Deficiência visual inspirou Fábio a ser professor


Aos sete anos de idade, Fábio decidiu que seria professor. A decisão foi tomada com um dos primeiros livros que ele leu em mãos. Fábio queria ensinar outras pessoas a lerem para que elas pudessem sentir o mesmo prazer que ele experimentava naquele momento.

Fábio nasceu cego. Apesar da deficiência, ele enfrentou suas limitações e, hoje, como professor, quer ensinar aos seus alunos que eles são capazes de alcançar objetivos.

“A deficiência visual foi uma das maiores inspirações para que eu estudasse. Quando você tem uma deficiência, você foca em superar barreiras e dificuldades e em alcançar novos objetivos. A leitura é uma grande oportunidade para você conseguir vencer, porque ela te abre portas”, diz Fábio Deodato dos Santos Silva, 32 anos, professor da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Raul Machado, no bairro Santa Cruz.

Nascido em São Paulo, Fábio foi diagnosticado com cegueira congênita aos três meses de idade. Os pais dele procuraram diversos especialistas, mas todos apresentaram o mesmo diagnóstico: a deficiência era irreversível.

A partir dos três anos, ele passou a ter aulas de estimulação e mobilidade. Aos seis anos, começou a frequentar uma escola municipal. “Na minha sala, eu era o único aluno com deficiência”.

Antes mesmo de saber ler em braile, Fábio já conheceu os livros com a ajuda dos pais. “Minha mãe lia muito pra mim. Lembro também que meu pai me contava histórias sobre o Nordeste, de onde ele e minha mãe vieram. Depois, passei a apropriar dos livros em braile e, hoje, uso os livros digitais também. Gosto de ler livros voltados para educação, para me atualizar, livros religiosos, filosóficos e romances, porque sou um cara romântico”, conta.

Quando terminou a terceira série, Fábio veio para Ribeirão Preto, onde concluiu os estudos em escolas públicas. Depois, cursou técnico em administração de empresas, Pedagogia e fez duas especializações: uma em atendimento educacional especializado e outra sobre ações antidrogas.

Há quatros anos e meio, Fábio é professor na escola Raul Machado, numa sala de recursos multifuncionais. “O objetivo da sala é utilizar recursos de acessibilidade para que os alunos consigam estudar bem no ensino regular, estudar com a inclusão garantida, com a apropriação do conhecimento”.

Valorização do professor é o primeiro passo da inclusão

Ser professor foi uma escolha acertada. Eu ajudo as pessoas a crescerem. Eu acredito que meus alunos podem alçar voo e podem, um dia, estar sentados em cadeiras que ocupem cargos estratégicos. Eles podem ir além até das próprias possibilidades que eles mensuram. E mais: eles podem promover uma mudança de mentalidade na sociedade”, afirma Fábio.

Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Raul Machado, 25 alunos com deficiências visuais participam das aulas do professor. A escola criou diversos projetos para promover uma inclusão responsável. Entre eles, está a Semana da Educação Inclusiva, que foi realizada na semana passada.

“Nunca levei minha deficiência como uma diferença negativa. Percebo limitações que a deficiência me impõe. Tenho que me adaptar. Mas, uma coisa é você ter a deficiência, outra é conviver com alguém que tem deficiência. Ter é sentir todos os impactos no seu dia-a-dia. Conviver é aprender com isso, mas não significa sentir como a pessoa com deficiência sente”.

Porém, para que a inclusão realmente funcione, Fábio diz que a base do processo, o professor, precisa ser valorizado. “O professor é o sujeito que vai permitir a mediação do conhecimento para os alunos, que serão combustíveis e comburentes para incendiar a inclusão. A partir da escola, com a formação do senso crítico e do cidadão, os alunos serão luz para esse caminho inclusivo”.

Leitura dá acesso a 70% mais palavras para as crianças


Se você já sabia que ler para o seu filho desde muito cedo é importante, agora, tem mais um motivo para continuar separando um tempo na rotina para essa atividade. Além de todos os benefícios que a leitura traz para o desenvolvimento e para o vínculo, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, chegaram à conclusão de que a leitura dá acesso a 70% mais palavras do que as conversas que pais e mães costumam ter com a criança.

“O ponto principal é que, claramente, há mais palavras únicas no texto de livros de imagens do que em um discurso direcionado a uma criança. Acho que o principal benefício dos livros é que eles introduzem novos assuntos e novas palavras que, geralmente, ficam de fora do escopo da rotina de uma criança”, explica Jessica Montag, uma das responsáveis pelo estudo.

