Feliz Natal! Feliz 2012!



Prezados,


Durante o período de férias, o horário de funcionamento das Bibliotecas Central e Pós-Graduação será alterado:

BIBLIOTECA CENTRAL
Dia 22/12/11 a 1/1/2012: fechada devido ao recesso
De 2/1 a 11/2/2012: segunda a sexta-feira, das 8h às 20h / sábados: fechada

BIBLIOTECA PÓS-GRADUAÇÃO
Dia 22/12/11 a 1/1/2012: fechada devido ao recesso
De 2/1 a 25/1/2012: a Biblioteca permanecerá fechada e o retono às atividades será em 26/1, de segunda a sexta-feira, das 8h às 23h


Durante os meses de janeiro e fevereiro não haverá atendimento aos sábados

O prazo de empréstimo dos documentos será mantido. As renovações poderão ser feitas pessoalmente, por telefone 5085-4554 / 4573, 5081-8157 / 8158 ou
pelo portal da ESPM (no período de funcionamento das Bibliotecas).

Caso você tenha necessidade de nos contatar fora do horário de atendimento, faça-o,
pelo e-mail: emprestimo.biblioteca@espm.br

Confraternização 2011 e festa dos aniversariantes do mês



A festa de confraternização da equipe da Biblioteca Central e Pós-Graduação e a comemoração dos aniversários da Silvana, Pricila, Mariana e Vivian foi um sucesso!

O Grupo Gestor agradece o trabalho da Comissão Organizadora formada por: Cristina, Kelly, Leonardo, Maria Daniela, Maria Elânia, Rodrigo e Tais.

Confira os momentos de descontração registrados clicando na foto acima.

Pelos filhos, leitores de e-books insistem no papel

The New York Times

Vendas de livros eletrônicos para o público mais velho crescem rápido, enquanto as de e-books infantis nem se mexem

Os livros impressos podem estar sendo sitiados pela ascensão dos livros eletrônicos, mas um grupo em particular não abre mão deles: as crianças. Os pais insistem que essa geração de leitores passe seus primeiros anos com livros à moda antiga.

Esse é o caso até de pais que adoram baixar livros para Kindles, iPads, laptops e celulares. Eles não se recusam a admitir seu uso de dois pesos e duas medidas no mundo digital, dizendo que querem os filhos cercados por livros impressos, para experimentar o ato de virar páginas físicas enquanto aprendem sobre formatos, cores e animais.
Os pais também dizem que gostam de se aconchegar com os filhos e um livro, e temem que uma engenhoca brilhante possa roubar toda a atenção. Além disso, se o filhinho for vomitar, o livro pode ser mais fácil de limpar do que um tablet.
"É a intimidade, a intimidade de ler e tocar o mundo. É a maravilha de ela tocar uma página comigo", disse Leslie Van Every, 41 anos, usuária leal do Kindle, de São Francisco, cujo marido, Eric, lê no iPhone. Porém, para a filha de dois anos e meio, Georgia, livros feitos com árvores mortas, empilhados e espalhados pela casa, são a única opção. "Ela somente lê livros impressos", disse Van Every, acrescentando que trabalha para uma empresa digital, CBS Interactive. "Ai, que vergonha."

À medida que o mundo do livro adulto se torna digital num ritmo superior ao que as editoras esperavam, as vendas de livros eletrônicos de títulos voltados para menores de oito anos mal se mexeram. Elas representam menos de 5% do total anual de vendas de livros infantis, segundo estimativa de várias editoras, em comparação com mais de 25% em algumas categorias de livros adultos. Muitos livros infantis também são dados como presente, já que a maioria das crianças de seis anos não tira proveito das delícias de um vale presente da Amazon.

 
Os livros infantis também são um ponto alto das livrarias físicas, pois os pais geralmente folheiam o livro inteiro antes de comprá-lo, algo que nem sempre dá para fazer no similar eletrônico. Um estudo encomendado pela HarperCollins, em 2010, constatou que os livros comprados para crianças de três a sete anos eram adquiridos com frequência numa livraria local - 38% das vezes.

