e estrangeiras de obras e documentação textual – originais manuscritos e datilografados, com destaque para os originais do último livro do escritor, Tatameia, e para a correspondência que manteve com seu pai e também com um amigo, Pedro Barbosa. Tudo isso poderá ser visto pela internet.
O Museu desempenha papel de destaque na dinâmica cultural do Circuito Guimarães Rosa, formado pelos municípios de Araçaí, Curvelo, Inimutaba, Presidente Juscelino, Corinto, Morro da Garça, Felixlândia, Lassance, Várzea da Palma, Três Marias, Pirapora e Buritizeiro, região que foi percorrida por Rosa durante o ano de 1952.
Obras do autor Guimarães Rosa no acervo da Biblioteca Central – ESPM
Corpo de baile - v.1 edição comemorativa 50 anos (1956-2006), Nova Fronteira, 2006.
Corpo de baile - v.2 edição comemorativa 50 anos (1956-2006), Nova Fronteira, 2006.
Estas estórias, Nova Fronteira, 1985.
Grande Sertão: Veredas, Nova Fronteira, 2006.
A hora e vez de Augusto Matraga, Nova Fronteira, 1986.
Primeiras estórias, Nova Fronteira, 2001.
Rosiana, Salamandra, 1983.
Sagarana, Nova Fronteira, 2001.
No Urubuquaquá, no Pinhém, Nova Fronteira, 2011.
Disponíveis no 1º subsolo da Biblioteca Central
Visita virtual ao museu: http://www.eravirtual.org/rosa_br/.
Fonte: Agência Minas
Confira os títulos que acabaram de chegar na Biblioteca Central!
Marca de Mulher: por que o jeito feminino de trabalhar traz sucesso aos negócios
Catherine Kaputa
Um dos segredos das mulheres bem-sucedidas no mercado de trabalho é simplesmente ser mulher. No século XXI as mulheres estão descobrindo que o melhor caminho para o sucesso é adotar no trabalho seu jeito genuíno de ser. Neste livro, a autora procura mostrar como a leitora pode imprimir nos negócios a identidade autêntica para conseguir, a partir da força pessoal e das habilidades inatas, construir uma carreira de sucesso, segura e feliz. É uma forma de realizar todo o potencial atuando de uma maneira que respeite a vocação de casa mulher.
Milton Lara
Este livro apresenta um panorama da publicidade ao longo da história, suas mudanças de postura, críticas sofridas por parte de opositores e contribuições à sociedade. Fazendo um paralelo entre a sociedade e a publicidade ao longo do século XX, a obra se inicia com a grande mudança do eixo econômico e cultural da França para os Estados Unidos, avança pela pop art e sua mudança revolucionária no conceito de arte, introduz as novas mídias e tecnologias e a forma como a publicidade se integrou a elas para, ao final, vislumbrar caminhos e possibilidades para a propaganda no futuro.
Como lidar com clientes difíceis
Dave Anderson
Este livro mostra ao leitor as 10 possíveis verdades sobre os clientes difíceis e como entender a mente deles. Aprendendo assim a se comportar de maneira profissional e a se diferenciar da concorrência para vender mais em qualquer situação. A obra busca informar ao leitor quais são as quatro ameaças mais comuns apresentadas pelos clientes difíceis e como neutralizá-las. Descobrindo como transformar inimigos potenciais em aliados, ao tentar fazer a venda de maneira justa, ética e inteligente e, de quebra, ainda ganhar indicações.
Gestão Estratégica: da empresa que temos para a empresa que queremos
Eliezer Arantes da Costa
Na obra, os conceitos estudados são universais, podendo ser aplicados a todos os tipos e tamanhos de empresas. Equilibra a teoria com a prática, proporcionando ao leitor um entendimento integrado da estratégia.
Administração Pública
José Maria Pinheiro Madeira
Este livro, após uma análise sobre as pessoas jurídicas à luz das funções estatais e das finalidades do Estado, enfoca as diversas modalidades de Administração Indireta, examinando os contornos legais das Autarquias, das Agências Reguladoras, Fundações, Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas, assim como as formas de delegação da prestação de serviços a particulares. Aborda, ainda, as Organizações Sociais, as Gerências Executivas em programas nacionais de conteúdo sociais, a organização da sociedade no interesse público.
Autenticidade: tudo o que os consumidores realmente querem
B. Joseph Pine II e James H. Gilmore
Quanto mais artificial o mundo aparenta ser, mais todos nós exigimos o que é real. À medida que a realidade é classificada, alterada e comercializada, os consumidores reagem ao que é envolvente, pessoal, memorável e, acima de tudo, autêntico. Mas o que é autenticidade?
Neste prático e provocativo guia, os autores definem o que esse conceito significa para o consumidor pós-moderno e como as empresas podem classificar suas ofertas como "realmente reais". Os consumidores de hoje buscam o autêntico onde e quando compram.
Disponíveis no 1º subsolo da Biblioteca Central
Dave Anderson
Este livro mostra ao leitor as 10 possíveis verdades sobre os clientes difíceis e como entender a mente deles. Aprendendo assim a se comportar de maneira profissional e a se diferenciar da concorrência para vender mais em qualquer situação. A obra busca informar ao leitor quais são as quatro ameaças mais comuns apresentadas pelos clientes difíceis e como neutralizá-las. Descobrindo como transformar inimigos potenciais em aliados, ao tentar fazer a venda de maneira justa, ética e inteligente e, de quebra, ainda ganhar indicações.
Gestão Estratégica: da empresa que temos para a empresa que queremos
Eliezer Arantes da Costa
Na obra, os conceitos estudados são universais, podendo ser aplicados a todos os tipos e tamanhos de empresas. Equilibra a teoria com a prática, proporcionando ao leitor um entendimento integrado da estratégia.