Silvana Augusto, educadora e pesquisadora em Educação Infantil, concorda. “Apesar de ser a mesma língua, a leitura tem uma linguagem que não é igual a da fala. Ela amplia as possibilidades e possibilita um avanço na capacidade de representação da criança, quando ela quer se expressar”, explica.

Desde cedo

Há quem pense que é bobagem ler para um bebê desde cedo, já que ele “não vai entender nada mesmo”. Nada disso! Ler para uma criança nos primeiros meses de vida faz diferença, sim. “Eles podem não entender o conteúdo da história, mas compreendem o ritmo, a maneira como a mãe e o pai falam quando estão lendo um texto”, diz Silvana. Duvida? Preste atenção no rosto de um bebê enquanto a mãe conversa com ele. Depois, veja como a expressão dele muda quando ela lê um livro. “Eles percebem a mudança, arregalam os olhos, sorriem, tentam...”, descreve a especialista.

Mágica e curiosidade

Além de ampliar o vocabulário e de favorecer o desenvolvimento, ajudando os bebês a perceberem diferenças no comportamento e na maneira de falar quando alguém lê, o contato com a literatura também conta no desenvolvimento da escolaridade. “Para uma criança, a estabilidade da escrita é quase uma mágica. Eles pensam: ‘Como é que quando a minha mãe pega esse livro, ela conta essa história de um jeito e, aí, minha professora pega o mesmo livro e conta a mesma história, do mesmo jeito?’ Para as crianças, é um mistério - e isso desperta a curiosidade e a vontade de entender como aquilo funciona, ou seja, o desejo de aprender a ler e a escrever, mais tarde”, explica a educadora.

Quando a TV substitui a leitura

Se os livros oferecem o contato com palavras diferentes, que não são tão usadas no cotidiano, a televisão, os smartphones e os tablets também podem cumprir esse papel, certo? Sim e não. Ao assistir a um desenho animado, por exemplo, a criança também pode aprender palavras novas. No entanto, nenhum desses aparelhos substitui a leitura. “Podem até ser complementares, mas o modo de expressão, com os livros, é diferente”, afirma Silvana.

Enquanto com a televisão, as crianças são passivas, apenas espectadoras, com a leitura, há uma interação. Os pequenos ficam em contato com o autor, que é contador daquela história, mas isso é intermediado por alguém, que pode ser o pai, a mãe, o professor... “É um momento de qualidade e contato”, resume a especialista.

De leitor a contador

Outro impacto interessante que a leitura traz para as crianças é que o contato com esse ritmo específico, com um universo maior de palavras e com as narrativas permite que elas se tornem contadoras de histórias mais tarde. “A criança vai de passiva, quando só ouve a leitura, à ativa, quando ela mesma é quem começa a contar o que quiser”, afirma Silvana. Essa atitude, além de ser positiva para a socialização, ainda estimula diversos pontos. “Para contar uma história, é preciso acessar a memória, ativar a representação, encontrar palavras. Tudo isso estimula também a autonomia, desde muito cedo”, diz a especialista.

Questão de vínculo

Ler com os filhos estimula a imaginação, oferece esse contato com palavras incomuns e ainda favorece o vínculo com os pais. A atividade pode ser feita desde que a criança é apenas um bebê, mesmo que ele ainda não compreenda o conteúdo, e não tem idade para acabar. Ainda que seu filho já tenha desenvolvido a habilidade de ler sozinho, muitas vezes, aquele momento de leitura com a mãe ou com o pai pode ser um momento desfrutado em família, com aconchego e contato. As histórias podem aproximar e inspirar diálogos sobre novos assuntos. Ler não tem idade!

Cobrador monta biblioteca em ônibus no DF


O cobrador de ônibus Antônio Freitas, que montou biblioteca em ônibus no DF (Foto: Raquel Morais/G1)
O cobrador de ônibus Antônio Freitas, que montou biblioteca em ônibus no DF 