E esta é uma pergunta para um debate da era digital: alguma coisa se perde na conversão de um livro ilustrado para seu irmão digital? Junko Yokota, professor e diretor do Centro de Ensino por Livros Infantis da National Louis University, em Chicago (EUA), acredita que a resposta é sim, pois o formato e tamanho do livro costumam fazer parte da experiência de leitura. Páginas maiores podem ser usadas para cenários amplos, ou um formato mais comprido pode ser escolhido para histórias sobre arranha-céus.
Tamanho e forma "se tornam parte da experiência emocional, da experiência intelectual. Existe muita coisa que não dá para padronizar e enfiar no formato eletrônico", disse Yokota, que dá palestras sobre como decidir quando um livro infantil é mais adequado para o formato digital ou impresso.

As editoras afirmam que estão gradualmente aumentando o número de livros ilustrados impressos que são convertidos para o formato digital, mesmo sendo demorado e caro, e os desenvolvedores têm se ocupado em criar aplicativos interativos para livros infantis.
Embora se espere que a chegada ao mercado de novos tablets da Barnes & Noble e Amazon neste trimestre aumente a demanda por livros infantis, diversas editoras suspeitam que muitos pais ainda vão preferir as versões impressas. "Claramente existe uma predisposição ao impresso", disse Jon Yaged, presidente e editor do Macmillan Children's Publishing Group, que lançou "The Pout-Pout Fish", de Deborah Diesen, e "Na Noite em que Você Nasceu", de Nancy Tillman. "E os pais são as mesmas pessoas que não terão apreensões em comprar um livro eletrônico para si mesmos."
Isso é o que acontece na casa de Ari Wallach, empreendedor nova-iorquino obcecado por tecnologia, que ajuda empresas a se atualizar tecnologicamente. Ele lê em Kindle, iPad e iPhone, mas o quarto das filhas gêmeas está atulhado apenas com livros impressos.

"Admito parecer avesso ao progresso neste caso, mas existe algo muito pessoal num livro, e não em um entre mil arquivos de iPad, algo que está conectado e é emocional, algo com que eu cresci e com que quero que elas cresçam."
"Reconheço que, quando tiverem minha idade, será difícil encontrar um 'livro de árvore morta'. Dito isso, sinto que aprender com livros é um rito de passagem importante, da mesma forma que aprender a comer com talheres e a usar o pinico."

Alguns pais não querem fazer a mudança nem com os filhos em idade escolar. Alexandra Tyler e o marido leem em Kindles, mas seu filho, Wolfie, sete anos, só lê os impressos. "De alguma forma, acho que é diferente. Quando se lê um livro, um livro infantil de verdade, ele envolve todos os sentidos. Ele ensina a virar a página direitinho. Sente-se o cheiro do papel, o toque."
Existem muitos programas que dizem ajudar as crianças a ler, por exemplo, falando uma palavra realçada ou figura. Nem todos os pais acreditam nisso. Matthew Thomson, 38 anos, executivo do Klout, site de mídia social, tentou um deles com Finn, de cinco anos. Contudo, ele acredita que o filho irá aprender a ler mais rápido com o impresso. Além disso, os recursos do iPad distraem.

"Quando é hora de ir para cama e ele sabe que vou ler, meu filho diz: 'Vamos jogar Angry Birds um pouquinho.' Se ele for pegar o iPad, não é para ler, meu filho vai querer jogar. Assim, a concentração para a leitura vai embora."

The New York Times | 06/12/2011 05:34

Fonte: IG

São Carlos vence edital nacional e terá Biblioteca de Artes Visuais

Considerada como a 5ª cidade do país com maior quantidade de bibliotecas por habitantes, segundo divulgação do Ministério da Cultura em 2010, São Carlos terá mais uma novidade para os próximos meses, uma biblioteca de Artes Visuais, resultado da 4ª colocação no “Prêmio Procultura de Estímulos às Artes Visuais”.

O anúncio foi feito pelo prefeito Oswaldo Barba em seu gabinete, na tarde desta segunda-feira (5), acompanhado pela secretária de Educação, Lourdes Moraes, pela coordenadora de Artes e Cultura, Telma Olivieri, e pela coordenadora do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBI), Claudete Sacomano.

O projeto ficou classificado em quarto lugar, à frente de outras entidades importantes como o Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Instituto Cultural de Inhotim (Brumadinho/MG), entre outros. O tema escolhido foi “Artes Visuais no Sistema Integrado de Bibliotecas de São Carlos”.

A proposta do tema foi elaborada no âmbito da Câmara Setorial de Artes Visuais do Conselho Municipal de Cultura de São Carlos, conjuntamente com a Divisão de Artes e Visuais da Coordenadoria de Artes e Cultura e o Sistema Integrado de Bibliotecas da Secretaria de Educação, a qual justifica o envolvimento do poder público com a sociedade civil no sentido da construção de um projeto público com a sociedade civil no sentido da construção de um projeto que tenham o perfil da realidade artístico-cultural da cidade.

