Amanda Polato

Iniciativas são fortes em países como Estados Unidos e Reino Unido. Por aqui, ainda estamos longe da digitalização
Logo ao entrar na Biblioteca Pública de Nova York, em Nova York, os leitores encontram a frase: “A biblioteca é esperança, é conhecimento, e é poder”. Depois da recepção, podem andar pelos corredores ou ir logo ao catálogo procurar o que lhes interessa. Com o número da carteirinha de sócio, podem retirar até 12 títulos de uma vez, a qualquer hora dia, sete dias por semana.
E, então, decidir se vão ler a obra no smartphone, e-reader, tablet ou no computador, além de escolher o tamanho da letra e fazer grifos usando apenas o dedo. É assim o caminho feito pelos usuários do acervo digital da instituição, acessado de qualquer dispositivo digital, pela internet. Os leitores não precisam mais ir fisicamente à entidade para pegar livros emprestados. Mas a biblioteca centenária vê sua força revigorada com a popularização dos e-books. Aumentou o número de visitantes físicos aos seus prédios depois que foram abertas as portas às estantes virtuais da instituição.
>> O livro digital chega à escola. Quais são as
vantagens para professor e aluno?
Com seus 34 mil títulos (quase 95 mil exemplares), o acervo
digital ainda é muito pequeno comparado com a coleção em papel da Biblioteca
Pública de Nova York, que tem quase 6 milhões de exemplares para empréstimo.
Mas a demanda pelos livros digitais cresce rapidamente. “Nos últimos cinco
anos, a oferta cresceu oito vezes. Todos os dias, há mais pessoas adotando a
leitura eletrônica como um estilo de vida e indo à biblioteca em busca desse
novo formato. São os leitores que pedem a ampliação do acervo digital”, diz
Christopher Platt, diretor de coleções e operações de circulação da
instituição.
Usuários de todas as idades têm interesse por esses livros,
e eles são especialmente atraentes para os idosos, por permitirem ajustes no
tamanho do texto. A equipe da biblioteca oferece até cursos presenciais para
ensinar a usar o e-reader e instalar o software de empréstimos.
Assim como mais de 22 mil bibliotecas em diversas partes do mundo, tanto públicas quanto de escolas e universidades, a de Nova York usa um sistema chamado OverDrive, que armazena e-books em uma nuvem e oferece empréstimos por tempo limitado, variável conforme o título. Muitos deles têm filas de espera. Por isso, nenhum pode ser renovado, mas pode ser “retirado” novamente se não houver reserva.
Assim como mais de 22 mil bibliotecas em diversas partes do mundo, tanto públicas quanto de escolas e universidades, a de Nova York usa um sistema chamado OverDrive, que armazena e-books em uma nuvem e oferece empréstimos por tempo limitado, variável conforme o título. Muitos deles têm filas de espera. Por isso, nenhum pode ser renovado, mas pode ser “retirado” novamente se não houver reserva.
O modelo atrai o interesse até de quem vive longe dos
Estados Unidos ou do Reino Unido, dois países com grande quantidade de acervos
digitais, e surge a pergunta: por que liberar o acesso apenas aos moradores de
uma determinada cidade ou bairro? Por que não permitir, por exemplo, que um
brasileiro possa emprestar um e-book no Texas? As instituições dizem que o
impedimento é econômico, já que são os impostos locais que ajudam a sustentar
as iniciativas.
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vantagens para professor e aluno?
Com seus 34 mil títulos (quase 95 mil exemplares), o acervo
digital ainda é muito pequeno comparado com a coleção em papel da Biblioteca
Pública de Nova York, que tem quase 6 milhões de exemplares para empréstimo.
Mas a demanda pelos livros digitais cresce rapidamente. “Nos últimos cinco
anos, a oferta cresceu oito vezes. Todos os dias, há mais pessoas adotando a
leitura eletrônica como um estilo de vida e indo à biblioteca em busca desse
novo formato. São os leitores que pedem a ampliação do acervo digital”, diz
Christopher Platt, diretor de coleções e operações de circulação da
instituição.
Usuários de todas as idades têm interesse por esses livros,
e eles são especialmente atraentes para os idosos, por permitirem ajustes no
tamanho do texto. A equipe da biblioteca oferece até cursos presenciais para
ensinar a usar o e-reader e instalar o software de empréstimos.
O modelo atrai o interesse até de quem vive longe dos
Estados Unidos ou do Reino Unido, dois países com grande quantidade de acervos
digitais, e surge a pergunta: por que liberar o acesso apenas aos moradores de
uma determinada cidade ou bairro? Por que não permitir, por exemplo, que um
brasileiro possa emprestar um e-book no Texas? As instituições dizem que o
impedimento é econômico, já que são os impostos locais que ajudam a sustentar
as iniciativas.
>> As principais opções de e-reader no mercado
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Mas há iniciativas que visam a universalizar o acesso ao
conhecimento – uma das características da era da internet. Em 1996, o ativista
Brewster Kahle criou o chamado Internet Archive, um dos primeiros arquivos
digitais gratuitos na web. Em sua descrição, o site deixa clara a posição sobre
o tema: “As bibliotecas existem para preservar os artefatos culturais da
sociedade e oferecer acesso a eles. Se as bibliotecas vão continuar a promover
a educação nesta era da tecnologia digital, é essencial que elas estendam essas
funções para o mundo digital”. Outra iniciativa, mais recente, é a da
Biblioteca Pública Digital Americana, que deve ser inaugurada em abril,
conforme mencionado na reportagem de ÉPOCA A prova do livro digital. O site
oferecerá, gratuitamente, o acervo em domínio público de diversas bibliotecas
acadêmicas dos Estados Unidos, sob a coordenação de um departamento da
Universidade de Harvard.
Além do desafio de ampliar o acesso a e-books, as
bibliotecas digitais sofrem para aumentar a quantidade de títulos e exemplares.
Algumas editoras elevam os preços e limitam o número de vezes ou o período de
tempo que cada um pode ser emprestado, porque ele não se deteriora com o tempo,
como ocorre com o papel. Os contratos, então, obrigam bibliotecas a adquirir
novas licenças com o passar do tempo.
>> Obras de autores consagrados são sucesso no formato digital
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Nem todas as editoras permitem empréstimos do novo formato.
Acabam vendendo os títulos apenas para livrarias. No entanto, o diretor de
marketing da OverDrive, David Burleigh, afirma que há sinais de mudança. Há
poucas semanas, uma das maiores editoras americanas, a Macmillan, aceitou
liberar e-books para bibliotecas. “Com certeza isso ajuda a popularizar o
formato e aos poucos as editoras vão percebendo as vantagens da estratégia”,
diz Burleigh.
Enquanto outros países discutem ampliação de acervos e do
acesso, no Brasil mal há planos de investimentos na área digital e as
bibliotecas lutam para manutenção dos espaços físicos. “O cenário realmente não
é estimulante. Ainda faltam materiais impressos”, afirma Dulce Baptista,
coordenadora do curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília. Mas ela é
otimista e avalia que nos próximos anos o país terá políticas públicas na área
que invistam em novas tecnologias. “A demanda da população fará com que isso
ocorra.”
No país, quem começou a trilhar
o inevitável caminho para a digitalização são as universidades. A expectativa é
que esses laboratórios sirvam de referência e ajudem a promover a renovação das
nossas bibliotecas públicas – antes que elas virem depósitos de livros
empoeirados. A experiência da Biblioteca de Nova York mostrou que a tecnologia
pode levar os livros para as nuvens e trazer os leitores de volta, no mundo
real.
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/
Fonte: http://revistaepoca.globo.com/