Por Raquel Moraes
O cobrador Antônio da Conceição Ferreira descobriu nos livros uma oportunidade de entreter passageiros que enfrentam até 90 minutos dentro dos ônibus diariamente para estudar ou ir ao trabalho em Brasília. O caixa do coletivo virou estante para clássicos como os de Clarice Lispector e Castro Alves, que passaram a ser cedidos por até três dias. O projeto ganhou o reconhecimento da Viação Piracicabana, e o rodoviário foi liberado da função há dez meses para expandir a iniciativa para 30 coletivos.
A inspiração para a ideia veio da própria paixão de Ferreira por literatura. Nascido no interior do Maranhão, ele começou a trabalhar ainda na infância para ajudar os pais agricultores e só foi alfabetizado aos 12 anos. Todo o ensino ocorreu em escolas públicas, e o homem diz que recebia pouco estímulo.
“Não sabia nem soletrar direito. Uma professora que, vendo a minha luta para soletrar, me ajudou bastante. Eu gostava de ler gramática. Via as pessoas conversando de uma forma bem solta, eu queria aprender a me expressar também”, conta. “Mas, por um tempo, parece que havia um bloqueio na minha alma.”
A virada aconteceu depois de ler “Capitães da areia”, de Jorge Amado. Ferreira tinha se mudado havia pouco tempo para a capital do país em busca de emprego e viu semelhanças entre os anseios dos garotos criados pelo escritor baiano e os próprios.
“A falta de estudo e o desejo de comprar alguns produtos faz com que a pessoa cometa prática errada. Mas eu nunca fiz isso, porque sempre acreditei na cultura e educação como a melhor arma para mudar de vida. E ler aquele livro me sensibilizou”, conta. “Na época da escola, eu às vezes passava uma semana indo ao colégio somente com uma calça, e aquilo me transmitia vergonha, timidez, porque eu via meus colegas com calça melhor. Às vezes eu passava um mês trabalhando roçando arame só para ter uma calça.”
O homem, que trabalhou em mercados e lojas de eletrodomésticos, passou então a ler um livro por semana. O emprego como cobrador veio em 2000, e três anos depois Ferreira decidiu levar um livro para o caixa do coletivo e “testar” a reação dos usuários de transporte público.
“O passageiro foi se habituando, pegando emprestado, e eu ia anotando. Pegavam para ler no ônibus mesmo, depois para levar para casa, depois ofereciam outro em troca. Tive que passar os livros para debaixo da cadeira, depois pôr em uma caixa de papelão e então, no fim, montar estantezinha para abrigar os livros”, conta.

O cobrador de ônibus Antônio Freitas, que montou biblioteca em ônibus no DF (Foto: Raquel Morais/G1)
O cobrador de ônibus Antônio Freitas, que montou biblioteca em ônibus no DF 

A proposta foi se tornando conhecida, e Ferreira passou a receber cada vez mais doações de livros. Atualmente ele tem 5 mil obras, divididas entre uma quitinete alugada em Sobradinho e um espaço montado na Rodoviária do Plano Piloto para abastecer os ônibus que integram o projeto. A ideia é que cada coletivo tenha sempre seis volumes.
“Neste sábado fui a Samambaia Sul buscar uma doação de 60 livros. Tem coisas de Carlos Drummond de Andrade e Dalton Trevisan”, afirma. “É muito bom, porque você vê que as pessoas se envolvem. E a cultura vai sendo produzida e espalhada de pouco em pouco.”
Futuro
O sucesso do projeto também estimulou que Ferreira buscasse novos sonhos. O homem concluiu o ensino médio e, neste ano, começou a cursar letras em uma faculdade particular. Além disso, sempre participa de feiras literárias e encontros culturais.
O cobrador diz esperar que a iniciativa cresça ainda mais e estimule outras pessoas. “Não faço nem controle, não pego o nome da pessoa que pegou o livro emprestado. Isso burocratiza o negócio e pode ser que isso atrapalhe, que funcione como pressão psicológica. O que quero é a circulação, que a pessoa veja e leia. O ônibus é uma ponte, o passageiro sai de casa e vai para o serviço, aí aproveita para conviver com o livro.”

O cobrador de ônibus Antônio Freitas, em salinha para abrigar livros que são colocados em biblioteca em ônibus no DF (Foto: Raquel Morais/G1)







O cobrador de ônibus Antônio Freitas, em salinha para abrigar livros que são colocados em biblioteca em ônibus no DF.
“Aí, em casa, ele lembra que tem no ônibus um espaço para ter o livro e vai pôr para circular alguma obra que esteja parada, ajudando assim o próximo”, completa. “Eu acho que isso é bom e que as pessoas têm que ler qualquer história, desde que seja benéfica para a vida dela.”
O projeto ganhou inclusive uma página na web. O cobrador conta que está agora buscando novas parcerias. Entre os objetivos está estabelecer parcerias com livrarias e bibliotecas, estimular crianças não-alfabetizadas com ilustrações e gibis e promover campanhas para arrecadar obras e materiais escolares para estudantes de baixa renda da rede pública.