O prêmio será de R$ 150.000,00 com contrapartida de R$ 8.400,00 da Prefeitura em ações educativas. A proposta contemplará um acervo literário com três eixos: gravura, cerâmica, ilustração, pintura, fotografia, escultura, arte urbana e performance; artistas brasileiros contemplando um acervo com riquezas de imagens; acervo com textos críticos e teóricos.

Todas as informações bibliográficas do acervo serão disponibilizadas no Catálogo Online no site da Prefeitura. Num primeiro momento, será reservado um espaço para as obras de Artes Visuais na Biblioteca Amadeu Amaral, até a Pinacoteca ficar pronta, que está em construção na praça Pedro de Toledo.

 
Para o prefeito Barba, esse é um presente de Natal para São Carlos. “Estar entre os cinco municípios classificados nacionalmente é um orgulho para a cidade e para todos aqueles que gostam de arte”, destaca.

Entusiasmada com o prêmio, a coordenadora de Artes e Cultura do município destacou: “São raros os municípios que tenham uma biblioteca de Artes Visuais, principalmente por serem obras muito custosas e conseguimos conquistar isso para São Carlos”.

A criação da biblioteca de Artes Visuais não acarretará benefícios apenas para a área de cultura. Segundo Lourdes Moraes, “o enriquecimento do acervo da Biblioteca Amadeu Amaral também trará benefícios para toda a comunidade e para a educação, pois atuando em rede através do SIBI, todos os recursos bibliográficos são potencialmente compartilhados pelo universo de usuários”, declara a secretária.

Moradores de bairro tentam resgatar biblioteca centenária em Londres

DA FRANCE PRESSE, EM LONDRES


Como centenas de bibliotecas municipais sacrificadas pelo plano de austeridade britânico, a de Kensal Rise também fechou suas portas. Mas a resistência se organiza e os moradores desse bairro multiétnico de Londres não perdem a esperança de vê-la renascer.

No exterior do grande prédio vitoriano de tijolos, agora proibido ao público, na esquina de duas ruas povoadas de pequenas casas e de algumas lojas comerciais, uma biblioteca alternativa aparece. Livros trazidos pelos moradores estão à disposição das pessoas que passam por ali, podendo até pegá-los emprestado.

"Salvem nossa biblioteca"; "deixem-nos administrá-la", proclamam cartazes colados em suas paredes.

Inaugurada pelo escritor americano Mark Twain, em 1900, Kensal Rise fazia parte das seis "livrarias" de um total de 12 do bairro de Brent (noroeste de Londres) que a prefeitura trabalhista decidiu fechar, há um ano.

Motivos citados: os cortes no orçamento impostos pelo governo e uma frequência considerada insuficiente -- uma exigência de economia que ameaça, atualmente, as mais de 400 bibliotecas municipais do país, ou 10% de seu número total, segundo os que se opõem ao fechamento.

Revoltados por uma decisão que penaliza, segundo eles, os mais carentes, os moradores de Kensal Rise se dizem dispostos a reagir.

"Foi um choque, era um lugar de vida no bairro", comenta Paula Gomez, mãe de família, escandalizada com o fato de uma "prefeitura trabalhista ter uma tal mentalidade".

"Pessoas veem ler o jornal, usar os computadores, os desempregados os consultam para procurar trabalho, e as crianças encontram ajuda para fazer seus deveres de escola", enumera ela.

"SALVE NOSSA BIBLIOTECA"

Um blog foi criado, com reuniões se sucedendo, ao lado de cartazes com os dizeres "salve nossa biblioteca", que florescem nas janelas das casas. Os escritores Zadie Smith e Philip Pullman demonstraram seu apoio --o mesmo aconteceu com os grupos musicais Depeche Mode, Goldfrapp, Pet Shop Boys.

O golpe foi dado em outubro: a Justiça considerou legal o fechamento de seis bibliotecas. E a decisão foi tomada de imediato.

Os moradores entraram com um apelo. Em Kensal Rise, organizaram-se, para impedir a Prefeitura de isolar o prédio: durante alguns dias, os voluntários se revezaram dia e noite em frente, até a Prefeitura anunciar que desistira de intervir, antes do final do procedimento judiciário.