Administração Pública
José Maria Pinheiro Madeira
Este livro, após uma análise sobre as pessoas jurídicas à luz das funções estatais e das finalidades do Estado, enfoca as diversas modalidades de Administração Indireta, examinando os contornos legais das Autarquias, das Agências Reguladoras, Fundações, Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas, assim como as formas de delegação da prestação de serviços a particulares. Aborda, ainda, as Organizações Sociais, as Gerências Executivas em programas nacionais de conteúdo sociais, a organização da sociedade no interesse público.
Autenticidade: tudo o que os consumidores realmente querem
B. Joseph Pine II e James H. Gilmore
Quanto mais artificial o mundo aparenta ser, mais todos nós exigimos o que é real. À medida que a realidade é classificada, alterada e comercializada, os consumidores reagem ao que é envolvente, pessoal, memorável e, acima de tudo, autêntico. Mas o que é autenticidade?
Neste prático e provocativo guia, os autores definem o que esse conceito significa para o consumidor pós-moderno e como as empresas podem classificar suas ofertas como "realmente reais". Os consumidores de hoje buscam o autêntico onde e quando compram.
Disponíveis no 1º subsolo da Biblioteca Central
Com obras na estante, nota aumenta em até 17%
Mariana Mandelli - O Estado de S. Paulo
Estudo do Todos Pela Educação mostra que a quantidade de livros em casa acompanha uma melhora no desempenho no Pisa
O aluno brasileiro que tem até 10 livros em casa tem notas 15% menores em português e ciências do que aquele que tem entre 100 e 200 obras literárias. No caso de matemática, o impacto é de 17%.
O estudo do Todos Pela Educação mostra que a quantidade de livros em casa acompanha uma melhora no desempenho no Pisa. Educadores concordam.
“Um leitor crítico tem mais potencial na escola, especialmente nas disciplinas de ciências humanas. Um exemplo é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): se não souber interpretar o texto, não adianta saber o conceito”, opina Luiz Chinan, presidente do Instituto Canal do Livro.
Para tornar as obras atraentes, as escolas investem em diversas iniciativas. No Colégio São Domingos, na zona oeste paulistana, por exemplo, os alunos fazem viagens à terra natal dos autores. Cordisburgo, no norte de Minas Gerais onde nasceu Guimarães Rosa, e o sul da Bahia, onde Jorge Amado ambientou suas histórias, são destinos certos. “O livro tem de fazer sentido. Só assim o aluno se interessa de verdade”, afirma o diretor Silvio Barini Pinto.
Promover a interdisciplinaridade, relacionando literatura com geografia e história, e trabalhar parcerias com as famílias são outros recursos explorados pelas escolas. “Com o repertório mais amplo, o aluno transporta conhecimento para sua vida escolar e para o mundo, contribuindo como cidadão”, conta Gisele Magnossão, diretora pedagógica do Colégio Albert Sabin.
Resultados. Os alunos que leem por prazer afirmam que é nítido o impacto positivo do hábito na vida escolar. Eliakim Ferreira Oliveira, de 15 anos, atribui sua conquista - uma bolsa no colégio Santa Maria - ao “vício” em livros. Ex-aluno da rede pública, ele se destacou por seu desempenho e conseguiu a vaga na escola, uma das melhores de São Paulo segundo o Enem.
“Ler bastante foi crucial na minha vida”, diz ele, que leu A Evolução da Física, de Albert Einstein e Leopold Infeld, aos 9 anos. Entre os autores que já leu estão Friedrich Nietzsche, James Joyce, John Keats e até Dan Brown (O Código da Vinci).
Brasil: baixa posição
A média do País no Pisa subiu 33 pontos entre 2000 e 2009. Mas o Brasil ainda figura no 53º lugar entre 65 países e a maioria dos alunos não passou do primeiro dos seis níveis de conhecimento.
PRESTE ATENÇÃO
1.Ler histórias com os filhos em casa é uma das principais dicas dos especialistas para despertar o interesse por livros nas crianças.
2.Os pais devem acompanhar, em parceria com a escola, como está a leitura dos filhos. Para isso, o contato com os professores é essencial.
3.Levar as crianças para visitar livrarias é uma boa opção. Presenteá-las com livros também é uma prática indicada pelos educadores.
4.Passeios por bibliotecas, públicas ou privadas, também ajudam a despertar o interesse. A escola deve estimular e pode acompanhar a ida.
5.Estimular a comunicação escrita com os filhos, por meio de bilhetes e e-mails, também é um modo de influenciar a criança a ler.
6.Além de livros, vale a pena incentivar as crianças a ler de tudo: jornais, revistas, gibis e até folhetos. Assim elas se sentem “parte do mundo”.
Leia também:
Estudantes brasileiros são os que têm menos livros em casa, aponta pesquisa
Estudo do Todos Pela Educação mostra que a quantidade de livros em casa acompanha uma melhora no desempenho no Pisa
O aluno brasileiro que tem até 10 livros em casa tem notas 15% menores em português e ciências do que aquele que tem entre 100 e 200 obras literárias. No caso de matemática, o impacto é de 17%.
O estudo do Todos Pela Educação mostra que a quantidade de livros em casa acompanha uma melhora no desempenho no Pisa. Educadores concordam.
“Um leitor crítico tem mais potencial na escola, especialmente nas disciplinas de ciências humanas. Um exemplo é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): se não souber interpretar o texto, não adianta saber o conceito”, opina Luiz Chinan, presidente do Instituto Canal do Livro.