Programa Recode, do CDI, chega a 50 bibliotecas públicas do País

Iniciativa prevê a entrega de 500 novos computadores, capacitação de bibliotecários no uso da tecnologia.

Formar indivíduos autônomos e conectados que, a partir de uma nova consciência, usam a tecnologia como ferramenta para gerar impacto positivo na sua vida e na sua comunidade. Esse é o Programa Recode, do CDI, que chega a 50 bibliotecas públicas do país e proporciona a bibliotecários e jovens, a oportunidade de serem “reprogramadores” da sua realidade, e acesso a uma rede que conecta experiências inovadoras. A iniciativa, que conta com patrocínio da The Bill & Melinda Gates Foundation que investiu 2.3 milhões de dólares, e apoio da SNBP (Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas), foi apresentada em São Paulo, no último dia 9, na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, em Pinheiros, São Paulo.
A maior parte das bibliotecas selecionadas está localizada em pequenas cidades, distribuídas em 46 municípios nas cinco regiões do país, sendo que a maior concentração é no Nordeste.
Ao todo, mais de 300 mil usuários das bibliotecas contempladas, serão diretamente impactados por esta iniciativa, que terá duração de dois anos. Cada local selecionado irá receber formação para os bibliotecários, além de 10 novos computadores, que serão utilizados livremente para iniciativas de empoderamento digital com foco no protagonismo e autonomia em tecnologia de informação e comunicação e compartilhamento em rede de novas ideias.
A metodologia tem como foco o despertar de uma atitude empreendedora e visa utilizar as novas tecnologias para conectar as inteligências individuais na construção de uma inteligência coletiva, capaz de identificar desafios, oportunidades e criar soluções para o dia a dia. “O legado que esperamos construir com esse programa consiste em ajudar o bibliotecário a se tornar mais autônomo e mais consciente do seu poder de transformação social. Para tanto, queremos contribuir para despertar nele uma atitude empreendedora e fazê-lo acreditar que  pode reprogramar o espaço da biblioteca e as comunidades atendidas com o uso da tecnologia. Nós vamos oferecer ferramentaspara ele se torne esse agente de transformação”, explica Ana Paula Lima, Gerente Recode em Bibliotecas, no CDI.
O Programa Recode se apoia em três pilares: metodologia baseada em resolução de problemas, desenvolvimento de habilidades socioemocionais do século XXI e autonomia em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), que vão permear a atuação do CDI pelos próximos anos e em seus canais de atuação, que atualmente são centros comunitários, escolas e bibliotecas públicas. “O principal objetivo do programa Recode em bibliotecas é fomentar a criação de um ambiente de inovação, capacitando os bibliotecários para maior integração de tecnologia em suas atividades. Durante o programa,  vamos também co-criar novas práticas do uso da tecnologia para o acesso à informação e melhoria na qualidade de vida da comunidade, e estimular a liderança nos bibliotecários na condução deste processo.”, diz Elaine Pinheiro, Diretora Executiva do CDI Brasil.
Sobre o CDI
O CDI é uma organização social voltada ao empoderamento digital, que busca formar indivíduos autônomos, conscientes e conectados, aptos a reprogramar o sistema em que estão inseridos, através do uso da tecnologia. Por meio de 842 espaços de capacitação digital, a Rede CDI está presente em 15 países e 16 estados brasileiros e impactou até hoje mais de 1,64 milhão de vidas. Essa rede global é coordenada e acompanhada por 24 escritórios regionais e internacionais, estendendo-se aos lugares mais remotos do Brasil e da América Latina.

Conheça os pequenos-grandes mundos das crianças daqui

Projeto que viajou cinco regiões brasileiras mostra como o cotidiano de infâncias regionais se revelam universais.

Que as dimensões do Brasil são continentais e sua riqueza cultural faz jus ao tamanho do País, não é novidade para ninguém. Cada canto tem suas peculiaridades, influências das mais diversas origens que a cada dia constroem o que se resume em apenas uma nação: a brasileira.

Meninos e meninas de norte a sul vivem de modo particular desfrutando de brincadeiras na montanha, na praia, à beira do rio, no meio de plantações; em barcos, criando seus próprios brinquedos, explorando o meio. Cada infância em seu lugar parece única, mas, na verdade, se apresenta universal.