Na corte de apelação, defensores das bibliotecas disseram que os fechamentos acarretavam uma discriminação indireta, em detrimento das pessoas de origem asiática, maioria estatística, que as utilizam.

Reprovaram também a prefeitura por não ter feito caso de suas propostas alternativas de retomar as bibliotecas, dizendo-se prontos a administrá-las eles próprios.

A prefeitura respondeu que se comprometia a modernizá-las, estando uma nova em construção, para ser inaugurada no começo de 2013.

Enquanto esperam o veredicto dos tribunais, decisões recentes da justiça dão esperança aos moradores. A Suprema Corte de Londres considerou ilegais, em meados de novembro, as decisões das prefeituras de Somerset e de Gloucestershire (leste da Inglaterra) de retirar seus financiamentos a cerca de um terço de suas bibliotecas.

Ante as campanhas intensas de mobilização, foi aberto um inquérito parlamentar para examinar a legalidade ou não desses fechamentos e suas repercussões nas populações locais.

Fonte: Folha.com

Saem do baú inéditos de Guimarães Rosa


Após o Dia D, que celebrou Carlos Drummond de Andrade no 31 de outubro, e de um anunciado Dia C para Clarice Lispector no dia 9 deste mês, será a hora e a vez de Guimarães Rosa ter o seu Dia G --provavelmente na data de seu nascimento, em 27 de junho, a partir do ano que vem.

O revival do autor mineiro --clássico brasileiro que, a bem da verdade, nunca sai dos holofotes-- começou em agosto, quando a Nova Fronteira lançou seus contos de aprendiz, escritos em estilo distinto do que o consagrou.

"Antes das Primeiras Estórias" reuniu narrativas de horror e fantasia à Edgar Allan Poe criadas na década de 1920 por um então estudante de medicina que se exercitava à exaustão para encontrar sua voz autoral.

Agora, em parceria com a Livraria Saraiva, é publicada uma edição especial de "Grande Sertão: Veredas" que inclui pela primeira vez "A Boiada", anotações que Rosa fez em cadernetas durante as viagens pelo sertão.

Foi ver de perto bois e buritis na comitiva de Manoel Nardy --que virou o seu Manuelzão. A caixa inclui um volume de fortuna crítica.

Objeto de mestrados e doutorados mundo afora, esse material só podia ser encontrado e lido no acervo do autor no Instituto de Estudos Brasileiros, o IEB, da USP.

"Nosso compromisso agora é deixar o autor sempre vivo, celebrá-lo de todas as formas", diz Leila Name, diretora editorial da Nova Fronteira.

Um volume de ficção inédita e outro com ensaios estão sendo preparados para sair em 2012. Os lançamentos vão até 2017, quando se completam 50 anos de morte de Rosa.

Fred Indiani, diretor editorial da Livraria Saraiva, explica a escolha de "Grande Sertão: Veredas": "É um livro simbólico. Consideramos que deve ser sempre revisitado".

"A Boiada", avalia Indiani, confere ao livro uma nova dimensão, uma nova leitura. "É um documento precioso para o entendimento da construção de uma grande obra literária, um documento que revela o esforço e o trabalho que estão envolvidos na construção de um autor."


Obras do autor Guimarães Rosa no acervo da Biblioteca Central – ESPM

Corpo de baile - v.1 edição comemorativa 50 anos (1956-2006), Nova Fronteira, 2006.
Corpo de baile - v.2 edição comemorativa 50 anos (1956-2006), Nova Fronteira, 2006.
Estas estórias, Nova Fronteira, 1985.
Grande Sertão: Veredas, Nova Fronteira, 2006.
A hora e vez de Augusto Matraga, Nova Fronteira, 1986.
Primeiras estórias, Nova Fronteira, 2001.
Rosiana, Salamandra, 1983.
Sagarana, Nova Fronteira, 2001.
No Urubuquaquá, no Pinhém, Nova Fronteira, 2011.

Disponíveis no 1º subsolo da Biblioteca Central

Visita virtual ao Museu Guimarães Rosa:   http://www.eravirtual.org/rosa_br/.

Fonte: Folha.com


Namore uma garota que lê



Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.

Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro. Compre para ela outra xícara de café.

Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa. É que ela tem que arriscar, de alguma forma.

Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.

Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.

Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.

Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.

Texto original: Date a girl who reads – Rosemary Urquico

Tradução e adaptação – Gabriela Ventura

Fonte: Quinas e Cantos