Para tornar as obras atraentes, as escolas investem em diversas iniciativas. No Colégio São Domingos, na zona oeste paulistana, por exemplo, os alunos fazem viagens à terra natal dos autores. Cordisburgo, no norte de Minas Gerais onde nasceu Guimarães Rosa, e o sul da Bahia, onde Jorge Amado ambientou suas histórias, são destinos certos. “O livro tem de fazer sentido. Só assim o aluno se interessa de verdade”, afirma o diretor Silvio Barini Pinto.
Promover a interdisciplinaridade, relacionando literatura com geografia e história, e trabalhar parcerias com as famílias são outros recursos explorados pelas escolas. “Com o repertório mais amplo, o aluno transporta conhecimento para sua vida escolar e para o mundo, contribuindo como cidadão”, conta Gisele Magnossão, diretora pedagógica do Colégio Albert Sabin.
Resultados. Os alunos que leem por prazer afirmam que é nítido o impacto positivo do hábito na vida escolar. Eliakim Ferreira Oliveira, de 15 anos, atribui sua conquista - uma bolsa no colégio Santa Maria - ao “vício” em livros. Ex-aluno da rede pública, ele se destacou por seu desempenho e conseguiu a vaga na escola, uma das melhores de São Paulo segundo o Enem.
“Ler bastante foi crucial na minha vida”, diz ele, que leu A Evolução da Física, de Albert Einstein e Leopold Infeld, aos 9 anos. Entre os autores que já leu estão Friedrich Nietzsche, James Joyce, John Keats e até Dan Brown (O Código da Vinci).
Brasil: baixa posição
A média do País no Pisa subiu 33 pontos entre 2000 e 2009. Mas o Brasil ainda figura no 53º lugar entre 65 países e a maioria dos alunos não passou do primeiro dos seis níveis de conhecimento.
PRESTE ATENÇÃO
1.Ler histórias com os filhos em casa é uma das principais dicas dos especialistas para despertar o interesse por livros nas crianças.
2.Os pais devem acompanhar, em parceria com a escola, como está a leitura dos filhos. Para isso, o contato com os professores é essencial.
3.Levar as crianças para visitar livrarias é uma boa opção. Presenteá-las com livros também é uma prática indicada pelos educadores.
4.Passeios por bibliotecas, públicas ou privadas, também ajudam a despertar o interesse. A escola deve estimular e pode acompanhar a ida.
5.Estimular a comunicação escrita com os filhos, por meio de bilhetes e e-mails, também é um modo de influenciar a criança a ler.
6.Além de livros, vale a pena incentivar as crianças a ler de tudo: jornais, revistas, gibis e até folhetos. Assim elas se sentem “parte do mundo”.
Leia também:
Estudantes brasileiros são os que têm menos livros em casa, aponta pesquisa
Fonte: http://www.estadao.com.br/
Moacyr Scliar
Falecido recentemente em 27 de fevereiro de 2011, o escritor e acadêmico Moacyr Jaime Scliar, formado em medicina, trabalhou como médico especialista em saúde pública e professor universitário.
Scliar publicou mais de setenta livros, entre crônicas, contos, ensaios, romances e literatura infanto-juvenil, em 2003 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, tendo recebido antes uma grande quantidade de prêmios literários como o Jabuti (1988, 1993 e 2009), o Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) (1989) e o Casa de las Américas (1989).
Suas obras frequentemente abordam a imigração judaica no Brasil, mas também tratam de temas como o socialismo, a medicina (área de sua formação), a vida de classe média e vários outros assuntos. Suas obras suas traduzidas para doze idiomas.
Entre suas obras mais importantes estão os seus contos e os romances O ciclo das águas, A estranha nação de Rafael Mendes, O exército de um homem só e O centauro no jardim, este último incluído na lista dos 100 melhores livros de temática judaica dos últimos 200 anos, feita pelo National Yiddish Book Center nos Estados Unidos.
(Porto Alegre, 23 de março de 1937 — Porto Alegre, 27 de fevereiro de 2011).
Fontes:
TV Cultura – Programa Roda Vida
Blog Biblioarqui´s
Biblioteca Central - PUCRS
Scliar publicou mais de setenta livros, entre crônicas, contos, ensaios, romances e literatura infanto-juvenil, em 2003 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, tendo recebido antes uma grande quantidade de prêmios literários como o Jabuti (1988, 1993 e 2009), o Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) (1989) e o Casa de las Américas (1989).
Suas obras frequentemente abordam a imigração judaica no Brasil, mas também tratam de temas como o socialismo, a medicina (área de sua formação), a vida de classe média e vários outros assuntos. Suas obras suas traduzidas para doze idiomas.
Entre suas obras mais importantes estão os seus contos e os romances O ciclo das águas, A estranha nação de Rafael Mendes, O exército de um homem só e O centauro no jardim, este último incluído na lista dos 100 melhores livros de temática judaica dos últimos 200 anos, feita pelo National Yiddish Book Center nos Estados Unidos.
(Porto Alegre, 23 de março de 1937 — Porto Alegre, 27 de fevereiro de 2011).
Fontes:
TV Cultura – Programa Roda Vida
Blog Biblioarqui´s
Biblioteca Central - PUCRS
O Nosso Twitter
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Confira os posts da semana passada.