É o que pretende revelar a Coleção das Crianças Daqui, de Roberta Asse, que traz histórias do cotidiano de crianças de diferentes estados brasileiros e suas relações com o mundo que as cerca.

São situações de descobertas, passagens da infância para a vida adulta, mudanças de rotina, exclusão, processo de formação do ser, tudo encarado de maneira muito natural e intuitiva pelas crianças, ainda que os adultos as guiem, ensinem e acompanhem.

Num período de dois anos de viagens, pesquisa, escrita e ilustração, de 2013 a 2015, a autora passou por Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Pará, onde conheceu diversas infâncias e criou as histórias contidas nos oito livros que compõem a coleção. A obra valoriza a cultura e o aspecto linguístico de cada local visitado: expressões de oralidade e regionalismos foram respeitados e escritos da forma como são falados.

Para a realização desse projeto Roberta tem o patrocínio da Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco. Veja: www.criadeira.com.br

A coleção é lançada em 12 de setembro, no Museus da Casa Brasileira, em São Paulo.

Abaixo, os títulos da coleção e seus respectivos resumos:

Pé de uva, mão de menino

Vito e Lorena brincam nos vinhedos e vivem na casa que foi dos tataravós. Quando crescem, cada um segue seu caminho nessa história bordada de obrigações,
vontades, heranças e saudades.

A travessia de Marina menina

Para continuar a estudar, Marina terá que trocar a vida na praia pela vida na cidade. Mas antes ela passa por um plano de fuga, um bilhete confuso e uma travessia de canoas sobre o mar brilhante.


Escrita secreta de montanha e giz

Uma turma de amigos se prepara para a festa junina. Eles descobrem, quase sem querer, um segredo da noite de São João. Mas antes precisam juntar toda a coragem
que têm para enfrentar o misterioso Sr. Dante.

Conto de desencontro

Toninho e Berê são inseparáveis, mas quando Toninho começa a aprender a pescar, a rotina dos amigos muda. Então eles decidem procurar um código que os ajude a voltar a brincar juntos.

Conversa de viola e memória

Enquanto esperam o tio violeiro chegar, Tião e Tininha abrem uma caixa cheia de fotos
na casa da avó. As imagens despertam sensações de quando eram pequenininhos e a descoberta de que viam tudo de um jeito diferente.

Pedro Pio na margem do rio

Corajoso, Pedro Pio adora procurar aventuras para depois contar para os amigos na escola ribeirinha. Um dia sai com a lancha do tio sem permissão e ca preso no igarapé.
Só sua irmã, que prometeu segredo, sabe onde ele está...

Sementes de cuidado e capim dourado

Isabel e Abilene estão se divertindo juntas, mas um acidente muda tudo. Enquanto cantam e trançam o capim dourado, as meninas e as mulheres do Cerrado tecem suas
histórias de cuidado e amizade.

O caso do tuiuiú

À beira do rio, as crianças brincam de gente grande. A turma anda descon ada do comportamento de um tio, que chega e sai tão de mansinho quanto um tuiuiú, sem ser visto por ninguém.


A autora:

Roberta Asse é arquiteta pela FAU-USP e atua como designer gráfico em seu próprio estúdio. Depois que suas lhas nasceram, passou a criar, escrever e ilustrar seus próprios livros. Além desta coleção, é autora do livro De João para seis irmãos, Editora Pólen, do aplicativo A Trilha, Editora Petrópolis, e ilustradora do Almanaque Ática-Recreio e do livro Canteiro, ambos publicados pela Ática.

Biblioteca virtual Gale fecha parceria com Google para melhorar acesso à pesquisa

Ao integrar seus conteúdos com aplicativos de educação do Google, Gale permite que estudantes e professores facilmente façam download, compartilhem e salvem artigos.

