A GENTE SOMOS INÚTIL

Na semana passada trechos do livro didático "Por uma Vida Melhor", da Coleção Viver, Aprender, voltado para a educação de jovens e adultos (EJA), deu o que falar!

O livro apresenta textos com erros de concordância.

Mas a surpresa geral e o que acabou causando polêmica foi a aprovação do MEC.

Para o órgão, o papel da escola é não só o de ensinar a forma culta da língua, mas também o de combate ao preconceito contra os alunos que falam “errado”.

Em um outro exemplo, os autores mostram que não há problema em se falar “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”. Ao defender o uso da linguagem popular, os autores afirmam que as regras da norma culta não levam em consideração a chamada língua viva.

Uma das autoras do livro, a professora Heloisa Ramos, declarou que a intenção era deixar aluno à vontade por conhecer apenas a linguagem popular, e não ensinar errado.

Há os que defendem que não existem erros gramaticais naturais, ou seja, na forma como se fala. Um dos defensores desta ideia é o professor, tradutor, escritor e linguista e doutor em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP), Marcos Bagno que milita contra toda forma de exclusão social pela linguagem.

E agora, José?*

Há os que estão do lado oposto, como o jornalista Clóvis Rossi. Em seu artigo "Inguinorança" publicado na Folha de S. Paulo em 15/5, Rossi que classifica o livro aceito pelo MEC como "criminoso". O texto do jornalista inicia-se assim:

"Não, leitor, o título acima não está errado, segundo os padrões educacionais agora adotados pelo mal chamado Ministério de Educação. Você deve ter visto que o MEC deu aval a um livro que se diz didático no qual se ensina que falar "os livro" pode.
Não pode, não, está errado, é ignorância, pura ignorância, má formação educacional, preguiça do educador em corrigir erros. Afinal, é muito mais difícil ensinar o certo do que aceitar o errado com o qual o aluno chega à escola."

Diante de tanta polêmica, lançamos o convite à reflexão e discussão: E você, o que acha disso?

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Para saber mais sobre o assunto:


* Pergunta de algumas estrofes do poema "José" de Carlos Drummond de Andrade

2 comentários:

Blog da Biblioteca - ESPM - SP disse...

Diante de tanta polêmica, lançamos o convite à reflexão e discussão: E você, o que acha disso?




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Vagner Rodolfo da Silva disse...

As polêmicas com a língua sempre existiram e agora foi retomada devido a notoriedade que tomou a distribuição e aprovação pelo MEC do livro citado. Todos os dias se deparamos com erros enormes tanto na imprensa, esta que é a principal crítica, quanto nos meios de comunicação mais populares. Conforme Saussare, a língua, e cada língua, possui um valor e a gramática cai por terra quando tentamos aplicá-la as nossas diferenças. Não temos diferenças, sotaques, gírias, neologismos, temos sim DIALETOS, e estes querendo ou não são formas de cultura que a globalização homegeinizante não conseguiu extinguir. Aos que tiveram contato com o livro e perceberam que questão se trata 1 capítulo do mesmo, e com os dizeres contextualizados, percebem que se o aluno possuir ou for instruído a ter um raciocínio lógico ele perceberá que essas "aberrações literárias gramaticas" são exemplos de como na prática a gramática já não funciona como deesejariam os antigos linguistas, hoje se tratam de estudos relacionados a linguítica moderna e seus contextos. O que falaríamos de Manuel Bandeira, por que nunca levantaram a voz contra ele?
“A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil”

Manuel Bandeira dominava a língua culta.