• ESPM realiza 1° Pocket de Inovação. http://bit.ly/gwwjFX
• Um bar biblioteca. >http://bit.ly/gLkGwg
• Tipos de bibliotecários - o que faz um bibliotecário? http://bit.ly/e110NY
• Curso: Gestão da Inovação Voltada para o Mercado. http://bit.ly/gIoUzJ
• Rótulos de embalagens: acredite, eles são lidos por muita gente. http://bit.ly/g7Tu55
• O que você acha de pagar para ter suas emissões de gases poluentes neutralizadas? Ismael Rocha fala sobre o assunto. http://bit.ly/dYf8p6
• Viver é combater o corpo, inutilmente. Texto de Eugenio Bucci publicado no Estadão de hoje: http://bit.ly/fSdgSi
• Atualize-se com o que há de mais inovador no Email Marketing. Evento na ESPM dia 1/3. http://bit.ly/e1Y2D4
• "O nível de exigência do nosso consumidor atingiu um grau jamais visto". http://bit.ly/fQ2vC3
• Seja um voluntário contador de histórias. http://bit.ly/fV3F6a
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A cura pela leitura
Um ramo tanto da biblioteconomia quanto da psicologia, a biblioterapia vem ganhando adeptos no Brasil.
Um relacionamento que termina é sempre um motivo de tristeza ou de pausa para repensar a vida. Para superar a fase difícil, que tal um bom livro? "Flashman", de George MacDonald Fraser, sobre um soldado britânico pouco recomendável, condecorado por heroísmo, pode distraí-lo de sua autopiedade. "Do Amor", de Stendhal, pode auxiliá-lo a lidar com a melancolia, e "As Consolações da Filosofia", de Alain de Botton, pode servir mesmo de consolo.
Acabou de perder o emprego? Dureza, mas não se desespere! Uma boa pedida é rir com o conto "Bartleby", de Herman Melville, sobre um empregado que recebe a solicitação para fazer uma coisa e diz preferir não fazer, mas estranhamente continua dia e noite no escritório. Já quem sofre pelo luto pode encontrar suporte em "Uma Comovente Obra de Espantoso Talento", de Dave Eggers, baseado na história do próprio autor, que perdeu os pais jovem e precisou cuidar do irmão, ou "Metamorfoses", de Ovídio, que descreve as transformações de todas as coisas, da vida à morte.
Essas são indicações genéricas de Ella Berthoud, da School of Life de Londres, fundada em 2008. Na prática, as "receitas" são individualizadas. O interessado pode marcar uma consulta pessoalmente, por telefone ou Skype. Depois de responder a um questionário sobre suas preferências literárias e conversar com a especialista, recebe uma lista de livros mais adequados às suas aflições. Usar literatura para ajudar a superar alguma dificuldade ou dor tem nome: biblioterapia. Desde a Antiguidade há relatos de prescrição de livros para enfrentar problemas cotidianos, mas só no século passado a prática ganhou esse nome e os primeiros estudos sobre seus benefícios, principalmente para doentes e presidiários. No Brasil, ela começa a ser difundida, com trabalhos principalmente em hospitais, ainda que não haja grupos fixos até o momento.
A biblioterapia pode ser um ramo tanto da biblioteconomia quanto da psicologia. A bibliotecária Clarice Fortkamp Caldin, autora de "Biblioterapia: um Cuidado com o Ser", prefere fazer a distinção. "Biblioterapeuta é o psicanalista que se vale da leitura como uma das terapias, pois desenvolve a biblioterapia clínica com o intuito de cuidar das patologias psíquicas", diz. "O bibliotecário, a seu turno, desenvolve a biblioterapia de desenvolvimento, quer dizer, cuida do ser na sua totalidade, sem fazer julgamento do que é ou não normal. Costumo chamá-lo de 'aplicador da biblioterapia'. Não é um título tão charmoso quanto o primeiro, mas me parece mais justo."
Clarice começou a se interessar pelo assunto quando percebeu que o bibliotecário estava muito preso às funções técnicas, esquecendo-se do lado humanista da profissão. Em 2001, defendeu dissertação sobre a leitura como função pedagógica, social e terapêutica. Depois, elaborou um curso de 80 horas na Universidade Federal de Santa Catarina. Na sua opinião, a eficácia vem da falta de cobranças. "O aplicador de biblioterapia não prescreve uma norma de conduta nem um remédio a ser tomado em horários determinados. Dela participa quem quiser, quem tiver vontade de escutar uma história", afirma. "Essa história agirá no ouvinte do jeito que ele achar melhor ou mais conveniente naquele instante de sua vida. Será digerida lentamente, ficará na sua mente ou no seu subconsciente por tempo indeterminado e poderá ser retomada a qualquer momento." E, como é grátis, não precisa ser interrompida se o dinheiro estiver curto.
Em sua experiência de quatro meses na ala pediátrica de um hospital em Santa Catarina, na qual se executou a biblioterapia por meio de leitura, contação, dramatização de histórias e brincadeiras, as crianças, segundo ela, esqueceram-se de que estavam em um hospital. Os familiares também se beneficiaram com o alívio do estresse. Num presídio feminino, as sessões de contos e poesias ajudaram as participantes a superar a sensação de impotência e a saudade dos maridos e filhos. Elas saíram do estado de prostração e chegaram até a escrever um jornalzinho interno.
Normalmente, a biblioterapia se dá em grupo. O aplicador seleciona o texto, faz a leitura, narração ou dramatização de uma história e aposta no envolvimento do público. Cuida, ainda, de permitir a liberdade de interpretação, propiciar o diálogo, a catarse, a identificação, a introspecção. "É bom frisar que para esse mister se presta a literatura, quer dizer, a ficção. Textos informativos ou didáticos não são considerados biblioterapêuticos, porque não produzem a explosão e apaziguamento das emoções [catarse], não permitem a identificação com as personagens [experiência vicária], nem induzem à introspecção [reflexão sobre como nosso comportamento afeta o outro]."