Gale, parte da Cengage Learning, acaba de ser certificada oficialmente como uma Parceira para a Educação do Google com a solução a Gale Virtual Reference Library (GVRL) e é uma das 15 selecionadas para testar a nova ferramenta do aplicativo Classroom da gigante de internet. O acordo permite que usuários façam download, compartilhem e salvem conteúdo da Gale em aplicativos do Google, como Drive, Docs, Gmail e Classroom, os quais reúnem mais de 40 milhões de usuários. Além disso, estudantes e professores que utilizam essas plataformas conseguirão acessar os recursos de pesquisa da biblioteca In Context, da Gale.
A parceria oferece potencial imenso para aperfeiçoar o aprendizado, uma vez que encontra os estudantes onde eles estão: no meio digital. Com a iniciativa, Gale ajuda educadores a melhorar o engajamento dos alunos e a encorajar a colaboração – em qualquer lugar e em qualquer dispositivo. A nova ferramenta do Classroom estará disponível na In Context em breve. Com a funcionalidade, professores e alunos poderão incluir conteúdos da biblioteca em tarefas ou anúncios de aula do aplicativo com um único clique.
Esta não é primeira parceria entre as empresas. Em junho deste ano, os conteúdos da biblioteca GVRL Gale também foram indexados no Google Scholar, tornando os textos mais fáceis de serem encontrados por pesquisadores.
Sobre a biblioteca
Gale é líder mundial em pesquisa e publicação educacional para bibliotecas, escolas e empresas. Mais conhecida por seu conteúdo de referência e por sua catalogação dos textos completo de revistas e artigos de jornais em bases de dados pesquisáveis, a empresa cria e mantém mais de 600 bases de dados que são publicadas on-line e mais de 8.500 e-Books de referência em uma plataforma exclusiva e premiada mundialmente, a Gale Virtual Reference Library (GVRL). A família Gale de e-Books também inclui marcas de referências notáveis como Macmillan Reference USA™, Charles Scribner’s Sons®, Primary Source Media™, Thorndike Press®, Christian Large Print™, Wheeler Publishing™, Five Star™ e Large Print Press™. Gale também serve ao mercado de educação básica com impressos das marcas U•X•L®, Greenhaven Press®, Lucent Books®, KidHaven Press e Sleeping Bear Press™.
Sobre a Cengage Learning
A Cengage Learning é uma empresa líder em conteúdos, tecnologias e serviços educacionais para os ensinos nos níveis básico, fundamental e médio (K-12) e também superior, além de atender mercados profissionais e bibliotecários em todo o mundo. A empresa oferece conteúdos, serviços personalizados e soluções digitais orientados aos cursos que aceleram o envolvimento dos alunos e transformam a experiência de aprendizagem. Com sede em Boston (MA), a Cengage Learning opera em mais de 20 países ao redor do mundo, inclusive no Brasil. 

Cópia de livros ainda é considerada ilegal

Lei 9.610 de junho de 1998 qualificava como ilegal a cópia integral de obras protegidas.


Atire a primeira pedra o estudante que nunca fez cópia de um livro para estudar, fazer pesquisas, ou preparar teses. A prática é comum principalmente entre acadêmicos, seja por não encontrarem o livro para comprar ou simplesmente por não possuírem condições financeiras. O fato é que fazer cópias de livros se tornou algo tão normal que é raro encontrar alguma Universidade que não tenha a sala de “xerox”.
Segundo a Cartilha de Direitos Fundamentais da ONU, o direito de consultas às obras literárias, artísticas culturais e cientificas mundial para uso individual é assegurado aos cidadãos independente de consultas prévias dos autores ou titulares dos direitos autorais das obras em questão. Esse direito se aplica na busca por fontes alternativas que ampliem o conhecimento do indivíduo e contribuam para a formação do senso crítico do mesmo.
No entanto, a Lei 9.610 de junho de 1998 qualificava como ilegal a cópia integral de obras protegidas, porém, não considerava crime, desde que não fosse com objetivos comerciais. Muitos autores consideram a reprodução como prejuízo financeiro, devido a disseminação das cópias ditas irregulares por não respeitarem a questão de direito autoral.
Em 2012, uma comissão formada por juristas do Senado Federal considerou que a cópia integral para uso pessoal não seria considerada ilegal, uma vez que, antes disso, apenas cópias parciais eram permitidas legalmente. As regras, contudo, se tornaram mais rígidas em relação ao desrespeito aos direitos autorais. O advogado representante da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR), Dalizio Barros, chegou a comentar na época que a obtenção de lucro em cima de fotocópias não precisa necessariamente ser para quem faz a cópia por conta própria, mas para quem trabalha com este tipo de prática; não só para fotocopiadoras tradicionais, mas principalmente, para a pirataria digital.
Já os estudantes, principais consumidores das cópias de livros, destacam os altos preços dos exemplares novos e que, dependendo da obra, a cópia pode custar menos da metade e a diferença chega a ser considerável em se tratando da quantidade de materiais necessários para estudo e trabalhos.
 “As cópias em muitos casos saem mais baratas do que comprar os livros novos, outra opção são os sebos, físicos e virtuais, onde temos a possibilidade de encontrar livros de qualquer tipo e de qualquer área” conta o estudante Tiago Almeida, da Universidade Federal do Amapá.
Outra alternativa  são as publicações encontradas no Google Books, ferramenta do Google que disponibiliza livros e artigos acadêmicos para consulta, assim como o Google Acadêmico.
 A dificuldade em controlar este tipo de prática também deve ser levada em consideração, seja pela fotocópia ou reprodução digital; para os estudantes a antiga legislação era, basicamente, “inútil”. Os professores também acreditam que considerar ilegal a cópia de textos apenas dificulta no aprendizado dos alunos, uma vez que alguns livros de bibliografias básicas são de edições esgotadas ou de difícil acesso e nem sempre estão ao alcance dos alunos.
A questão é que, sendo ilegal ou não, a xerox de livros é estritamente necessária para quem as utiliza, principalmente quando o assunto são os trabalhos universitários.