Os livros infantis são os geralmente utilizados por Lucélia Paiva, doutora em psicologia escolar e do desenvolvimento pela Universidade de São Paulo e autora da tese "A Arte de Falar da Morte: a Literatura Infantil como Recurso para Abordar a Morte com Crianças e Educadores". Ela conta que descobriu o valor da biblioterapia intuitivamente. "Sentia que era mais fácil falar sobre certos temas com metáforas, de forma mais suave", diz ela, que desenvolve trabalho voltado para pessoas em situações de crise e emergência, perdas e luto.
Lucélia começou a usar livros infantis para tratar de assuntos como a morte com seus sobrinhos. Mais tarde, conheceu o termo biblioterapia. Hoje, utiliza o mesmo gênero para adultos e crianças, em sessões em grupo ou individuais. "A Menina e o Pássaro Encantado", de Rubem Alves, sobre uma garota que aprisiona uma ave numa gaiola por amá-la muito, serve para tratar de relações familiares ou conjugais e de luto. Já "Dona Saudade", de Claudia Pessoa, ajuda a lidar com o luto e a saudade. "A Aids e Alguns Fantasmas no Diário de Rodrigo", de Jonas Ribeiro e André Neves, auxilia na superação do estigma da doença.
As histórias, segundo ela, sempre precisam ter começo, meio e fim. "Não precisa ser final feliz, desde que exista uma solução. É ela que minimiza o sofrimento." É preciso buscar o envolvimento do ouvinte, seja pela identificação com personagem ou história. "Se fizer eco, se fizer sentido, ele vai começar a ter um envolvimento emocional. A partir dessa catarse, pode identificar-se. E o desfecho daquele conflito do livro pode trazer para ele a possibilidade de desfecho de seus conflitos." Ela afirma ter tido certeza de que dava certo quando soube que uma mãe enlutada tinha lido "Dona Saudade", presenteada por uma amiga em comum, e espalhado o livro pelas outras pessoas afetadas pela perda de seu filho. Em outro caso, conseguiu, em sessão de psicoterapia, acessar até um trauma maior, fazendo uma senhora falar sobre o abuso sexual sofrido na infância.
Já os especialistas no ramo da biblioteconomia, ou aplicadores de biblioterapia, como descreve Clarice Fortkamp Caldin, deixam claro que a biblioterapia não é científica e não exclui os cuidados médicos. "Como arte, ela é criativa. Assim, o sujeito dela se vale para mitigar pequenos problemas pessoais. Cada um do seu jeito, usando a imaginação e de acordo com suas emoções", diz ela. Para pessoas com problemas psicológicos sérios, pode ser auxiliar, sem ter a capacidade de cura. Mas dá seus resultados para quem embarca na viagem.
"Sabemos que o poder da boa literatura é profundo e transformador. Temos um feedback positivo de nossos clientes, que frequentemente voltam para mais sessões. Mas nós não nos advogamos como médicos. Somos doutores de livros!", ressalta Ella Berthoud, da School of Life, que faz apenas atendimento individual. Para ela, funciona porque "você entra na cabeça de outra pessoa e vive outra vida por meio dos personagens do romance".
Essa experiência permite que se entenda melhor seus dilemas, se o livro for bem escolhido. "Você vê um personagem cometendo um erro e pode evitar fazer o mesmo. Outras vezes você vê os personagens superando as dificuldades, e isso dá a você, leitor, a resolução de resolver enfrentar a própria situação." Fortalecido pela boa literatura ou por uma contação de histórias eficiente, ele tem a chance de estar mais apto a superar as dificuldades e os momentos de desânimo e de tristeza. Como se diz por aí, ler realmente faz bem, para a mente e para a alma.
Acabou de perder o emprego? Dureza, mas não se desespere! Uma boa pedida é rir com o conto "Bartleby", de Herman Melville, sobre um empregado que recebe a solicitação para fazer uma coisa e diz preferir não fazer, mas estranhamente continua dia e noite no escritório. Já quem sofre pelo luto pode encontrar suporte em "Uma Comovente Obra de Espantoso Talento", de Dave Eggers, baseado na história do próprio autor, que perdeu os pais jovem e precisou cuidar do irmão, ou "Metamorfoses", de Ovídio, que descreve as transformações de todas as coisas, da vida à morte.
Essas são indicações genéricas de Ella Berthoud, da School of Life de Londres, fundada em 2008. Na prática, as "receitas" são individualizadas. O interessado pode marcar uma consulta pessoalmente, por telefone ou Skype. Depois de responder a um questionário sobre suas preferências literárias e conversar com a especialista, recebe uma lista de livros mais adequados às suas aflições. Usar literatura para ajudar a superar alguma dificuldade ou dor tem nome: biblioterapia. Desde a Antiguidade há relatos de prescrição de livros para enfrentar problemas cotidianos, mas só no século passado a prática ganhou esse nome e os primeiros estudos sobre seus benefícios, principalmente para doentes e presidiários. No Brasil, ela começa a ser difundida, com trabalhos principalmente em hospitais, ainda que não haja grupos fixos até o momento.
A biblioterapia pode ser um ramo tanto da biblioteconomia quanto da psicologia. A bibliotecária Clarice Fortkamp Caldin, autora de "Biblioterapia: um Cuidado com o Ser", prefere fazer a distinção. "Biblioterapeuta é o psicanalista que se vale da leitura como uma das terapias, pois desenvolve a biblioterapia clínica com o intuito de cuidar das patologias psíquicas", diz. "O bibliotecário, a seu turno, desenvolve a biblioterapia de desenvolvimento, quer dizer, cuida do ser na sua totalidade, sem fazer julgamento do que é ou não normal. Costumo chamá-lo de 'aplicador da biblioterapia'. Não é um título tão charmoso quanto o primeiro, mas me parece mais justo."
Clarice começou a se interessar pelo assunto quando percebeu que o bibliotecário estava muito preso às funções técnicas, esquecendo-se do lado humanista da profissão. Em 2001, defendeu dissertação sobre a leitura como função pedagógica, social e terapêutica. Depois, elaborou um curso de 80 horas na Universidade Federal de Santa Catarina. Na sua opinião, a eficácia vem da falta de cobranças. "O aplicador de biblioterapia não prescreve uma norma de conduta nem um remédio a ser tomado em horários determinados. Dela participa quem quiser, quem tiver vontade de escutar uma história", afirma. "Essa história agirá no ouvinte do jeito que ele achar melhor ou mais conveniente naquele instante de sua vida. Será digerida lentamente, ficará na sua mente ou no seu subconsciente por tempo indeterminado e poderá ser retomada a qualquer momento." E, como é grátis, não precisa ser interrompida se o dinheiro estiver curto.
Em sua experiência de quatro meses na ala pediátrica de um hospital em Santa Catarina, na qual se executou a biblioterapia por meio de leitura, contação, dramatização de histórias e brincadeiras, as crianças, segundo ela, esqueceram-se de que estavam em um hospital. Os familiares também se beneficiaram com o alívio do estresse. Num presídio feminino, as sessões de contos e poesias ajudaram as participantes a superar a sensação de impotência e a saudade dos maridos e filhos. Elas saíram do estado de prostração e chegaram até a escrever um jornalzinho interno.
Normalmente, a biblioterapia se dá em grupo. O aplicador seleciona o texto, faz a leitura, narração ou dramatização de uma história e aposta no envolvimento do público. Cuida, ainda, de permitir a liberdade de interpretação, propiciar o diálogo, a catarse, a identificação, a introspecção. "É bom frisar que para esse mister se presta a literatura, quer dizer, a ficção. Textos informativos ou didáticos não são considerados biblioterapêuticos, porque não produzem a explosão e apaziguamento das emoções [catarse], não permitem a identificação com as personagens [experiência vicária], nem induzem à introspecção [reflexão sobre como nosso comportamento afeta o outro]."
Os livros infantis são os geralmente utilizados por Lucélia Paiva, doutora em psicologia escolar e do desenvolvimento pela Universidade de São Paulo e autora da tese "A Arte de Falar da Morte: a Literatura Infantil como Recurso para Abordar a Morte com Crianças e Educadores". Ela conta que descobriu o valor da biblioterapia intuitivamente. "Sentia que era mais fácil falar sobre certos temas com metáforas, de forma mais suave", diz ela, que desenvolve trabalho voltado para pessoas em situações de crise e emergência, perdas e luto.
Lucélia começou a usar livros infantis para tratar de assuntos como a morte com seus sobrinhos. Mais tarde, conheceu o termo biblioterapia. Hoje, utiliza o mesmo gênero para adultos e crianças, em sessões em grupo ou individuais. "A Menina e o Pássaro Encantado", de Rubem Alves, sobre uma garota que aprisiona uma ave numa gaiola por amá-la muito, serve para tratar de relações familiares ou conjugais e de luto. Já "Dona Saudade", de Claudia Pessoa, ajuda a lidar com o luto e a saudade. "A Aids e Alguns Fantasmas no Diário de Rodrigo", de Jonas Ribeiro e André Neves, auxilia na superação do estigma da doença.
As histórias, segundo ela, sempre precisam ter começo, meio e fim. "Não precisa ser final feliz, desde que exista uma solução. É ela que minimiza o sofrimento." É preciso buscar o envolvimento do ouvinte, seja pela identificação com personagem ou história. "Se fizer eco, se fizer sentido, ele vai começar a ter um envolvimento emocional. A partir dessa catarse, pode identificar-se. E o desfecho daquele conflito do livro pode trazer para ele a possibilidade de desfecho de seus conflitos." Ela afirma ter tido certeza de que dava certo quando soube que uma mãe enlutada tinha lido "Dona Saudade", presenteada por uma amiga em comum, e espalhado o livro pelas outras pessoas afetadas pela perda de seu filho. Em outro caso, conseguiu, em sessão de psicoterapia, acessar até um trauma maior, fazendo uma senhora falar sobre o abuso sexual sofrido na infância.
Já os especialistas no ramo da biblioteconomia, ou aplicadores de biblioterapia, como descreve Clarice Fortkamp Caldin, deixam claro que a biblioterapia não é científica e não exclui os cuidados médicos. "Como arte, ela é criativa. Assim, o sujeito dela se vale para mitigar pequenos problemas pessoais. Cada um do seu jeito, usando a imaginação e de acordo com suas emoções", diz ela. Para pessoas com problemas psicológicos sérios, pode ser auxiliar, sem ter a capacidade de cura. Mas dá seus resultados para quem embarca na viagem.
"Sabemos que o poder da boa literatura é profundo e transformador. Temos um feedback positivo de nossos clientes, que frequentemente voltam para mais sessões. Mas nós não nos advogamos como médicos. Somos doutores de livros!", ressalta Ella Berthoud, da School of Life, que faz apenas atendimento individual. Para ela, funciona porque "você entra na cabeça de outra pessoa e vive outra vida por meio dos personagens do romance".
Essa experiência permite que se entenda melhor seus dilemas, se o livro for bem escolhido. "Você vê um personagem cometendo um erro e pode evitar fazer o mesmo. Outras vezes você vê os personagens superando as dificuldades, e isso dá a você, leitor, a resolução de resolver enfrentar a própria situação." Fortalecido pela boa literatura ou por uma contação de histórias eficiente, ele tem a chance de estar mais apto a superar as dificuldades e os momentos de desânimo e de tristeza. Como se diz por aí, ler realmente faz bem, para a mente e para a alma.