Livro bebível consegue filtrar água suja







O "livro bebível" é feito de papel tratado e traz informações impressas nas páginas sobre como e por que a água deve ser filtrada.

Para filtrar a água adequadamente, as páginas têm nanopartículas de prata ou cobre, que matam bactérias à medida que a água passa pelas páginas.

Os cientistas fizeram testes em 25 fontes de água contaminadas espalhadas por África do Sul, Gana e Bangladesh. Nos testes, o papel conseguiu remover mais de 99% das bactérias.

Após as filtragens, a água ficou com um nível de contaminação parecido ao da água que sai das torneiras nos Estados Unidos, segundo os cientistas. Também foram detectados níveis minúsculos de prata ou cobre na água filtrada, mas dentro do considerado seguro.

Os resultados da experiência foram apresentados no 250º Encontro da Sociedade Americana de Química, em Boston, nos Estados Unidos.

Teri Dankovich, pesquisadora em pós-doutorado da Universidade Carnegie Mellon em Pittsburgh, desenvolveu e testou a tecnologia durante vários anos, trabalhando com a Universidade McGill, no Canadá, e, depois, com a Universidade da Virgínia.

"(O livro) É voltado às comunidades de países em desenvolvimento", disse Dankovich à BBC, acrescentando que 663 milhões de pessoas no mundo todo não têm acesso a água potável.

"Tudo o que você precisa fazer é arrancar uma folha, colocar em um suporte para filtro comum e despejar água de rios, riachos, poços etc, e, do outro lado, vai sair água limpa - e bactérias mortas também."

Isso porque as bactérias absorvem os íons de prata ou cobre enquanto atravessam o papel.

100 litros

Segundo os testes realizados pela cientista, uma página pode limpar até 100 litros de água. Um livro inteiro pode fornecer água limpa por quatro anos.

A pesquisadora já testou o papel em laboratório usando água contaminada artificialmente e, depois disso, fez exames em campo em países em desenvolvimento, com ONGs como Water is Live e a iDE.

Nos testes em países africanos e em Bangladesh, a contagem de bactéria nas amostras de água filtrada caiu em média mais de 99% e, na maioria das amostras, caiu para zero.

"Depois que filtramos a água com o papel, mais do que 90% das amostras não tinham bactérias viáveis", afirmou.

"É muito animador ver que este papel não funciona apenas no laboratório, mas também demonstrou sucesso em fontes de água reais que as pessoas estão usando."

Desafio




Alguns locais de testes se tornaram grandes desafios para o papel criado por Dankovich: por exemplo, um córrego que recebia diretamente esgoto não tratado com alto nível de bactérias.

"Mas ficamos muito impressionados com o desempenho do papel, que conseguiu matar quase completamente as bactérias naquelas amostras. E elas eram bem nojentas, então pensamos - se (o material) conseguir fazer isso, provavelmente vai conseguir fazer muito."

Agora, Dankovich espera aumentar a produção do papel. Atualmente, a cientista e os estudantes que participam da pesquisa fazem tudo à mão.

O próximo passo seria também distribuir os livros para que moradores de áreas problemáticas usem os filtros sozinhos.

"Precisamos colocar isso nas mãos das pessoas para ver quais serão os efeitos. Não dá para fazer muito quando você é uma cientista trabalhando sozinha", afirmou.

Daniele Lantagne, engenheira ambiental da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, afirmou que os dados coletados nos testes são promissores.

"Há muito interesse no desenvolvimento de novos produtos para tratamento de água", disse a engenheira à BBC.