Fonte: Valor Online
Grades em biblioteca reacendem polêmica
Reinauguração da Biblioteca Mário de Andrade, no dia 25 de janeiro, reacendeu uma velha polêmica paulistana: espaços públicos devem ou não ser protegidos por grades?
Isso porque o projeto de restauro da histórica biblioteca, elaborado entre 2005 e 2006 pelo escritório Piratininga Arquitetos Associados, previa nos fundos uma área externa ligando a biblioteca à Praça Dom José Gaspar, sem grades rodeando a construção. O prédio ficou tinindo, mas as grades continuam lá. “O projeto ficou incompleto”, lamenta o arquiteto José Armênio de Brito Cruz, sócio do Piratininga e um dos autores da obra.
“Havíamos previsto um diálogo do prédio com a cidade. Botar cerquinha em volta faz com que o prédio, apesar de público, não interaja com o entorno.” A Secretaria Municipal da Cultura, por meio de sua Assessoria de Imprensa, justifica que a decisão de manter as grades foi para proteger o paisagismo realizado ali – ao custo de R$ 500 mil. “No local, foram usadas 18 espécies de plantas, incluindo bromélias imperiais, lambaris, bananas-bravas, entre outras. Ao todo, foram plantadas 25 mil mudas”, esclarece.
O órgão ressalta que as grades atuais são menores do que as que existiam antes. “Ao longo da obra, a secretaria chegou a nos procurar, pedindo uma solução arquitetônica que previsse grades”, comenta Brito Cruz. “Como argumentamos que não desenharíamos e que isso feria a diretriz do projeto, eles providenciaram uma solução interna.” A Prefeitura recorreu ao arquiteto André Graziano.
Outros exemplos. Não se trata do único caso de grades em espaço público. Nos últimos anos, a medida vem sendo adotada em várias das 6 mil praças paulistanas – a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras admitiu não ter o número consolidado de quantas contam com a proteção e disse que um levantamento demoraria duas semanas.
“Em alguns locais, o entorno da praça possui muito movimento de veículos. Assim, o gradeamento evita que uma criança, durante uma brincadeira, saia correndo em direção à rua”, afirma o órgão, por meio de nota. “Também é possível, com o gradeamento, inibir a possibilidade de pessoas mal intencionadas se aproveitarem de vegetação mais alta para usar como refúgio ou esconderijo.” A secretaria frisou que não há legislação que regulamente a existência ou não de grades em torno de praças.
Os exemplos estão em todos os bairros. Uma parte da Praça da Independência, no Ipiranga, por exemplo, é gradeada “por fazer parte de área tombada.” Na Vila Prudente, uma praça foi gradeada há três anos porque era ponto de descarte irregular de lixo. Em Americanópolis, uma praça foi cercada em 2009. Motivos: melhorar a segurança e evitar acúmulo de entulho.
Foto: Fachada da Biblioteca Mário de Andrade, reinaugurada (Foto: Fabiano Correia/G1)
Fonte: http://www.estadao.com.br/
Isso porque o projeto de restauro da histórica biblioteca, elaborado entre 2005 e 2006 pelo escritório Piratininga Arquitetos Associados, previa nos fundos uma área externa ligando a biblioteca à Praça Dom José Gaspar, sem grades rodeando a construção. O prédio ficou tinindo, mas as grades continuam lá. “O projeto ficou incompleto”, lamenta o arquiteto José Armênio de Brito Cruz, sócio do Piratininga e um dos autores da obra.
“Havíamos previsto um diálogo do prédio com a cidade. Botar cerquinha em volta faz com que o prédio, apesar de público, não interaja com o entorno.” A Secretaria Municipal da Cultura, por meio de sua Assessoria de Imprensa, justifica que a decisão de manter as grades foi para proteger o paisagismo realizado ali – ao custo de R$ 500 mil. “No local, foram usadas 18 espécies de plantas, incluindo bromélias imperiais, lambaris, bananas-bravas, entre outras. Ao todo, foram plantadas 25 mil mudas”, esclarece.
O órgão ressalta que as grades atuais são menores do que as que existiam antes. “Ao longo da obra, a secretaria chegou a nos procurar, pedindo uma solução arquitetônica que previsse grades”, comenta Brito Cruz. “Como argumentamos que não desenharíamos e que isso feria a diretriz do projeto, eles providenciaram uma solução interna.” A Prefeitura recorreu ao arquiteto André Graziano.
Outros exemplos. Não se trata do único caso de grades em espaço público. Nos últimos anos, a medida vem sendo adotada em várias das 6 mil praças paulistanas – a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras admitiu não ter o número consolidado de quantas contam com a proteção e disse que um levantamento demoraria duas semanas.
“Em alguns locais, o entorno da praça possui muito movimento de veículos. Assim, o gradeamento evita que uma criança, durante uma brincadeira, saia correndo em direção à rua”, afirma o órgão, por meio de nota. “Também é possível, com o gradeamento, inibir a possibilidade de pessoas mal intencionadas se aproveitarem de vegetação mais alta para usar como refúgio ou esconderijo.” A secretaria frisou que não há legislação que regulamente a existência ou não de grades em torno de praças.
Os exemplos estão em todos os bairros. Uma parte da Praça da Independência, no Ipiranga, por exemplo, é gradeada “por fazer parte de área tombada.” Na Vila Prudente, uma praça foi gradeada há três anos porque era ponto de descarte irregular de lixo. Em Americanópolis, uma praça foi cercada em 2009. Motivos: melhorar a segurança e evitar acúmulo de entulho.
Foto: Fachada da Biblioteca Mário de Andrade, reinaugurada (Foto: Fabiano Correia/G1)
Fonte: http://www.estadao.com.br/
Entrevista com Rubens Alves

Rubens está com livro novo, “Variações Sobre o Prazer”.