Depois desses dois primeiros estágios de testes - no laboratório e em países da África e Ásia -, a equipe terá de desenvolver um "projeto de produto que possa ser comercializado" para um dispositivo no qual as páginas do "livro bebível" possam ser encaixadas.

Mas, há um problema, segundo Lantagne: o papel parece matar bactérias, mas ainda não se sabe se pode matar outros microorganismos perigosos.

"Quero ver os resultados para protozoários e vírus. É promissor, mas não vai salvar o mundo amanhã. Eles completaram uma fase importante e há mais (fases) para enfrentar", disse.

Para Kyle Doudrick, da Universidade de Notre Dame, no Estado americano de Indiana, é importante fazer com que as pessoas compreendam como usar os filtros e com que frequência eles precisam ser trocados. Mas o resultados dos testes são animadores.

"Em geral, de todas as tecnologias disponíveis - filtros de cerâmica, esterelização com raios UV e assim por diante - esta é promissora, pois é barata e é uma ideia cativante", disse.

Aprovado em medicina aos 14 anos dá palestras e escreve livro




O estudante sergipano José Victor Menezes Teles está com a agenda cheia depois de ser aprovado aos 14 anos como o mais jovem aluno de medicina da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Após a repercussão do feito na mídia, ele recebeu e aceitou os convites para dar palestras motivacionais enquanto as aulas na universidade estão suspensas por causa da greve dos professores e servidores técnico-administrativos, o período letivo estava previsto para iniciar no dia 3 de agosto. José Victor também aproveita o tempo livre para escrever um livro para contar a trajetória de sucesso, mas sem deixar de lado a família e os amigos. “É uma questão de organização do tempo”, resume.

Já com 15 anos, o adolescente diz que os convites para as palestras surgiram logo após ter se destacado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e ser aceito em medicina com média final de 751,16 pontos nas provas e 960 pontos na redação. “Inicialmente fui convidado para dar palestras em Sergipe e depois surgiu a oportunidade de falar para estudantes de outros estados”, conta Victor Teles.

Sobre a rotina de compromissos, o estudante revela que tudo é que é bem flexível e que nem sempre ganha dinheiro com as palestras. “Se for uma instituição pública ou filantrópica eu não cobro e recebo apenas a ajuda de custo como passagens e alimentação. Mas se for particular o valor pode variar entre R$ 500 e R$ 1.500, depende do que for negociado e o tempo dedicado”, destaca o jovem sem querer revelar mais detalhes sobre os bastidores das negociações.
Para o adolescente, o futuro como palestrante ainda parece indefinido. "Vai depender da rotina das aulas de medicina. Mas enquanto houver tempo livre penso em aproveitá-lo ministrando palestras”, diz.

Trajetória em livro

A participação em palestras fez com que surgisse a ideia de escrever um livro sobre a trajetória da escola até a universidade em menor tempo que os demais estudantes, isso porque ele foi aceito em medicina tendo cursado apenas até o 1º ano do Ensino Médio. Ainda não há data prevista para o lançamento da publicação.
“Muitas pessoas me perguntavam o que eu fiz para conseguir resultados tão positivos. Então resolvi explicar como foi todo esse processo para, quem sabe, ajudar outros estudantes”, revela José Victor Teles.
Sobre o desafio da universidade, o calouro de medicina diz: "é mais um desafio, mas estou muito tranquilo com tudo o que pode vir dessa experiência”.

Preparação

O estudante cursava o 1º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Murilo Braga, no município de Itabaiana, quando alcançou a média final de 751,16 pontos nas provas e 960 pontos na redação do Enem. Com o resultado, José Victor conquistou uma das 100 vagas para o curso de medicina da UFS e ficou em 7º lugar no grupo de alunos de escolas públicas.

Como tinha 14 anos e apenas o 1º ano do colégio, Victor Teles precisou de uma decisão judicial que autorizou ele a se matricular na universidade.

O Enem só dá certificação a alunos com mais de 18 anos, mas o adolescente conseguiu na Justiça o direito de fazer uma prova de proficiência aplicada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed). Ele foi aprovado e recebeu o certificado de conclusão do Ensino Médio.

"Além do conteúdo dado em sala de aula, passei o ano passado estudando para o Enem. Sem dúvida as técnicas para estudar e armazenar o conhecimento foram decisivas para o meu desempenho. É preciso saber organizar o tempo e também se preparar para saber como será a prova no dia”, finaliza.