Na entrevista abaixo fala de sua nova obra e de outros temas interessantes.
AE – Porque logo de saída, no prefácio, você avisa – Eu não deveria ter tentado escrever este livro?
RUBEM ALVES – Porque o livro estava me fazendo sofrer. Fiquei obcecado com a ideia, que me parecia muito boa. Todos os meus momentos livres, eu os dedicava a escrever. E, com isso, não me sobrava tempo para o prazer. Escrever deve ser uma experiência de felicidade.
AE – “Variações Sobre o Prazer” ou o “Livro Sem Fim” apareceu como uma espécie de contestação ao método, ressistematização ou por puro prazer, para negar tudo isso? É uma defesa do pensamento em antítese ao fazer, produzir, lucrar? Um manifesto contra a educação utilitarista e pragmática, da ‘múltipla alternativa’, do ‘diploma’, em favor de uma educação que ensine com amor o prazer e a alegria de pensar, de se alcançar o conhecimento?
RUBEM ALVES – Não, eu não estava pensando em contestar o “método”. O que eu queria era fazer o que Albert Camus desejava. No seu “Cadernos da Juventude”, escreveu: “Quando tudo estiver acabado: escrever sem preocupação de ordem. Tudo o que me passar pela cabeça”. ( A. Camus, Primeiros Cadernos, p. 427). Ele não teve essa chance. Morreu antes. O “Assim Falava Zaratustra” é um exemplo dessa desordem, as palavras sendo levadas pelo vento… O consciente marcha. O inconsciente dança…
AE – Qual o peso que o ‘crepúsculo’ (a velhice) teve na decisão de trocar os ’saberes’ – o conhecimento formal que é bom e útil – pelos ’sabores’, o saber com gosto, alegria, prazer?
RUBEM ALVES – Precisei, primeiro, libertar-me das regras do discurso acadêmico. E isso aconteceu não por uma decisão pensada, mas pela minha experiência com a minha filha pequena. Comecei a escrever estórias para crianças em resposta às suas perplexidades e sofrimentos. Essa experiência de escritor – que surgiu de repente, seu preparo – abriu as portas para o meu jeito de escrever para os adultos. Aprendi que quem lê com prazer aprende mais… Trata-se de uma filosofia de vida: “carpe diem – colha o dia”. É para isso que vivemos. Como disse Fernando Pessoa, “dia que não gozaste não foi teu. Foi só durares nele…”
AE – No seu livro a gente entra no mundo classificado como ‘pesado’ da Filosofia e examina universos distintos – Descartes, Nietzsche, Marx, Agostinho de Hypona, Kierkegaard, Kant… – a partir de paisagens, contrapontos ou ‘ilustrações’ de Goethe, Mário Quintana, Fernando Pessoa, Roland Barthes, Manoel Barros, Octávio Paz, García Márques, Gustavo Corção, Borges… Isso sem falar na música – Mozart, Schumann, Chopin, Beethoven e nos grandes pintores e sua preferência pelas ‘figuras’. Que ‘feitiçaria’ o senhor usa para escrever, que pode se transitar por esses filósofos como quem mora num sítio e vai ao galinheiro, no quintal, buscar um ovo para fritar. E volta, e frita e come o ovo ‘estalado’ e se lambuza?
RUBEM ALVES – Gostei da metáfora… É isso mesmo. Cada uma das pessoas que você cita é um ninho cheio de ovos. Compete ao escritor exercer com os ovos a sua arte de “chef”… Produzir palavras que são boas para comer. Não uso feitiçaria alguma. Não tenho um método. As palavras e as ideias simplesmente vêm. Feiticeiro não sou eu. São as palavras…
AE – “Hoc est corpus meum” – escrever com o sangue, com as feições da própria história, com as histórias vividas e experienciadas – é o segredo, a feitiçaria, para se produzir um livro para ‘comer’, como esse seu? Um livro fácil de ‘devorar’? Este livro é ’seu corpo e seu sangue’ mesmo? É uma ‘transubstanciação’?
RUBEM ALVES – Esse é o meu desejo: transubstanciação. Quero transformar-me no meu próprio corpo, para que os leitores, ao me lerem, fiquem um pouco parecidos comigo…
AE – Todos os outros livros que escreveu foram sofridos ou lhe deram o mesmo prazer e a alegria que se percebe que teve ao escrever esse?
RUBEM ALVES – Não. Há livros que me dão alegria maior, livros nos quais eu me vejo refletido. Esse livro “Variações Sobre o Prazer” me dá grande alegria, a despeito do sofrimento. Vale, para mim, o aforismo de Blake: “O prazer engravida, mas o sofrimento faz parir. Cada livro é um filho…
Fonte: http://www.diariodecuiaba.com.br/
A Biblioteca do Congresso Americano – Parte 2
Veja segunda reportagem especial realizada pelo programa Espaço Aberto Ciência & Tecnologia, sobre a Biblioteca do Congresso Americano, em Washington.
Neste programa é apresentado o chamado “hospital dos livros” onde um batalhão de pesquisadores e restauradores trabalha incessantemente para salvar a gigantesca coleção da biblioteca. Qual a tecnologia necessária para preservar, por exemplo, um livro grego de mais de duzentos anos? Viaje conosco nesta incrível reportagem.
Neste programa é apresentado o chamado “hospital dos livros” onde um batalhão de pesquisadores e restauradores trabalha incessantemente para salvar a gigantesca coleção da biblioteca. Qual a tecnologia necessária para preservar, por exemplo, um livro grego de mais de duzentos anos? Viaje conosco nesta incrível reportagem.
Fonte: GloboNew
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